1. O desejo irresistível e inato de felicidade não fica satisfeito pelos bens da terra; tanto os bens internos, como externos, são insuficientes. Se conseguires saber muito, restará ainda mais que ignoras; menos ainda poderão satisfazer-te outros bens. A riqueza, longe de apagar, aumenta a sede e tira a paz do coração. Honras e poder trazem desassossego de ânimo, expõem à crítica e à inveja. Ainda menos que tudo isto, gozos sensuais poderão trazer-te a felicidade, pois eles prejudicam a saúde corporal e espiritual, nauseiam e deixam remorsos.
2. No céu, pela posse de Deus, será satisfeita plenamente tua sêde de felicidade. Teu espírito terá como objeto o ser mais nobre e sublime, em que descobrirás sempre novas perfeições. A riqueza do céu transcende toda a compreensão e comparação. O que é de Deus, é de seus santos. A honra dos santos é infinita, visto não serem só príncipes do céu, mas honrados por Deus e em Deus. Seu poder é quase sem limites, porque Deus lhes satisfaz todos os seus desejos. Ver a Deus, estar com Ele, possuí-Lo… Oh! Poderás jamais apreciar devidamente esta felicidade?
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 24 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico