São Egídio († cerca de 700)
Não há documentos certos da vida de Santo Egídio, o qual desde tempos imemoriais é tido em grande veneração na França, Inglaterra e Alemanha. Dizem que era filho de nobre família ateniense.
Egídio era um homem de grande virtude e saber, que gozava da maior estima dos concidadãos. Para fugir dos elogios que lhe ofendiam a modéstia e não sabendo como conseguir de outra maneira uma vida mais recolhida, resolveu abandonar sua terra e emigrou para a França, onde se estabeleceu num lugar ermo, no Baixo Ródano. A fama de santidade espalhou-se-lhe também ali, motivo por que, pela segunda vez, se pôs em viagem e retirou-se para um lugar desconhecido, perto de Gard, e mais tarde para a Diocese de Nunes, onde viveu na maior pobreza, alimentando-se só de ervas e raízes. Diz a biografia do Santo, que Deus lhe mandou uma corça, cujo leite lhe serviu de alimento por algum tempo.
Certo dia aconteceu que a corça, perseguida por Flávio, Rei dos Godos, se refugiasse na choupana de Santo Egídio, tornando-se assim conhecida a residência do eremita. O Rei visitou-o e tão impressionado ficou pela virtude do servo de Deus, que se deixou tomar de grande simpatia e respeito por ele.
Foi o bastante para que Egídio, em pouco tempo, recebesse visitas de muita gente, e o nome e santidade se lhe tornassem conhecidos e celebrados em toda a redondeza.
Não podiam faltar homens piedosos, que tocados pelo mesmo espírito que animava a Santo Egídio, quisessem limitar-lhe o exemplo e a solidão e com ele viver em obediência a uma regra proposta pelo santo homem. Santo Egídio aceitou diversos candidatos e deu-lhes a regra de S. Bento por norma de vida. O convento que os piedosos monges fundaram, foi mais tarde transformado em igreja, entregue a sacerdotes seculares. Ao redor dessa igreja se formou, pouco a pouco, um povoado, que recebeu o nome de Santo Egídio.
Santo Egídio morreu santamente no ano de 700, aproximadamente. Foram observados muitos milagres que se lhe realizaram no túmulo.
Na França existe grande número de conventos e igrejas com o nome de Santo Egídio. As relíquias do Santo acham-se em Toulouse.
REFLEXÕES
Santo Egídio saiu da pátria para furtar-se ao elogio dos homens. São poucos os que imitam este exemplo. Muitos procuram recompensa do pouco bem que fazem, nas honras e glórias vãs do século e com isso se contentam. É imitar os fariseus e escribas do tempo de Jesus Cristo. Desses Nosso Senhor disse: “Eles fazem as obras para serem vistos pelos homens”. Qual é o proveito? “Já receberam a paga”. (Math. 6). Não os imitemos. Se se nos deparar ocasião de praticar um bem, não o façamos com o intuito de colher elogios e festas da parte dos homens, mas antes para honrar e louvar a Deus ou com um outro fim nobre e santo. Que nos adianta o elogio? Por que procurar uma paga tão exígua, quando se nos oferecem recompensas eternas? Seja o lema em tudo que fizermos: “Tudo para maior honra de Deus!” Com essa intenção santifiquemos a nossa vida e tudo que fizermos, seguindo o conselho do Apóstolo São Paulo: “Quer comais, bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. (1. Cor. 10).
Na Luz Perpétua, Leituras religiosas da Vida dos Santos de Deus para todos dos dias do ano, apresentadas ao povo cristão por João Batista Lehmann, Sacerdote da Congregação do Verbo Divino, Volume II, 1935.
Última atualização do artigo em 10 de janeiro de 2025 por Arsenal Católico