A Sagrada Comunhão: Instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia

Jesus tomou o pão em suas santíssimas e venerandas mãos e, levantando os olhos ao céu para Deus, seu Pai Onipotente, deu-Lhe graças, benzeu o pão, partiu-o, e deu-o aos seus discípulos dizendo:

“Tomai e comei; isto é o meu Corpo”.

Do mesmo modo tomou o cálice, no qual havia vinho, tornou a dar graças, benzeu-o e apresentou-o aos seus discípulos dizendo:

“Tomai e bebei dele todos: este é o meu Sangue que será derramado por vós. Fazei isto em memória de mim” (Os Santos Evangelhos)

SERMÃO DE JESUS CRISTO

Sobre a Sagrada Comunhão

Eu sou o pão vivo que desci do céu; o que comer deste pão, viverá eternamente. O pão que eu hei de dar, é a minha Carne para ser a vida do mundo. Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a Carne do Filho do Homem, e não beberdes o Seu Sangue, não tereis a vida em vós. O que come a minha Carne e bebe o meu Sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha Carne é verdadeiramente comida, e o meu Sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha Carne e bebe o meu Sangue, fica em mim e eu nele. Assim como eu vivo pelo Pai, assim também o que me come a mim, viverá por mim. (Santo Evangelho de S. João Cap. 6)

PALAVRAS DO APÓSTOLO SÃO PAULO

Sobre a preparação à Sagrada Comunhão

O cálice da bênção que benzemos, não é porventura a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é porventura a comunhão do Corpo de Cristo? Portanto todo aquele que comer este pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba este cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe a própria condenação, não discernindo o Corpo do Senhor. (I. Epist. aos Corínthios, Cap. 10, 11)

Leitura espiritual para se fazer, se for possível, na véspera da santa Comunhão

Leiam-se ao menos alguns pontos

Jesus Cristo: “Vinde a mim, vós todos que estais em trabalhos e aflições, e aliviar-vos-ei.

O pão que hei de dar-vos, é minha Carne par a vida do mundo.

Tomai e comei, este é o meu Corpo. Quem come deste pão, viverá eternamente.

As palavras que vos tenho dito, são espírito e vida.”

O Fiel: 1. São Vossas essas palavras, Senhor Jesus, verdade eterna. São, pois, verdadeiras, devo recebê-las todas com gratidão e fé viva. São Vossas, pois Vós as dissestes; e também são minhas, porque as dissestes para minha salvação. De boa vontade as recolho dos Vossos lábios, para que sejam mais profundamente gravadas no meu coração. Anima-me palavras tão repassadas de piedade, tão cheias de doçura e de amor, mas por outra parte os meus próprios pecados me atemorizam, e a impureza de minha consciência me afasta da recepção de tão altos mistérios.

Sou atraído pela doçura das Vossas palavras; oprime-me, porém, a multidão dos meus pecados.

2. Mandais que a Vós me chegue com grande confiança, se eu quiser ter parte conVosco, e que receba o alimento da imortalidade, se desejar obter a glória e a vida eterna. “Vinde a mim”, dizeis, “vós todos que estais em trabalhos e aflições, e aliviar-vos-ei”.

Como são doces e amorosas estas palavras aos ouvidos do pecador, quando Vós, Senhor meu Deus, convidais o pobre e o indigente à comunhão do Vosso Santíssimo Corpo!

Mas quem sou eu, Senhor, para ousar aproximar-me de Vós! Como! Os céus dos céus não Vos podem abranger, e dizeis: “Vinde a mim todos”?

3. Donde vem esta tão misericórdia mercê, este tão inestimável convite? Como me atreverei a ir a Vós, eu que não sinto em mim nenhum bem que possa dar-me alguma confiança? Como Vos poderei acolher em minha casa, depois de ter eu pecado tantas vezes diante de Vossa face adorável? Os Anjos e os Arcanjos Vos adoram tremendo; penetram-se de temor os Santos e os Justos, e Vós dizeis: “Vinde todos a mim”!

