DA SANTIFICAÇÃO DOS DIAS SANTOS
1 – Cada um de nossos dias deve ter como regra a glória de Deus; porém, Ele escolheu alguns, nos quais exige de nós um culto especial: são os dias santos.
2 – Devemos, pois, santificá-los por um grande número de obras de piedade: a missa, os sacramentos, a oração, a assistência aos sermões, as santas leituras.
3 – Mas não devemos, contudo, fatigar o corpo e oprimir o espírito pelo excesso das práticas de devoção. Aqui tem lugar o que dissemos falando da oração.
4 – Devemos também lembrar-nos de que uma visita de cerimônia, um passeio recreativo, um divertimento razoável (tudo coisas na ordem da Providência) podem ser oferecidas a Deus e servir assim para santificar os dias santos. Da mesma sorte, as outras ações reclamadas pelo sustento da vida, o comer, o repouso, o sono, não se opõem tão pouco ao que exige nos dias santos a santidade do cristão.
5 – Eu faço estas observações para consolar as almas que se inquietam sem motivo a respeito da santificação dos dias santos, e parecem seguir antes as superstições farisaicas do antigo sábado do que a santa liberdade de espírito que nos deu Jesus Cristo no seu Evangelho. Que essas pessoas evitem os extremos: uma dissipação ou uma oração excessiva.
6 – Se as circunstâncias vos não permitem assistir às instruções religiosas, lede todos os dias santos algumas páginas sobre a doutrina cristã, para não esquecerdes os ensinos da nossa santa religião.
7 – Se num dia santo acontecer que devais viajar ou entregar-vos a outra ocupação que não seria da vossa escolha, mas que vos sobreveio de improviso, não vos inquieteis com não poderdes desempenhar comodamente os vossos exercícios habituais de piedade. Recorrei então às orações jaculatórias, as quais como já dissemos, substituem todas as outras orações.
8 – Observai, enfim, que as pessoas obrigadas a ficar em casa, a ter conta em crianças, a assistir a doentes, podem santificar um dia santo por uma só missa: porque estão ocupadas em obras de justiça e de caridade. Nestes casos, a ocupação, que é santa, vale o mesmo que uma longa oração.
Direção para Viver Cristãmente pelo Rev. Padre Quadrupani, Barnabita, 1905.
Última atualização do artigo em 9 de março de 2025 por Arsenal Católico