Teresa sofreu toda a espécie de privações. Mas sofreu uma privação pior do que as privações humanas. Um dia, Deus mesmo pareceu faltar-lhe. Como antes dela São Felipe Benício, como depois dela São José Calazans e Santo Afonso Ligório, ela conheceu a provação de se ver condenada, rejeitada, ela e suas filhas e seus filhos, em nome e pela autoridade do Vigário do Esposo.
Era um desses dias preditos desde há muito onde – agora da citação Apocalipse – foi dado à “besta” de fazer guerra aos santos e de os vencer. O espaço falta-nos para contar esses incidentes dolorosos. Para quê contá-los? A “besta” não tem nesses casos senão um modo de proceder, que repete no décimo sexto século, no décimo sétimo, no décimo oitavo século e sempre.
Como também a “besta” tem sempre o mesmo objectivo, Deus permitindo-o, não tem senão um objectivo: o de conduzir os seus a este alto grau de união crucificante onde aquele que quis ser o primeiro a saborear a amargura desta borra de vinho pôde dizer dolorosamente, mais do que ninguém: “Meu Deus, meu Deus porque me abandonastes?”
Dom Prosper Guéranger in Méditation: Le XV October, Sainte Thérese, Vierge
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Última atualização do artigo em 3 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico