Nunca pisarei em meu Deus!

Gravura representando Santo Dominguito de Val (1793), obra de Mateo Gonzalez. Atualmente no Museu de Saragoça.

Nasceu S. Dominguinho em Saragoça (Espanha), pelo ano de 1240. Quando sua mãe lhe deu o primeiro abraço, descobriu-lhe no ombro a marca de uma cruz e, sob os cabelos louros, um círculo encarnado, como de uma coroa de espinhos.

O brasão da família, descendente dum cruzado francês, ostentava uma grande cruz sobre fundo encarnado com quatro estrelas nos ângulos.

Isto significa (dizia-lhe o pai) que nós estamos sempre dispostos a derramar o sangue por Jesus Cristo e procuramos exercitar-nos nas virtudes“.

O menino foi educado no colégio da catedral. Era de ver a piedade com que servia ao altar e a voz angélica com que entoava os cantos sacros. Os mestres elogiavam-lhe mormente a aplicação e docilidade.

Os Judeus de Saragoça resolveram assassinar um menino cristão para regar com seu sangue os pães ázimos da ceia pascal. Encarregado pela sinagoga, um deles sequestrou o inocente Dominguinho, quando regressava da catedral e, à noite, levou-o aos judeus.

– “Dominguinho – disse-lhe o grande Rabino – não te faremos mal algum, se atirares ao chão esse crucifixo que trazes ao pescoço e se o pisares com teus pés”.

– “Ah! não; nunca pisarei em meu Deus!” respondeu o menino.

Condenaram-no, então, à morte e reproduziram com ele toda a paixão de Jesus Cristo.

Açoitaram-no, coroaram-no de espinhos, pregaram-no na parede, quando expirou, atravessaram-lhe o coração com uma enorme faca. Durante toda essa cena bárbara, Dominguinho rezava e perdoava.

Uma vez recolhido o sangue da vítima, para seus ritos, os judeus cortaram-lhe a cabeça e as mãos, arrojando-as numa cisterna e, depois, enterraram o resto do corpo. Eis, porém, que tudo foi descoberto. Luzes miraculosas foram vistas sobre o sítio em que jazia o cadáver. As autoridades foram avisadas. Feitas as devidas pesquisas, encontrou-se o corpinho mutilado e, depois, a cabeça e as mãos do mesmo. Presos os presumíveis culpados, um deles por nome Albaeluz se declarou autor do horrível crime.

Foi condenado, mas, antes de morrer, converteu-se ao cristianismo e foi batizado.

Certamente foi Dominguinho que lhe alcançou essa graça.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves.

Visto em: Dominus Est

Última atualização do artigo em 11 de março de 2025 por Arsenal Católico

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