1. Chegando Jesus, morto de cansaço, ao monte Calvário, despem-no, não com mãos delicadas, mas cruelmente, da sua túnica, pegada ao corpo ensanguentado. Corre de novo seu sangue. Mais ainda sofre Jesus por ver-se exposto nu, até à morte, aos olhos desrespeitosos ad multidão. Atiram-no ao chão. Estendem-lhe as mãos e depois os pés; retine o ar com as marteladas; em jorros corre o sangue do Salvador, manchando os circunstantes. O Cordeiro imaculado não se queixa, mas oferece suas dores indizíveis por nossa salvação. Ele sofre a pena que tu mereceste, ocupando o lugar que a ti era devido.
2. Levantando os algozes a cruz e fixando-a na terra, aumentaram, com o abalo tremendo, as dores de Jesus. Não contentes com isso, insultaram-no ainda, na hora de sua morte, crucificando-o no meio de dois ladrões, para que fosse considerado o mais celerado. Mas quanta diferença entre os três crucificados! Um é malvado e obstinado, o segundo é penitente, o terceiro é a própria Santidade. A cruz é a parte dos bons e dos maus. Feliz, se te assemelhares ao penitente e a Jesus?
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 11 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico