Santo Estanislau Kostka

Santo Estanislau Kostka. Uma foto do livro "A vida dos Santos do Senhor em todos os dias do ano", 1910, domínio público, Wikimedia Commons

SANTO Estanislau Kostka, descendente de família nobilíssima da Polônia, nasceu em 1550. Treze anos viveu na casa paterna, onde tanto se distinguiu pela piedade e santidade de vida, que por todos era chamado o anjo. A repugnância que manifestava, por tudo que contrariava a virtude angélica era tanta, que uma palavra obscena o fazia desmaiar. Contrário a meninos da mesma idade, que geralmente têm prazer em brinquedos, divertimentos, etc. Estanislau se aborrecia com estas coisas. O recreio e único prazer do menino era estudar e rezar. Na idade de quatorze anos passou com o irmão mais velho, Paulo, para Viena, onde se matriculou no seminário, dirigido pelos Padres Jesuítas. Perturbações, porém, de ordem social fizeram com que este se fechasse e Estanislau domiciliou-se com o irmão na casa de um luterano. O modo de vida do jovem naquela casa era o mesmo do seminário. Inimigo de tudo que é do mundo, reconcentrou-se no estudo e nas obras de piedade. Entre os exercícios religiosos tomavam o primeiro lugar a assistência quotidiana á santa Missa e a sagrada Comunhão. Em. tudo diferente era o irmão Paulo. Não concordando com o gênio e modo de pensar de Estanislau, abusou da sua superioridade, durante três anos, maltratando o irmão mais novo. Este suportou com paciência os maus tratos que lhe vinham do irmão. “Hei de viver como sei que Deus o quer, seja ou não do agrado de meu irmão,” dizia Estanislau e continuou nas práticas piedosas. Aos frequentes convites para participar dos divertimentos do mundo, respondia: “Nasci para coisa mais alta.” Terníssima era a devoção que tinha a Maria Santíssima e o Rosário era a sua oração quotidiana. Durante a noite se levantava. da cama, ficando em oração longas horas.

Grande desejo tinha de ser aceito entre os aspirantes da Companhia de Jesus. O pedido de admissão, porém, foi-lhe indeferido, não querendo os Superiores favorecer este passo, sem que os pais de Estanislau soubessem da ideia e a aprovassem. Estes se opuseram francamente à vontade do filho. Após longa oração e tendo ouvido o conselho do confessor, resolveu realizar o plano: Sem fazer comunicação à família, dirigiu-se a Dillingen, onde se achava o Provincial da Companhia, Pedro Canísio Este teve duvidas sobre a admissão jovem; animou-o, porém, a ir até Roma. Estanislau obedeceu e fez a longa viagem de Viena a Roma, a pé. “Eu teria ido até a Índia, se isto preciso fosse para alcançar minha vocação.” – disse uma vez Estanislau aos companheiros. Chegado a Roma, lançou-se aos pés cio Superior Geral ela Companhia de Jesus, Francisco Borja, pedindo-lhe com todo o fervor que o aceitasse. Francisco Borja fez levantar o jovem, estreitou-o nos bra­ços e recebeu-o com amor paternal entre os noviços. O zelo, a dedicação do jovem religioso foram tão admiráveis, que já nas primeiras semanas Estanislau foi apresentado aos companheiros como modelo perfeito ele virtude.

Uma carta do pai, cheia de ameaças e repreensões, trouxe-lhe muita tristeza, mas não conseguiu demove-lo do caminho, uma vez enveredado.

Edificantíssimo era-lhe o recolhimento, perfeita a obediência., grande o amor à mortificação. Tratando os superiores com todo o respeito, para os companheiros era a caridade em pessoa. De todas as virtudes era a do amor de Deus a que mais lhe merecia a atenção, e lágrimas enchiam-lhe os olhos, quando se falava de Deus. Frequentes eram as manifestações extraordinárias da sua união nupcial com Deus na oração. O semblante tão humilde e meigo parecia-lhe então banhado em luz e ao corpo comunicava-se-lhe um calor tal, que apesar do frio intenso de inverno, precisava recorrer à abluções com água fria. Ao ouvir o nome de Deus e de Maria Santíssima, o rosto tornava-se-lhe radiante. Perguntando-lhe uma vez um sacerdote se amava a Maria, Kostka respondeu: “Que dúvida, se ela é minha mãe!” Não se levantava de manhã, nem de noite se deitava, sem que, pondo-se de joelhos, tivesse pedido a benção à divina Mãe.

Existia no noviciado o costume de sortear o padroeiro mensal. Uma vez, quando se estava em Agosto, Kostka recebeu S. Lourenço por padroeiro. Com uma devoção especial o jovem celebrou o dia do Santo. No mesmo dia se sentiu acometido de febre e, apesar dá moléstia não apresentar nenhum sintoma alarmante, Estanislau de um modo muito positivo predisse a morte próxima. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos e não mais largava das mãos o crucifixo e uma imagem de Nossa Senhora. Maria Santíssima dignou-se de aparecer ao seu servo, com um cortejo grande de virgens glorificadas e Anjos, convidando-o para com elas entrar no reino celestial. No mesmo dia, isto é, em 15 de Agosto de 1568, o jovem noviço entregou a alma ao Criador. As últimas palavras de Estanislau foram invocações devotíssimas dos santos nomes de Jesus e Maria. Nas mãos segurava o crucifixo e o terço.

Estanislau não tinha ainda completado 18 anos, quando Deus o chamou à eterna glória. Numerosos foram os milagres que se observaram no túmulo do santo noviço.

Canonizado por Bento XIII, Estanislau Kostka é na Polônia venerado como padroeiro da nação e, ao lado de São João Berchmans e S. Luiz de Gonzaga, apresentado à mocidade como modelo perfeito de virtude e santidade.

REFLEXÕES

S. Estanislau Kostka dá aos jovens belíssimos exemplos, dignos de imitação. Entre muitos ensinamentos que da vida deste admirável Santo podem colher, destacamos as seguintes: 1º S. Estanislau manifestava pavor de conversas livres e impuras. Não é, entretanto, a impureza o vício que campeia entre a mocidade? 2º Santo Estanislau não se deixava levar pelo respeito humano e pouco se lhe dava o escárnio de companheiros frívolos e o mau trato que experimentava do próprio irmão. “Eu quero viver – dizia, – como é agradável a Deus, tenha isto ou não o agrado de meu irmão.” O respeito humano, o receio de desagradar, o medo de cair no ridículo dos tolos, é que a muitos jovens afasta da prática do bem e da religião. 3º Logo no começo da doença, Santo Estanislau se dizia pronto a aceitar a morte, se fosse vontade de Deus chama-lo. O puro, o virtuoso, o amigo de Deus em verdade não receia a morte e está sempre preparado para comparecer diante do eterno e supremo Juiz. “Quem quer ter uma morte tranquila, faça penitência, enquanto tiver saúde”, aconselha S. Bernardo.

Na Luz Perpétua, Leituras religiosas da Vida dos Santos de Deus para todos dos dias do ano, apresentadas ao povo cristão por João Batista Lehmann, Sacerdote da Congregação do Verbo Divino, Volume II, 1935.

Última atualização do artigo em 25 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico

Compartilhe:

Picture of Arsenal Católico

Arsenal Católico

O Arsenal Católico é um blog dedicado à preservação e divulgação da tradição católica, abordando tudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui, você encontra orações católicas, novenas, ladainhas, documentos da Igreja e reflexões sobre os santos e a doutrina católica. Nosso compromisso é oferecer conteúdos profundos e fiéis aos ensinamentos da Igreja, promovendo a formação e o fortalecimento da espiritualidade de cada visitante.
Encontre-nos aqui

Relacionados