1. A leviandade ousa dizer: “Já muitas vezes pequei, e que mal me aconteceu?” Calar-se-ia se olhasse para certos fatos. Espíritos puros, poderosos, sábios e belos tinham sido criados por Deus. Alguns rebelaram-se e logo despovoou-se o céu. Lúcifer e os que o tinham seguido, caíram do céu como um relâmpago. Santo Deus! Quanta transformação! um pecado fez de anjos, demônios; de espíritos belos, monstros de hediondez; de felizes, desesperados; de amigos do Altíssimo, condenados! Assim puniu Deus, que, entretanto, é todo amor! O que deve ser o pecado!
2. Adão e Eva eram a obra prima do artífice divino. Sua razão era esclarecida pela eterna luz, sua vontade voltada para o sol da justiça, sua carne, sujeita devidamente ao espírito; felizes, conversavam, em delicioso jardim, familiarmente com o próprio Deus… Pecaram, e apesar de nunca terem visto a consequência dum pecado, seu castigo foi tremendo. Foram expulsos do paraíso; obscureceu-se-lhes a razão, tornou-se-lhes fraca a vontade, rebelou-se a carne, conhecendo eles que estavam nus. Morte, fome, peste, guerra, discórdia, inveja, traição, tudo isso são consequências de um só pecado. Qual não deve ser a sua malícia!
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 13 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico