1. Não é suficiente não odiar a ninguém. Dirás: “Não quero mal, mas também nada tenho que ver com quem me ofendeu”? Palavra é essa detrás da qual se escondem aversão e rancor. Deus não exige indiferença e sim amor ao inimigo. Por ti, Jesus crucificado, embora tenhas ofendido grave e repetidamente, orou: “Pai, perdoa-lhe, pois não sabe o que faz”. Queres o teu direito? Pois Deus quer o seu; quer que não seja ofendido por implacabilidade e quer que por ti seja amado todo aquele que Ele não exclui de seu amor.
2. Há alguma coisa que te desagrade em teu próximo? Lembra-te que também tu tens fraquezas, e que outros precisam de resignação e paciência, para aguentá-las. Foste ofendido? Pagar o bem com o mal é diabólico; o bem com o bem, é humano; o mal com o bem, é divino. Imita a Deus na imensidade de Seu amor. Examina o teu íntimo. Não há nele nenhuma susceptibilidade? Nenhuma aversão prolongada? “Não deixes entrar o sol sobre a tua ira”. Perdoa, para que aches um juiz que também a ti te perdoe. Ser-te-á mais fácil quando te lembrares da brevidade da vida e da aproximação do dia das contas finais. Faze agora o que então desejarás ter feito.
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 11 de abril de 2025 por Arsenal Católico