O SANTO Apóstolo Simão era oriundo da Galileia e pertencente à tribo de Nephtali ou Zabulon, não devendo, portanto, ser confundido com o Apóstolo S. Simão, parente de Nosso Senhor Jesus Cristo. Segundo o testemunho de Nicéforo, Simão atravessou a ilha de Chipre, o Egito, a Mauritânia e outros reinos africanos e chegou até às Ilhas Britânicas.
Muito pouco fidedignas são as notícias que de S. Simão até nós chegaram. Nada ou quase nada sabemos dos trabalhos apostólicos e da morte deste Apóstolo. Um martirológio antiquíssimo diz que sofreu o martírio na Pérsia; São Jerônimo e Beda, o venerável, são da mesma opinião.
Judas, chamado também Tadeu, é irmão de S. Tiago Menor e de Simão, Apóstolos todos três e filhos de Cleofas ou Alfeu e Maria, uma das santas, mulheres que assistiram a morte de Jesus Cristo na Cruz. Foi Judas aquele Apóstolo que, por ocasião da última ceia, perguntou a Jesus Cristo porque se manifestava só aos apóstolos e não ao mundo. O divino Mestre respondeu-lhe que o mundo não era digno das revelações divinas, por ser inimigo de tudo que é de Deus.
Depois da descida do Espírito Santo, quando dos Apóstolos cada um procurou seu campo de evangelização, Judas Tadeu se dirigiu para Síria, Mesopotâmia e Armênia. Em 63 tomou parte no concílio apostólico em Jerusalém, que elegeu Simão, irmão de Judas, bispo e sucessor de S. Tiago Maior.
Nicéforo e outros referem que Judas morreu em Edessa. Outros, porém, dizem que sofreu o martírio na Pérsia.
Acredita-se que os corpos destes dois Apóstolos se acham na catedral de S. Pedro, em Roma. De São Judas Tadeu existe uma epístola, a última das epístolas católicas inscritas no cânon dos livros sacros e reconhecidos pela Igreja. Esta Epístola, segundo opinião de muitos, Judas dirigiu-a aos judeus cristãos (judeus que se tinham convertido ao cristianismo) da Palestina. É provável que tenha sido composta antes da destruição de Jerusalém, porque o Apóstolo nenhuma alusão faz à tal catástrofe, o que seria estranhável, se a tivesse escrito depois, do ano 70.
Nela são exortados os cristãos de conservar a doutrina que receberam dos grandes mestres da Igreja, o que faz supor que esta epístola tenha sido escrita depois da morte dos outros Apóstolos.
REFLEXÕES
Longos anos passaram estes dois Apóstolos em árduos trabalhos pela salvação das almas e pela propagação do reino de Cristo sobre a terra. Salvar almas é sua meta e para consegui-la não medem sacrifícios, por mais frequentes e dolorosos que sejam. Também nós devemos ser apóstolos, zeladores da propagação da fé. Se o amor de Jesus Cristo nos anima, não podemos deixar de ter amor também à sua obra, que é conduzir todos os homens ao aprisco do supremo pastor. “As missões estrangeiras, diz o grande Papa Pio X, são empreendimentos que carecem ser recomendados aos católicos de fé. Quem souber apreciar o valor da nossa religião e possuir uma centelha de amor ao próximo, decerto não negará auxílio a tantos pobres irmãos, que se perdem nas trevas e na sombra da morte”.
Dá às missões tuas orações, tuas mortificações, tua esmola.
Na Luz Perpétua, Leituras religiosas da Vida dos Santos de Deus para todos dos dias do ano, apresentadas ao povo cristão por João Batista Lehmann, Sacerdote da Congregação do Verbo Divino, Volume II, 1935.
Última atualização do artigo em 24 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico