A Santa Igreja Católica
Fomos batizados na Santa Igreja Católica; a ela, portanto, pertencemos. temos a obrigação de obedecer aos seus mandamentos, de seguir as suas determinações, de atender a seus conselhos. Para isto precisamos conhecê-la tal qual ela realmente é.
Organização da Igreja
A Igreja é a sociedade de todos os fiéis que têm a mesma fé, recebem os mesmos sacramentos e obedecem aos mesmos pastores, principalmente ao Papa.
Está assim organizada: os vigários governam as paróquias, e obedecem aos Bispos; os Bispos governam as dioceses, e obedecem ao Papa. De modo que o Papa é obedecido e respeitado pelos católicos de todo o mundo. É o Chefe supremo da Igreja. Por isto o chamamos de Soberano Pontífice ou Pontífice Máximo (1).
Os poderes da Igreja
1. A Igreja é composta de membros que dirigem e dos que são dirigidos. Chama-se igreja docente (que ensina) e igreja discente (que aprende).
O que a Igreja ensina como verdade de fé, sobre as coisas da Religião, todos os católicos são obrigados a aceitar, porque a Igreja não pode errar.
2. Não somente ensina, mas também faz leis para governar a todos os católicos. Os Bispos fazem leis para a suas dioceses, e o Papa faz leis para todo o mundo. E os católicos que não quiserem obedecer às leis podem ser castigados.
3. A Igreja administra sacramentos, por meio dos seus sacerdotes, os quais são ministros de Cristo, encarregados de distribuir aos homens as graças divinas. Pelo sacramentos e pela celebração da santa Missa, a Igreja promove a santificação dos católicos, sendo porém, necessário que cada um de nós queira trabalhar para se santificar.
Estes três poderes são chamados – o poder de ensinar, o poder de reger (governar), o poder de santificar.
Quem pertence à Igreja
Para pertencer à Igreja é necessário submeter-se aos três poderes que ela tem. Portanto, é necessário: 1º ser batizado (poder de santificar), 2º crer no que ela ensina (poder de ensinar), e 3º obedecer às suas leis (poder de governar).
E não basta uma das três coisas, mas é preciso que as três estejam juntas, para podermos ser católicos.
Assim, quem não fosse batizado não seria católico, mesmo que acreditasse em tudo o que a Igreja ensina e se submetesse às suas leis. Também não seria católico quem fosse batizado, mas não aceitasse o ensino da Igreja (não quisesse crer) – ou não quisesse reconhecer a autoridade dos Bispos e do Papa.
O não batizado é pagão ou infiel. O batizado que não quer crer no que a Igreja ensina é herege. (Basta negar uma só verdade católica para ser herege. Por ex.: quem nega a existência do inferno, ou não acredita na confissão). Quem não reconhece a autoridade do Papa ou dos Bispos chama-se cismático.
Outras Igrejas
Além da nossa Santa Madre Igreja, há duas outras que também se chama cristãs e cada uma delas diz ser a verdadeira igreja. São a Igreja cismática, que também se chama Cisma oriental ou Igreja grega – e o Protestantismo, que é muito conhecido entre nós.
Os cismáticos não reconhecem a autoridade do Papa, mas tem os Bispos, a quem prestam obediência.
Os protestantes não admitem nem o Papa, nem os Bispos, porque não têm o sacerdócio. Há uns pastores, que são eleitos pelo povo ou nomeados pelo Sínodo para fazer pregações e administrar os sacramentos.
Qual é a verdadeira
Nós já sabemos que a verdadeira Igreja é a nossa, e que as outras são falsas. Mas como sabemos? Como provaremos isto? É muito fácil.
A Igreja foi instituída por Cristo. O modo pelo qual Cristo instituiu a Igreja está nos Evangelhos. Nós veremos como foi que Cristo fez, no Evangelho; e veremos qual das igrejas está como nosso Senhor fez. A que estiver de acordo com o Evangelho é a verdadeira; as outras serão falsas.
Para isto veremos se a Igreja Católica tem a organização que Cristo deu à sua Igreja; veremos se Cristo instituiu o Papado; veremos se deu aos Apóstolos o poder de ensinar, reger e santificar, etc., etc. E então concluiremos que a única Igreja que está de acordo com o Evangelho é a nossa; portanto, só a Igreja Católica é a verdadeira Igreja.
Sinais para conhecer
Há também uns sinais que facilitam o conhecimento da verdadeira Igreja.
Cristo fundou uma só Igreja, porque pregou uma só doutrina, deu-lhe um só chefe, etc. De modo que a verdadeira Igreja tem que ser uma e não pode mudar nem variar.
Cristo fundou a Igreja para continuar a sua missão de salvar os homens. A missão da Igreja é, portanto, santificar. Por isto, ela deve ser santa. Se não for santa, não é a Igreja de Cristo.
A Igreja de Cristo foi instituída para todos os homens, porque Cristo veio ao mundo para salvar todos os homens. Em toda parte, para todos os povos, há de ser a mesma Igreja de Cristo. Tem de ser, pois, católica, isto é, universal, a mesma por toda parte.
Finalmente, Cristo entregou a sua Igreja aos Apóstolos. Foram eles que espalharam a Igreja pelo mundo afora. Por isso a verdadeira Igreja tem que ser tal qual os Apóstolos a receberam de Cristo, e transmitiram aos seus discípulos. Quer dizer: tem que ser apostólica.
Então nós veremos que somente a nossa Santa Madre Igreja é una, santa, católica e apostólica. E assim ficará provado que ela é a única verdadeira Igreja. É a Igreja de Cristo.
Para viver a doutrina
Mesmo que eu nunca me esquecesse de dar graças todos os dias a Deus por pertencer à Igreja católica, ainda seria pouco. Ser católico é ter certeza de estar na Igreja que Jesus Cristo fundou. É não ter receio de andar por caminho errado. É uma grande graça que Deus me concedeu. Porque eu poderia ter nascido num país de hereges, e seria, talvez, protestante. Ou numa terra de cismáticos, e estaria também fora da verdadeira Igreja. Como fui feliz em nascer numa família católica, e ter sido batizado no catolicismo! Quero agradecer a Deus este benefício mais frequentemente.
Os antigos tinham uma expressão que está caindo de uso. eles diziam sempre: a Santa Madre Igreja. Era uma bonita maneira de chamar a Igreja de Mãe, de se declararem seus filhos. Seria muito bom renovarmos este modo de falar, para lembrarmos sempre a felicidade de pertencermos à Igreja, para despertarmos uma amor filial, um grande respeito, um santo orgulho de sermos seus filhos. Seja como for, eu me lembrarei sempre do amor que devo ter à Santa Madre Igreja.
Quem ama a Igreja, trabalha pelo seu triunfo. Devo alistar-me na Ação Católica, e trabalhar pela grandeza e prosperidade da Igreja, para salvar as almas e dilatar o reino de Deus.
Nos dias de hoje, a nossa Santa Igreja continua sendo muito perseguida. Como filho, minha obrigação é defendê-la. Devo defendê-la por minhas orações, principalmente quando ela for mais atacada (ver no Missal as orações contra os perseguidores da Igreja). Devo defender também a sua doutrina, e por isto preciso estudar bastante a Religião, e continuar a estudar sempre, para aumentar meus conhecimentos religiosos.
A melhor defesa que posso fazer da Igreja é levar uma vida piedosa, de conformidade com o que ela manda e aconselha. Uma vez, Garcia Moreno defendia a Igreja, e um dos companheiros lhe disse: – “Mas tu fazes o que ela manda?” Garcia Moreno respondeu: “O teu argumento não terá valor de hoje em diante”. E foi um católico exemplar.
Um católico está ligado à Igreja pela graça divina, que recebe nos Sacramentos; pela fé nos ensinamentos, e pela obediência aos pastores. Quero manter em mim estes laços cada vez mais fortes. Obedecer sempre ao meu vigário; aceitar sempre os ensinamentos recebidos, e frequentar os Sacramentos da confissão e da Eucaristia. A Eucaristia é o termômetro da vida cristã. Ela é o centro da vida da Igreja; quanto mais devoto eu for da eucaristia, tanto mais cristão eu serei.
A Doutrina Viva – Catecismo do Pe Álvaro Negromonte, Editora Vozes, 1939.
Última atualização do artigo em 15 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico