SECULARISMO
A fé diminuindo nos indivíduos, baixa nas famílias e apaga-se nos governos, pela lei inexorável que os povos têm os governos que merecem.
Hoje, os governos, em sua quase totalidade, católicos de nome como não católicos, apostataram da fé, repudiaram Jesus Cristo, hastearam na frente de seus palácios a bandeira da revolta contra o Cristo e contra a sua lei.
O Salvador perguntou um dia a seus Apóstolos: “Quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Luc. 18,8).
Triste e angustiosa pergunta, que o Cristo dirige aos séculos vindouros, ao nosso século sobretudo.
E estes séculos, e de novo o nosso em particular, responderam que não acreditavam mais em Deus, que não tinham fé, ou a tinham perdido, que a fé nada tinha com os governos.
Oh! resposta blasfematória, insultuosa, que clama vingança!
O Cristo nada tem com as nações. Ele que é o Rei Eterno das nações! – Rex Regum et Dominus Dominantium (Apc. XIX, 16).
Pretendem destronar o Rei Eterno dos séculos!
É um atentado… é um absurdo!
É um crime de lesa-majestade, que brada vingança; e entretanto esta aspiração perversa, comunista penetrou em todas as nações, dirige a política e as instituições.
Não tem a ousadia de dizer: Rompamos com o Cristo!… Não queremos que Ele reine sobre nós! Inventaram um termo mais moderno, mas não menos perverso, chamam isso: “secularizar!”
Desde que o paganismo foi desenterrado pela renascença, do fundo do sepulcro em que o Cristo mesmo o lançara, e que esta renascença o introduzira de novo nas letras, nas artes, na filosofia e na política, a tendência das nações é “secularizar-se” cada vez mais.
Secularizar uma instituição divina! Uma lei divina!
É um cúmulo de absurdo; e este cúmulo é adotado com ciência moderna, social e progressista.
O tal “secularismo” não passa de paganismo, pois é o repúdio sucessivo de todos os laços que unem a religião aos governos e a Igreja ao Estado.
Não só o cisma e a heresia afastaram reinos inteiros das relações que mantinham com a Igreja; não só pela chamada “reforma” ou “deforma”, a maior parte da Europa se tornou protestante, mas as próprias nações católicas foram, pouco a pouco, afastando dos seus códigos e Constituições a base cristã, proclamando em sua legislação todas as liberdades incompatíveis com a preponderância da religião nas reações da vida pública e até da vida privada.
Qual é o ideal das nações modernas?
É de tudo secularizar, ou tudo subtrair à influência da religião, que devia ser a inspiradora de tudo.
É de secularizar o casamento,
É de secularizar a instrução,
É de secularizar a política,
É de secularizar as festas.
Tudo deve ter um jeito e um cheiro secular.
Deste modo os infelizes secularizadores procuram desprender totalmente estes centros de vida e de progresso, de toda a influência cristã.
E isto não é só na velha Europa, mas também na nova América, e até no Brasil Católico.
O próprio Brasil, publicamente, oficialmente, proclamou a sua apostasia, banindo Deus dos seus códigos e leis, do seu ensino, onde figura como letra morta; da sua educação, onde é um fator suplementar; da sua política e de seu governo, onde é apenas “tolerado” por respeito à tradição.
Não será tudo isso um sinal do fim dos tempos?
São Paulo escreve aos Tessalonicenses: “Ninguém de modo algum vos engane, porque isto não será, sem que antes venha a apostasia, e sem que tenha aparecido o homem do pecado.” (2 Thess. II. 3).
Tal apostasia é, no dizer do Apóstolo, como o sinal da próxima vinda do Anticristo.
Constatando e provando tal estado, quase generalizado, pode-se concluir que está se aproximando o começo do fim e que breve havemos de assistir aos horrores preditos pelo Salvador e pelos profetas.
Do livro “O Fim do Mundo está próximo?” Profecias Antigas e Recentes Recolhidas e Comentadas pelo Padre Júlio Maria – Missionário de N. Sra. do SSmo. Sacramento, 1940