Quem poderia crê-lo, se Vós mesmo, Senhor, não o tivésseis assegurado? E se Vós mesmo não o ordenásseis, quem ousaria aproximar-se de Vós?

4. Ora, Noé, varão justo, trabalhou durante cem anos na construção de uma arca, para salvar-se nela com poucas pessoas, pois como poderei eu numa hora preparar-me, para receber dignamente ao Criador do mundo?

Moisés, Vosso grande servo e amigo devotado, fez uma arca de madeira incorruptível e a guarneceu de ouro puríssimo, para guardar nela as tábuas da Lei, e eu, criatura sujeita à corrupção ousarei receber-Vos tão facilmente a Vós, legislador supremo e autor da vida?

Salomão, o mais sábio dos reis de Israel, gastou sete anos a levantar um templo magnífico à glória do Vosso Nome. Celebrou por espaço de oito dias a festa de sua dedicação, ofereceu mil hóstias pacíficas; e ao som das trombetas, no meio de santo júbilo, colocou solenemente a arca da aliança no lugar que lhe houvera preparado.

E eu miserável, o mais pobre dos homens, como Vos receber em minha casa, eu que mal posso consagrar atentamente meia hora na oração, e oxalá que mesmo menos tempo dignamente o fizesse!

5. Ó Deus meu, que não fizeram aqueles santos varões para agradar-Vos! Mas ai de mim, quão pouco é o que eu faço! Quão breve o tempo por mim ocupado, quando me disponho à Comunhão! Raras vezes estou de todo recolhido, e mais raro ainda me vejo livre de toda distração.

E, certamente, na Vossa divina e salutar presença nenhum pensamento impuro devera assaltar-me, nem ocupar-me a lembrança de criatura alguma, porque não vou hospedar a um Anjo, senão ao Senhor dos Anjos.

6. O piedosíssimo Rei Davi manifestou seu contentamento com toda a efusão de sua alma, dançando diante da arca de Deus, em memória dos benefícios concedidos, então, a seus pais; preparou órgãos de toda a sorte, compôs salmos e fez com que fossem jubilosamente cantados, e, inspirado da graça do Espírito Santo, ele mesmo com frequência os cantava ao som de sua harpa; ensinou ao povo de Israel a louvar, de todo o coração, a Deus, a bendiz-lO e exaltá-lO todos os dias em uníssonas vozes.

Pois, se tanta era então a devoção e o fervor em louvar a Deus diante da arca do Testamento, qual não deve ser agora a minha reverência e devoção e a de todo o povo cristão na presença do augustíssimo Sacramento, na Comunhão do Sacratíssimo Corpo de Jesus!

7. Muitos correm a diversos lugares para visitar as relíquias dos Santos, e se maravilham à narração de seus feitos; contemplam a grandeza dos templos edificados em sus honra, e beijam as suas sagradas relíquias, envoltas em seda e ouro. – E aqui, eis que estais Vós, presente no altar, diante de mim, Deus e Senhor meu, Santo dos Santos, Criador dos homens, Rei dos Anjos. Muitas vezes vão os homens às igrejas, levados da curiosidade e da novidade das coisas que ainda não viram, e daí o pouco fruto de emenda que colhem, mormente, quando nelas entram sem devoção, e andam com leviandade de uma parte para outra, sem verdadeira contrição. Mas aqui, no Sacramento do Altar estais todo presente, Senhor Jesus, Deus e Homem; e todas as vezes que Vos recebemos digna e devotamente, nos encheis de graças que nos fazem eternamente felizes. E a este banquete sagrado não nos traz nenhuma leviandade, nem curiosidade, nem satisfação dos sentidos, mas uma fé robusta, fervida esperança e caridade sincera.

8. Ó Deus invisível, Criador do mundo, como admirável é o Vosso modo de agir conosco. Que doçura e bondade dispensais aos Vossos eleitos, dando-Vos a eles, neste Sacramento, por alimento. Eis o que transcende toda a nossa compreensão, e que faz especialmente arrebatar os corações piedosos, inflamando-lhes o afeto.

Com efeito, os Vossos verdadeiros e fiéis servos que em toda a vida procuram a própria emenda, colhem a miúdo deste digníssimo Sacramento um acréscimo considerável de fervor e de amor pela virtude.

9. Ó graça admirável e oculta do Sacramento, conhecida somente dos fiéis servos de Jesus, e que não pode ser experimentada pelos infiéis e escravos do pecado! É neste Sacramento que se confere a graça espiritual, se recobra, na alma, a força perdida, restitui-se nela a formosura que a fealdade do pecado lhe tinha roubado.

E esta graça é algumas vezes tão abundante, que pela plenitude da piedade que ela inspira, não só o espírito, como mesmo o corpo débil sente que se lhe aumentam as forças.

10. Por isso devemos sentir e chorar amargamente nossa tibieza e negligência, vendo o pouco fervor com que recebemos a Jesus, em que reside toda a esperança e todo o mérito dos que se hão de salvar. Por quanto é Ele a nossa santificação e a nossa redenção; Ele é a consolação dos viandantes e a eterna felicidade dos Santos. Quanto não é, pois, para chorar o pouco caso que muitos fazem deste mistério que é a alegria do céu e a salvação do mundo!

11. Sem dúvida, se este Santíssimo Sacramento se celebrasse em um só lugar, e se consagrasse por um só Sacerdote em todo o mundo, com quanto desejo e afeto não acudiriam os homens para ali e para aquele ministro de Deus, afim de vê-lo celebrar os divinos mistérios?

Agora, porém, há muitos Sacerdotes, e Jesus Cristo se oferece em muitos lugares, para que a graça e o amor de Deus pelo homem tanto mais brilhem, quanto mais profusamente for, pelo mundo, distribuída a Sagrada Comunhão.

Graças Vos sejam dadas, ó bom Jesus, Pastor eterno, que Vos dignastes nutrir a nós, pobres exilados, com o Vosso Corpo e precioso Sangue, convidando-nos, com palavras de Vossos próprios lábios, a receber estes santos mistérios, dizendo: “Vinde a mim vós todos que estais em trabalhos e aflições, e aliviar-vos-ei”.

12. Ó bom Jesus, Salvador Santíssimo, dignai-Vos suprir, benigna e graciosamente, o que me falta; é, na verdade, com o suor do meu rosto que trabalho; meu coração está passado de dor, acabrunham-me os meus pecados, vivo atribulado de tentações, cercado e oprimido de muitas paixões, e não há ninguém que me possa socorrer, livrar e salvar, senão Vós, meu Deus e Salvador, em cujas mãos me entrego com tudo que me pertence, para que me guardeis e conduzais à vida eterna.

Recebei pela honra e glória do Vosso Nome, visto terdes preparado para mim o Vosso Corpo e o Vosso Sangue para alimento de minha alma. Concedei-me, Senhor Deus, Salvador meu, que pela frequentação do Vosso Sacramento, vá sempre crescendo em mim o fervor da piedade. (imit. IV. 1. 4.)

ORAÇÕES PARA ANTES DA COMUNHÃO

(Mais próprias nos dias em que se faz a sagrada Comunhão em comum)

Oração antes da Santa Missa

Pai eterno, eis-me aqui de joelhos ao pé do altar para assistir, na presença dos Anjos, ao Sacrifício incruento do Sagrado Corpo e Sangue de Jesus Cristo, Vosso Unigênito Filho. Nosso Senhor; Ofereço-Vos este augusto Sacrifício pelo sacratíssimo Coração de Jesus e pelo Coração Imaculado de Sua Mãe, Maria Santíssima, para adorar dignamente a Vossa divina Majestade, e para alcançar de Vossa bondade infinita as graças preciosas da salvação. Também Vo-lo ofereço em ação de graças por todos os benefícios, em reparação das minhas ofensas e por todos os pecados do mundo. Abençoe este Sacrifício Imaculado, destinado à glória do Vosso Santo Nome.

Amantíssimo Jesus, eu Vos adoro com o Santos e Anjos e glorifico o Vosso inefável amor. Nesta Santa Missa terei a ventura inestimável de receber-Vos na Sagrada Comunhão. Meu Senhor e meu Deus, não sou digno de que venhais a mim, chego-me a Vós por Vosso amor, confiando em Vossa infinita misericórdia. Ajudai-me com os auxílios da Vossa divina graça, aumentando a minha fé, fortificai a minha esperança e inflamai o meu amor, para que eu receba dignamente o Vosso Sagrado Corpo e precioso Sangue. Ó Jesus, meu divino Salvador, tende piedade de mim, perdoai-me todos os meus pecados, preparai Vós mesmo o meu coração. Vinde e salvai-me.

Ave Maria Santíssima, Mãe Imaculada de Jesus, rogai por mim nesta hora bendita, para que eu receba a Sagrada Comunhão com devoção e ardente amor.

Todos os Santos e Anjos, rogai por mim, acompanhai-me à sagrada mesa do Senhor, e glorificai comigo as Suas misericórdias. Amen.

Ato de fé

É chegada a hora mil vezes bendita em que terei a dita inefável de receber o pão vivo do céu, o Sacratíssimo Corpo e o precioso Sangue de meu Senhor Jesus Cristo. Ó Jesus, Deus do céu e da terra, Salvador dos homens. Vós vindes a mim? Quem poderia acreditar em tal prodígio, se Vós mesmo não o tivésseis dito? Sim, eu creio, meu Jesus, que vou receber neste Sacramento adorável a Vós, que por amor de mim nascestes num estábulo e quisestes morrer em uma cruz para me salvar. Meu Senhor e meu Deus, quanto me amais! Por mim derramastes todo o Vosso Sangue, por mim sacrificastes a Vossa vida, e quereis dar-me, como alimento de minha alma Vosso Corpo sacrossanto, e Vosso Sangue precioso, para assim ficar comigo.

Oh! amor inefável!

Lembro-me, meu Jesus, com devoção da Quinta-feira santa, véspera de Vossa dolorosa Paixão e Morte, quando no cenáculo de Jerusalém instituístes este Sacramento de amor. Tomastes o pão em Vossas santíssimas mãos, e dando graças ao Vosso Pai Todo-poderoso, o benzestes e destes aos Apóstolos, dizendo: “Tomai e comei, isto é o meu Corpo”.

Do mesmo modo apresentastes-lhes o cálice, dizendo: “Tomai e bebei dele todos; este é o meu Sangue”. Depois ordenastes aos Vossos Apóstolos que celebrassem os mesmos mistérios, dizendo: “Fazei isto em memória de mim!” Por Vossa ordem divina, pois, é que os Sacerdotes mudam pão e vinho no Vosso sagrado Corpo e Sangue, e nos dão a santa Comunhão que por amor nos obrigastes a receber dizendo: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a Carne do Filho do Homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós”.

Ó Deus incompreensível, quem compreende a sublimidade da Vossa sabedoria, do Vosso imenso poder e do Vosso infinito amor! Não obstante a Majestade gloriosa em que estais no céu, Vos ocultais humildemente na hóstia consagrada. Creio, meu Jesus, e com mais certeza do que se o visse. Creio, porque Vós o dissestes, e adoro a Vossa santa palavra.

Todos:

℟. Fortificai a minha fé, ó Jesus!

Creio em Vós, Filho de Deus, sois nosso pão vivo que desceu do céu.

℟. Fortificai a minha fé, ó Jesus!

Creio que estais presente realmente no Santíssimo Sacramento do Altar com corpo, sangue, alma e divindade.

℟. Fortificai a minha fé, ó Jesus!

Creio que o Vosso Corpo é verdadeiramente comida, e o Vosso Sangue verdadeiramente bebida.

℟. Fortificai a minha fé, ó Jesus!

Creio que receberei hoje esse Vosso sagrado Corpo e esse Vosso precioso Sangue.

℟. Fortificai a minha fé, ó Jesus!

Creio, porque tendes palavras de vida eterna. A Vossa santa palavra é verdade e vida; creio nela e guardá-la-ei sem cessar.

℟. Fortificai a minha fé, ó Jesus!

Ato de esperança

Com esta fé venho, Senhor, à Vossa mesa sagrada, onde receberei a plenitude de Vossas graças e bênçãos. Cheio de santa confiança, assim o espero da Vossa infinita bondade. Ó dulcíssimo Jesus, o Vosso Coração abrasa-se de amor para com todos os homens, e especialmente para com os meninos. Com quanta solicitude e ternura sempre os chamastes para os abençoar! E hoje me convidais à Vossa sagrada mesa. Meu Jesus, amigo dos meninos, tudo posso esperar de Vós, porque sois todo-poderoso: cumpris a Vossa divina promessa, porque sois fidelíssimo em Vossas palavras; dais tudo o que prometestes, porque sois bom e misericordioso.

℟. Fortificai a minha esperança, ó Jesus!

Vós dissestes: “A minha Carne é verdadeiramente comida, e o meu Sangue é verdadeiramente bebida”. Espero que com este sagrado alimento fortificareis a minha alma.

℟. Fortificai a minha esperança, ó Jesus!

Vós dissestes: “O que come a minha Carne e bebe o meu Sangue, fica em mim e eu nele”. Espero que ficareis em mim e eu em Vós.

℟. Fortificai a minha esperança, ó Jesus!

Vós dissestes: “O que come a minha Carne e bebe o meu Sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. Com doce confiança o espero.

℟. Fortificai a minha esperança, ó Jesus!

Vós dissestes: “O que me come a mim, viverá por mim; o que come deste pão viverá eternamente”. Firmemente o espero.

℟. Fortificai a minha esperança, ó Jesus!

Tudo espero de Vós. Na vossa bondade, na Vossa onipotência e na Vossa fidelidade tenho posto toda minha confiança. Jamais serei confundido na minha esperança, porque Vós, ó Jesus, Sois infalível nas Vossas promessas. Meu Senhor e meu Deus, em Vós espero!

℟. Fortificai a minha esperança, ó Jesus!

Ato de amor

Fortificai a minha esperança, ó Jesus, e inflamai meu coração com o fogo do Vosso amor.

Vós me criastes, e desde toda a eternidade me amastes infinitamente, e como prova deste amor instituístes o Sacramento do Vosso Sagrado Corpo e Sangue. Antes, pois, de receber-Vos, com gratidão considero a Vossa sagrada Paixão e Morte.

Vós me amastes, e Vos submetestes à mais dolorosa agonia no horto das Oliveiras, derramando suor de sangue.

Por mim Vos entregastes aos Vossos cruéis inimigos que Voz fizeram sofrer tão horrorosos tormentos. Vejo-Vos, meu amabilíssimo Redentor, na colina da flagelação, açoitado barbaramente e coberto de sangue; vejo-Vos escarnecido, desfigurado, coroado de espinhos, condenado à morte. Por amor de mim levastes a cruz tão pesada ao monte Calvário, e lá, ó meu Jesus, sacrificando a Vossa preciosíssima vida, Vos humilhastes até a morte. Quão profunda foi a Vossa dor, quando os algozes Vos pregaram na cruz! Quão tormentosa foi Vossa agonia, quando exclamastes: Meu Deus, meu Deus, porque assim me desamparastes! Saciado de opróbrios, consumido de dores, inclinastes a ferida cabeça e expirastes.

Ó Jesus, morrestes por mim, e não Vos amarei? Jesus, meu Deus, meu Salvador, Vós sabeis todas as coisas, sabeis também que eu Vos amo. Sim, amo-Vos de todo o meu coração, de toda a minha alma e com todas as minhas forças.

℟. Aumentai o meu amor, ó Jesus!

Eu Vos amo, porque por mim derramastes todo o Vosso Sangue na cruz, e me deixastes o santíssimo Sacramento como alimento de minha alma.

℟. Aumentai o meu amor, ó Jesus!

Eu Vos amo, porque me assegurastes a vida eterna pela digna recepção do Vosso sagrado Corpo e precioso Sangue.

℟. Aumentai o meu amor, ó Jesus!

