1. “Não vos arvoreis em julgadores, a fim de não serdes também julgados“. Não te compete julgar o procedimento e, menos ainda, a intenção de teu próximo, pois Deus te fez irmão, mas não juiz do seu semelhante. A justiça exige ter alguém por bom, enquanto o contrário não for evidente; a caridade requer desculpar pelo menos a intenção. Quem és tu, para condenares o teu próximo? Se ele cai ou se mantém de pé, a seu senhor compete julgá-lo, não a ti. Sê misericordioso, para que encontres misericórdia perante Deus, teu Juiz.

2. a) “Com o juízo que julgardes, sereis julgados“. Tríplice costuma ser o castigo dos julgadores: Eles são julgados por seu próximo; caem muitas vezes nas mesmas faltas que em outros censuram e, finalmente, Deus lhes negará misericórdia no juízo.

b) “Hipócrita, tira primeiro a trave de teu olho, e então verás como tirar do olho de teu irmão o argueiro“. Salutar remédio contra o mau juízo! Contempla-te a ti mesmo e descobrirás o que carece de remédio. “Como julgarás, diz Santo Agostinho, o pecado de outrem, se tu mesmo não és livre de pecados?”

Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.

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