1. “O reino dos céus é comparado a um homem que quis tomar contas a seus servos. Ao tomar contas, apresentou-se um que lhe devia dez mil talentos“. Quantia enorme! Tu, entretanto, deves ainda mais, porque não há divida maior que a do pecado. Por ti, jamais poderás pagá-la. Que seria de ti, se Deus não se compadecesse? Como o rei ao servo, assim Deus a ti já muitas vezes perdoou toda a dívida. Aos anjos, que pecaram só uma vez, não perdoou. Não mereceste, entretanto, sorte igual? Onde tua gratidão?
2. a) O servo, tão generosamente perdoado, teve a incrível dureza de fazer prender um outro servo que lhe devia uma quantia insignificante e que em vão implorava sua misericórdia. Não precedeste já do mesmo modo? Deus te perdoou tua ingente dívida, e a teu próximo talvez não perdoaste de coração.
b) “E, indignado, seu senhor entregou-o aos verdugos, até pagar tudo que devia“. A antiga dívida estava perdoada; a nova, porém, contraída pela falta de caridade, equivalia àquela. Se não fores misericordioso para com o teu próximo, Deus não o será para contigo.
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 1 de janeiro de 2025 por Arsenal Católico