1. “Então lhe disse um da turba: Mestre, dize a meu irmão que divida comigo a herança“. O amor desordenado aos bens da terra muitas vezes é a causa de discórdias mesmo entre aqueles que mais se devem amar. Valem, na realidade, tanto? Aquele homem, que a Jesus devia ter pedido a herança eterna, preferiu pedir os bens passageiros da terra. Que triste cegueira! Qual é o principal objeto de tuas orações? Negócios e desejos temporais ou a maior perfeição cristã? Amando demasiadamente riquezas e honras deste mundo, estás em perigo de seres pobre e desprezado na eternidade.
2. Jesus não quis meter-se num litígio que as leis regulam e os tribunais julgam: “Homem, quem me constituiu juiz ou partidor vosso?” “Com razão“, diz Santo Agostinho, “quem veio do céu para adquirir-nos bens divinos, negou-se a imiscuir-se na partilha de bens terrestres“. Jesus, querendo desprender da terra os corações, acrescentou: “Guardai-vos e acautelai-vos de toda a avareza.” O mundo chama feliz a quem muito possui e goza; Jesus, a quem por amor a Ele é pobre e sofre. Lembra-te que Jesus um dia te julgará segundo Suas máximas, não segundo as do mundo.
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 26 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico