Tende piedade de mim, Senhor, tende piedade de mim. Estou triste, mergulhado na dor. Ai de mim! Cheguei a este ponto da vida em que só restam saudades e arrependimento. Abusei de tudo; e agora as criaturas não têm mais atrativos nem para meu coração nem para meus sentidos; a vida tornou-se um fardo, os prazeres me fogem, as tristezas me acabrunham. Vi caírem, em redor de mim, parentes, amigos, tudo! O abismo do túmulo devorou tudo quanto me era caro. Quase só e isolado no universo, o humor e o aborrecimento são os únicos companheiros do meu retiro. Não se pensa mais em mim do que num cadáver ou vaso despedaçado. Nesse estado de abandono e desprezo, a amargura e o fel inundam minha alma. Infeliz, infeliz!… Que será de mim? Mas ouço murmurar ao meu ouvido uma voz. Que diz? – Deus é Pai, esperança! – Deus é Pai! Deus é Pai… É um bálsamo na ferida do coração. Esperança, esperança! É um clarão nas trevas, uma flor entre as ruínas. Pai, não me abandoneis na hora em que tudo me abandona. Sois meu Deus, eu me lanço em Vossos braços até à hora suprema em que entregar minha alma em Vossas mãos.
Maria, refúgio dos pecadores, rogai por mim.
O Pequeno Missionário, Manual de Instruções, Orações e Cânticos, coordenado pelo Pe. Guilherme Vaessen, Missionário da Congregação da Missão, 1953.
Última atualização do artigo em 24 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico