1. a) “Eu te saúdo, cheia de graça, o Senhor é contigo“. O anjo não falou de si, mas louvou a outrem. Reconheces, de bom grado, os méritos dos outros? Quanto a ti, fala, como o anjo, não de teus méritos, saber, virtude, etc., e sim daquilo que possa ser útil a tua alma. Deves visar em tudo a glória de Deus, o bem de tua alma e da do próximo.
b) “Cheia de graça, o Senhor é contigo“. A graça é a única coisa que tem valor aos olhos de Deus. E está ela em tua alma, ou acha-se esta cheia de imperfeições e pecados?
2. a) “Quando ela o ouviu, turbou-se do seu modo de falar“. Maria, ao ouvir da boca do anjo o louvor sublime de sua virtude, ofendeu-se em sua humildade. Quanta diferença entre o proceder de Maria e o teu! Tu ficas turbado quando, com maior ou menor razão, és censurado, enquanto com intimo prazer prestas toda atenção a qualquer palavra de louvor.
b) Para tranquilizar a Santíssima Virgem, outro meio não buscou o anjo do que dizer-lhe: “Achaste graça diante de Deus.” Poder-se-á, por ventura, dizer o mesmo de ti? De nada te aproveita agradar aos homens, se não achares graças perante Deus.
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.