Eu Vos amor, porque Vós me amastes primeiro, e porque sois o amor e a bondade infinita. Fazei que eu Vos ame cada vez mais.

℟. Aumentai o meu amor, ó Jesus!

Ato de desejo

Jesus, meu Deus e Salvador, quão insondável é o Vosso amor! não Vos bastava sofrer tanto e morrer, quereis ainda nutrir-me com a Vossa sagrada Carne e precioso Sangue. Oh! sublime prova de amor! Meu Jesus, eu Vos amo; desde já Vos consagro todo o meu coração, e desejo ardentemente unir-me a Vós pela santa Comunhão. Vinde, Jesus, e como outrora entrastes nas casas dos pobres, dos desamparados em enfermos, assim vinde hoje à minha alma para confirmá-la na Vossa graça e no Vosso amor. Possuindo-Vos, possuo todo, e nada me falta. Vinde, pois, divino Esposo de minha alma, sede minha consolação, minha felicidade, meu amor, minha vida e meu tudo.

℟. Vinde, não Vos demoreis, ó Jesus!

Médico celestial das almas, tende piedade de mim, eu preciso de Vosso auxílio.

℟. Vinde, não Vos demoreis, ó Jesus!

Vinde, Cordeiro Imaculado de Deus!

℟. Vinde, não Vos demoreis, ó Jesus!

Vinde, meu Deus e Salvador!

℟. Vinde, não Vos demoreis, ó Jesus!

Ato de humildade

De onde me vem a suprema ventura de que meu Senhor e meu Deus queira vir a mim? Não sou eu porventura pecador miserável! Como me aproximarei da mesa sagrada da Comunhão para receber o pão dos Anjos? Não sou digno de tamanho favor. Vós sois meu Senhor e Deus, cheio de poder, de glória e majestade, e eu sou ingrato pecador.

℟. Senhor, não sou digno de que venhais a mim.

Ó Jesus, sou indigno da mercê que vindes fazer-me; nao deveria aproximar-me de Vós, meu Deus. Mas venho por obediência, pois Vós no-lo ordenastes; venho por Vosso amor, reconhecendo humildemente a minha indignidade e extrema penúria.

℟. Senhor, não sou digno de que venhais a mim.

Pesa-me profundamente de Vos ter ofendido, meu Jesus e ainda que purificado pela santa Confissão, peço-Vos purificai-me cada vez mais; renovai o meu coração; ornai-o de Vossas virtudes; santificai a minha alma, para que Vos possa receber. Eis chegado o momento feliz da santa Comunhão. Vinde, meu Jesus, creio em Vós; vinde, meu salvador, eu Vos amo. Anjos e Santos do céu, ajudai-me; Maria Santíssima, acompanhai-me à sagrada mesa da Comunhão.

O Corpo de meu Senhor Jesus Cristo.

℟. Guarde a minha alma para a vida eterna. Amen.

Ação de graças para depois da Comunhão

Nota: O tempo depois da Comunhão é o mais precioso de tua vida. Tua alma é um santuário da divindade, teu coração é um tabernáculo vivo do santíssimo Sacramento. Jesus, o Filho de Deus, está contigo, Anjos te rodeiam. Oh! Que momentos solenes! Recolhe-te dentro em ti mesmo, e curvando a fronte, adora a Jesus, teu Deus, que tens recebido, dizendo com os Serafins:

“Santo, Santo, Santo sois Vós, Senhor dos exércitos: Céu e terra estão cheios de Vossa glória”.

Continua a falar a Jesus, teu Salvador amorosíssimo e misericordioso. Agradecendo-lhe a visita com santa alegria, oferece-Lhe o teu coração, prometendo-Lhe para sempre o teu amor; apresenta-Lhe, com toda a confiança e humildade, as tuas necessidades. Só depois abrirás o livro para fazer as seguintes orações.

O Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo guarde a minha alma para a vida eterna. Amen.

Tenho finalmente, meu Jesus, a inefável ventura de Vos possuir. EM verdade estais comigo, meu Senhor e Deus. Ah! Como corresponderei a tanta bondade! Jesus está comigo, e eu estou com Jesus. Anjos do Senhor, Santos do céu e da terra, Maria Santíssima, Mãe de meu Salvador, prestai-me todos o Vosso amor, ajudai-me a amar a Jesus. Meu Deus e meu tudo, creio em Vós. Vossa Carne é verdadeiramente comida, e eu a recebi agora na santa Comunhão. Oh! Quão imenso é o Vosso amor para com os homens! Dignastes-Vos, ó Jesus, vir em pessoa visitar-me e dar-Vos a mim. Donde me vem, Senhor, esta graça inestimável? Humildemente me prostro diante de Vossa divina Majestade, e Vos adoro com todos os Anjos e Santos. Ó Deus imenso, Deus imortal, Rei da eterna glória. Pai de misericórdia, santificado, bendito e adorado seja o Vosso santo Nome. Que ações de graças Vos darei, meu Jesus, pela graça preciosa que acabais de fazer-me? Louvai ao Senhor todos os povos, louva-O todas as nações! Minha alma, louva ao Senhor, porque Ele é bom e sua misericórdia permanece eternamente!

℟. Eu Vos agradeço, ó bom Jesus!

Sou grande pecador, meu Jesus; eu Vos abandonei, cometendo graves pecados, não sou digno de levantar os olhos para Vós, mas me perdoastes, compadecendo-Vos de mim; e por amor viestes em pessoa visitar a minha alma.

℟. Eu Vos agradeço, ó bom Jesus!

Na Vossa mesa divina me alimentastes com o Vosso precioso Corpo e Sangue.

℟. Eu Vos agradeço, ó bom Jesus!

Por Vossa visita enriquecestes a minha alma com a plenitude de Vossas graças e bênçãos.

℟. Eu Vos agradeço, ó bom Jesus!

Por esta Comunhão santificastes também o meu corpo, e me destes um penhor da gloriosa ressurreição e da vida eterna.

℟. Eu Vos agradeço, ó bom Jesus!

Divino Salvador, nunca poderei agradecer-Vos, como devo. Ofereço-Vos, pois, todos os louvores e ações de graças de Vossa Mãe Maria Santíssima, de todos os Anjos e Santos e do Vosso próprio Coração. E penetrado do mais vivo reconhecimento, Vos consagro meu coração, minha alma, meu corpo, minha liberdade, meus sofrimentos, minha vida e minha morte.

℟. Pertenço todo a Vós, ó Jesus!

Nenhum prazer, nenhum bem deste mundo separar-me-á de Vós.

℟. Pertenço a Vós para sempre, ó Jesus!

Nas alegrias e nas aflições, nos dias de saúde e nas enfermidades, na vida e na morte.

℟. Pertenço somente a Vós, ó Jesus!

Só a Vós quero amar, só em Vos quero confiar, só a Vós quero seguir em união com os Santos e Anjos.

℟. Pertenço a Vós, ó bom ó Jesus!

Sou Vosso na vida, ficarei Vosso na morte.

℟. Para Vós vivo, para Vós morro, ó Jesus!

Amorosíssimo Salvador, ensinastes-me a recorrer a Vós em todas as minhas necessidades, dizendo: “Vinde a mim vós todos que vos achais em tribulações e aliviar-vos-ei. Pedi e recebereis”. Venho, pois, com toda a confiança Vos apresentar as minhas súplicas pelas mãos de Maria Santíssima Vossa Mãe Imaculada. Sem Vós nada sou e nada posso; ficai comigo com Vossa graça, e não desampareis jamais. Vive em mim, para que eu possa viver conVosco. Santificai o meu corpo e purificai cada vez mais a minha alma. Inflamai-me Senhor, abrasai e consumi o meu coração no Vosso amor.

℟. Ouvi-me, abençoai-me, ó Jesus!

Livrai-me de todo o pecado, das ciladas do demônio e da morte eterna. Conservai o meu coração limpo e sem mancha. Defendei-me na hora da tentação, e fazei que eu perca antes a saúde e a mesma vida do que a Vós, a Vossa graça e o Vosso amor.

℟. Ouvi-me, abençoai-me, ó Jesus!

Não permitais, Senhor, que eu jamais me aproxime indignamente da santa mesa da Comunhão, comendo assim a minha própria condenação. Fazei que sempre bem me prepare por uma boa Confissão, e que, pela santa Comunhão, cada vez mais em mim se acenda o amor de Deus, e o desejo de ve-lO face a face.

℟. Ouvi-me, abençoai-me, ó Jesus!

Dai-me Vosso espírito, o espírito de paciência e caridade; fazei-me humilde e manso de coração, e concedei-me a graça de mar o meu próximo como a mim mesmo. Fazei que sejamos todos um só coração e uma só alma.

℟. Ouvi-me, abençoai-me, ó Jesus!

Confiadamente entrego nas Vossas mãos meu corpo e minha alma. Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu. Não me deixeis cair em tentação, nem partir deste mundo sem ter recebido em viático Vosso sagrado Corpo e Vosso precioso Sangue. Assisti-me nas angústias da morte; defendei e guardai a minha alma, e conduzi-me à eterna bem-aventurança, para que eu possa cantar eternamente com todos os Santos e Anjos as Vossas misericórdias.

℟. Ouvi-me, abençoai-me, ó Jesus!

Vossa divina bênção desça também sobre meus pais, irmãos, benfeitores, amigos e inimigos. Vós, Senhor, conheceis as suas aflições, necessidades e sofrimentos.

℟. Abençoai-os, ó Jesus!

Tende piedade das crianças inocentes, dos órfãos, dos pobres e enfermos, dos desamparados e aflitos, dos pecadores e dos moribundos e aflitos, dos pecadores e dos moribundos e de todos os que sofrem e precisam da Vossa graça e do Vosso auxílio.

℟. Abençoai-os, ó Jesus!

Tende piedade das almas do purgatório.

℟. Livrai-as, ó Jesus!

Vossa divina bênção desça sobre nós todos e permaneça conosco para sempre. Amen.

Ó Jesus, eu Vos agradeço o Vosso amor. Concedei-me a graça de voltar em breve á mesa da santa Comunhão. Sei bem que não sou digno, mas preciso de Vós, para vencer as tentações, e perseverar no caminho da virtude até o fim da minha vida. Amen.

Alma de Cristo, santificai-me.

Corpo de Cristo, salvai-me.

Sangue de Cristo, inebriai-me.

Água do lado Cristo , purificai-me.

Paixão de Cristo, confortai-me.

Ó bom Jesus, ouvi-me!

Dentro das Vossas chagas, escondei-me.

Não permitais que eu me separe de Vós.

Do espírito maligno defendei-me.

Na hora da minha morte chamai-me,

E mandai-me ir para Vós,

Para que com os Vossos Santos Vos louve

Por todos os séculos dos séculos. Amen.

(7 anos de indulg., quando recitadas depois da Comunhão; 300 dias, uma vez por dia, e plenária, quando recitadas mensalmente, nas condições requeridas).

Oração diante da imagem do Crucifixo

Eis me aqui, ó meu bom e dulcíssimo Jesus! De joelhos me prostro em Vossa divina presença, e com o maior fervor de minha alma Vos rogo e suplico, que Vos digneis de imprimir em meu coração os mais vivos sentimentos de fé, esperança e caridade e de uma verdadeira penitência de meus pecados, assim como uma vontade inabalável de emendar-me deles. Isto Vos peço ao mesmo tempo que com o maior afeto e dor considero comigo mesmo e contemplo no meu interior Vossas cinco chagas, tendo diante dos olhos aquilo, ó bom Jesus, que já punha em Vossa boca a respeito de Vós o Profeta Davi: Traspassaram minhas mãos e meus pés; contaram todos os meus ossos.

(Indulgência plenária nas condições ordinárias para quem rezar esta oração diante da imagem do Crucifixo, depois da Comunhão).

Adoremus – Manual de Orações e Exercícios Piedosos por D. Frei Eduardo José Herberhold O.F.M, 1929.

Última atualização do artigo em 5 de abril de 2025 por Arsenal Católico

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