1. No advento, princípio do ano eclesiástico, a Igreja lembra a seus filhos o dia das contas finais. Reduzida a terra a cinzas, a voz dos anjos fará ressoar as palavras que assustavam São Jerônimo no deserto: “Levantai-vos, mortos; vinde ao juízo!” Que alegria, então, para as almas justas, reunir-se com o seu corpo glorioso, impassível, imortal, ágil como os espíritos, brilhante como o sol. Que consolo saber que, enfim, será reconhecida sua inocência, sua virtude, por todo o mundo. Que horror, para as almas dos réprobos, unir-se com seu corpo estigmatizado pelo sinal das penas eternas! Que confusão ao se lembrarem que todos, amigos e inimigos, vão saber agora de sua vida escandalosa!
2. Não pode ser imaginada uma separação de consequências mais decisivas, do que a dos bons e dos maus no último juízo. Não são a idade, o sexo, o nascimento nobre, o saber ou a riqueza que aqui influem, mas unicamente a virtude e o pecado. Terrível momento que separará bons e maus, por maior e mais íntima que tenha sido a sua união na terra! Que desespero dos maus, ao verem-se perdidos sem a menor esperança! Que consolo dos justos, ao serem recompensados por tantos sacrifícios e privações! De que lado estarias, se o juízo se realizasse hoje?
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 26 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico