Oração humilde por ocasião de preces públicas

Senhor, rico em misericórdias, e que pelas entranhas de vossa bondade Vos abrandais com as súplicas de vossos servos, posto que pecadores e indignos; que nos enviais o castigo para nos corrigir, e não para perder a obra de vossas mãos, antes procurais restituí-la à sua primitiva formosura; Vós, que também sois Deus Onipotente, volvei a nós vossos olhos compassivos, e atendei às súplicas de vossos servos, que oprimidos com o enorme peso de suas culpas não se atrevem a pedir o perdão delas.

Porém, Senhor, confiados em vossa clemência e misericórdia, do abismo de nossos males vos levantamos as mãos, e com voz submissa vos dizemos: Pecamos, Senhor, cometemos a iniquidade, obramos impiamente, porque esquecidos de vossos mandamentos nos deixamos arrastar de nossas perversas inclinações; calcamos aos pés a lei santa de vosso Filho, nosso Salvador; desprezamos os merecimentos que de sua Paixão e Morte nos poderiam resultar; tornamo-nos o opróbrio de vosso unigênito: Sacerdotes e povo todos igualmente delinquimos e nos apartamos do caminho da retidão, somos servos inúteis, e não há quem obre o bem e a justiça; fechamos, com a nossa ingratidão, o tesouro de vossas misericórdias, e por nossa iniquidade e estudo da malícia nos tornamos indignos de vossa clemência; Com razão experimentamos os rigores de vossa justiça. terrível sois em vossos castigos, mas nós os havemos merecido! Tremem os montes em vossa presença, e quem se oporá à força de vosso braço? Se fechardes o Céu, quem o abrirá? Se lhe abrirdes as cataratas, quem as fechará? Enriquecer ou empobrecer, dar vida ou morte, ferir ou sarar, fácil coisa é em vossos olhos, de vossa vontade só depende. Estais justamente irado contra nós, porque pecamos. Somos o opróbrio de nossos vizinhos; apartastes de nós a vossa face, e ficamos cobertos de pejo. Abrandai porém, Senhor, vossa ira, perdoai a vosso povo, e não nos desampareis para sempre por causa de nossas iniquidades. Perdoai ao povo que é herança vossa, não nos entregueis em vilipêndio aos olhos de nossos inimigos, castigai-nos com brandura, e usai para conosco de misericórdia.

Curvados os joelhos perante vossos altares, e humilhados os corações perante vossa majestade recorremos à vossa clemência e bondade; apelamos do Juiz justo e irritado para o Pai compassivo e amoroso: Suspendei, Senhor, o flagelo de vossa ira como outrora obrastes com o rei Davi; e posto que não façamos tão exemplar penitência como ele, supra vossa misericórdia o que falta em nossa contrição, e sede-nos propício; aplacai vossa ira, dai saúde aos enfermos, conservai nela os sãos, apartai de nós toda a doença contagiosa, não nos deixeis perecer na terrível calamidade que nos oprime. Arrependidos estamos, Deus e Senhor nosso, de nossas muitas iniquidades que a causa são dos castigos que nos mandais; porém, como é grande nossa fraqueza, sustentai-nos sempre com a vossa graça para que pela prática de boas obras possamos agradar-Vos; isto Vos pedimos pelos méritos e intercessão da puríssima Virgem e Mãe de Deus, e pela proteção dos espíritos angélicos e de todos os Santos, e Vos damos louvores a Vós Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo, que viveis e reinais uno e trino por todos os séculos. Amen.

Novas Horas Marianas ou Ofício da SS. Virgem Maria, J. I. Roquette, 1888.

Última atualização do artigo em 10 de janeiro de 2025 por Arsenal Católico

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