QUE É O INFERNO?
O inferno é um lugar de castigo eterno, cheio de fogo.
O que há depois da morte, só Jesus Cristo nos pode ensinar. E Jesus nos ensinou que há um inferno. As palavras de Jesus estão guardadas na Santa Escritura.
Jesus falava muitas vezes do inferno.
Quanto mais pensamos no inferno, tanto menos perigo há de cair nele.
Jesus diz que o inferno é um lugar de tormentos, um castigo eterno, um fogo, que não será apagado, uma cadeia escura, onde haverá choro e ranger de dentes. jesus chama aos condenados do inferno “malditos”, que sempre ficarão afastados de Deus.
Há pessoas que querem viver descansadas nos seus pecados mortais. Não querem ser incomodadas pelo medo do inferno. Por isso dizem que não há inferno.
Jesus, sabendo isso, falou bem claro do inferno. Enquanto Jesus falava do inferno, Ele estava vendo o inferno e os infelizes condenados ao fogo eterno… Jesus disse que é melhor perder uma mão ou um pé, do que fazer um pecado mortal. Jesus disse assim: “Se tua mão te faz pecar, corta a mão: pois é melhor entrar mutilado na vida eterna, do que, tendo as duas mãos, ir para o inferno. Se teu olho te faz pecar, arranca o olho; pois é melhor entrar no céu sem um olho, do que com dois olhos ser lançado no fogo do inferno, onde o bicho (isto é o remorso) nunca morre, e o fogo nunca se apaga”.
É o solene “nunca” do Senhor, que convém ter na lembrança. Jesus repete muitas vezes: “O remorso nunca morre e o fogo nunca se apaga”.
O castigo do inferno nunca se acabará. O castigo do inferno é eterno.
Eterno é o que nunca terá fim.
Quem cai no inferno, não tem mais esperança. Se de cem em cem anos se tirasse um grãozinho de areia da beira-mar, depois de tirar assim toda a areia, não teria ainda acabado o castigo do inferno.
Um dia um menino andava numa fábrica de foguetes com um foguete no bolso. Por um acaso pegou fogo o foguete e lhe queimou todo o peito e mais uma grande parte do corpo.
Eu fui chamado para o menino. Oh! como chorava! “Senhor vigário”, gritou-me, “ajude-me, eu não aguento mais!”
E contudo estas queimaduras não eram nada em comparação com o inferno. No outro dia o menino morreu e já não sentia mais a dor. No inferno toda a alma e, depois da ressurreição da carne, também o corpo está no fogo e este fogo nunca será apagado.
Quem de vós aguenta um só dedo no fogo durante um só minuto? Ninguém. Como então aguentaremos com o corpo inteiro no fogo do inferno para sempre?!
Então é melhor perder um olho ou uma mão, que fazer pecado mortal e merecer o inferno.
Dizem que os pagãos mandaram Santa Luzia escolher: ou fazer pecado mortal ou perder os olhos. Os pagãos diziam-lhe: “Deves renegar a Jesus Cristo: senão, te arrancamos os olhos”. E ela respondeu: “Arranquem! pois nunca renegarei a Jesus”. Santa Luzia preferia perder os olhos a fazer pecado mortal e merecer o inferno.
São João Damasceno também tinha de escolher: ou perder uma mão, ou fazer pecado. Não quis fazer o pecado e se deixou cortar a mão. Nós também antes queremos perder tudo que fazer pecado mortal e merecer o inferno.
Um homem enganou os outros. Agora está com o dinheiro deles e custa-lhe muito restituir. Restitua! É melhor perder tudo que cair no inferno!
Uma mulher está, como dizem, casada só civilmente e o homem não se quer casar na Igreja: Saia da casa daquele que não é seu marido, custe o que custar, para não cair no inferno!
Um pai mau manda o seu filho roubar ao vizinho uma coisa de valor. Se não o fizer, o pai o maltrata muito. O filho não roube! Antes sofrer tudo que pecar e cair no inferno!
Um rapaz tem muitas tentações para fazer um pecado desonesto. Vença-se, custe o que custar, para não cair no inferno!
Alguém tem muita vergonha de dizer um pecado mortal na confissão: antes sofrer toda a vergonha que fazer pecado mortal e ser condenado ao inferno!
No inferno não há alívio algum: nenhuma consolação, nenhum divertimento.
Jesus, que viu o inferno, ensinou isto bem claramente. Jesus contou o seguinte: Havia um homem rico, que tinha vestidos bonitos e todos os dias fazia grandes jantares.
E havia um pobre mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de feridas, que estava deitado à porta do rico. Ele desejava matar a sua fome com os restos da mesa do rico. Mas ninguém lh’os dava. Morreu o mendigo e foi levado pelos anjos ao limbo; pois o céu estava fechado, porque Jesus ainda não tinha morrido na cruz.
Morreu também o rico e foi sepultado no inferno.
E quando ele estava nos tormentos, viu de longe a Lázaro com Abraão, o pai do povo escolhido. e o rico gritou: Pai Abraão, tende pena de mim e mandai cá Lázaro, para com o seu dedo molhado na água refrescar a minha língua. Pois sofro tanto nestas chamas!…
E Abraão respondeu que não podia ser.
Não podia ser porque Deus não deixava. Deus é tão bom e tão misericordioso… Mas Deus também é justo:
Deus não dá o menor alívio àqueles, que até à sua morte ficam no pecado mortal.
No inferno não há alívio algum, nem consolação alguma, nem uma gota de água na língua queimada pelo fogo. O fogo do inferno não é como o fogo desta terra que, queimando, destrói. O fogo do inferno, queimando, conserva a alma e os corpos, para poderem sempre sofrer.
Os condenados, veem só fogo, ouvem as chamas e os gritos de desespero, cheiram a fumaça, experimentam sabores amargos e nojentos, sentem arder o fogo.
Porém há no inferno uma dor maior que a do fogo, e maior que a falta de toda a consolação: é que os condenados nunca verão a Deus.
Para nós não é fácil compreender esta infelicidade, porque não conhecemos bem a Deus. Aqui também temos muitas coisas que nos agradam por causa de alguma perfeição, que elas têem de Deus. Esta semelhança das coisas da terra com as perfeições de Deus é muito imperfeita: porém esta semelhança pode enganar o nosso desejo de um Bem infinito, de Deus.
Mas os condenados não têem mais nada que lhes dê algum prazer. Também os condenados viram a Deus no momento do juízo e não o podem mais esquecer. Com um desejo irresistível estas almas querem ir para junto de Deus, seu único bem, o único que é digno de ser amado por causa de Si mesmo.
Mas Deus os rejeita. Em vida eles não queriam a Deus, agora Deus não quer mais a eles.
Como um cego deseja ver a luz, mas nunca a verá, assim eles querem ver a Deus, mas nunca o verão.
Jesus Cristo, também nos falou deste horrível castigo dos condenados de estarem longe de Deus. Jesus disse que no dia do juízo rejeitará aqueles que morreram com pecado mortal, com estas palavras: “Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno!” E assim ficarão para sempre afastados de Deus, pois Jesus diz: “e eles irão para o castigo eterno”. O inferno é um lugar de castigo eterno, cheio de fogo.
“Bom Jesus, minhas orações não são dignas, mas fazei por Vossa bondade, que o fogo eterno não me queime”.
Explicação do Pequeno Catecismo, Pe. Jacob Huddleston Slater, Doutor em Teologia e Filosofia Escolástica, 2ª Edição, 1924.