São João e São Paulo

São João e São Paulo mártires - Fonte da imagem: catholicsaints.info

São João e São Paulo († 362)

QUANDO o imperador Constantino estabeleceu residência para Constância, sua filha, princesa de altas virtudes e ligada pelo voto de virgindade, confiou a João e Paulo os dois cargos mais importantes na administração dos bens imperiais. Sua conduta foi tal que lhes mereceu a estima e confiança de Constância como de toda a corte imperial. Continuaram a gozar esta consideração ainda quando o imperador e sua filha já tinham morrido. Não só eram muito piedosos, o que mais os fazia subir na estima de todos, era sua caridade e liberalidade com que tratavam os pobres.

Uns anos depois subiu ao trono Juliano, o carrasco da religião cristã, grande fanfarrão, hipócrita e mau. Todos os meios lhe eram bons, se lhe pareciam eficazes para enfraquecer ou exterminar o cristianismo. Nestas circunstâncias nada mais restava a João e Paulo senão demitir-se. Juliano aproveitou-se do ensejo e mandou sequestrar os bens dos dois homens por todos venerados e acatados. Receberam ordem para pessoalmente se apresentar ao imperador. Na audiência que com ele tiveram, Juliano lhes ensinou que com ele adorassem as divindades do império, abandonando as “crendices do Nazareno”.

Franca e lealmente repeliram tal pretensão.

Juliano ameaçou-os com a aplicação de duríssimas medidas, se no prazo de seis dias não se resolvessem a cumprir suas ordens.

Os dois irmãos ficaram inflexíveis e na sua resposta ao imperador declararam que preferiam morrer a abandonar sua fé. O prazo foi estendido a dez dias. Passado este tempo tiveram intimação de prestar homenagem a uma estátua do deus júpiter. João e Paulo responderam ao emissário imperial Terenciano: “Nós adoramos só a Jesus Cristo e poder algum nos levará a prestar homenagem a um ídolo que é a representação de Satanás”. A esta renúncia formal seguiu imediatamente a execução da ameaça de Juliano. João e Paulo foram decapitados.

Abandonados, como parecia, por Deus, Deus glorificou os seus fiéis servos e grandes milagres se registraram, atribuídos à intercessão dos dois santos Irmãos. Um dos primeiros foi a conversão de Terenciano com toda a sua família. Existiu em Roma uma igreja dedicada a São João e São Paulo. Nos antigos missais de São Gelásio e São Gregório como na antiga liturgia galicana havia um formulário de Missa em honra dos mesmos Santos. Na grande perseguição que os católicos sofreram na Inglaterra era-lhes vedada a celebração da sua festa. Os nomes de João e Paulo figuram no “Canon” da Santa Missa.

REFLEXÕES

Impedimento não pequeno para se chegar à eterna salvação é o amor desordenado aos bens desta terra. Quem enxerga seu ideal na riqueza, no conforto, no bem estar, facilmente perde de vista os interesses da alma. No seu afã de acumular riquezas o homem tornar-se pouco escrupuloso na escolha dos meios, comete injustiças, recorre à astúcia, à falsidade e roubos; desespera quando vê seus planos falhar e quando seus cálculos denunciam grandes déficits. Na alma de um homem avarento não há lugar par aos negócios da alma. Os que aspiram à riqueza,  – diz São Paulo – caem em tentação e se prendem nas malhas do demônio; serão a presa de muitos desejos inúteis e perniciosos e seu fim será a perdição.

Das insídias do demônio, livrai-nos, Senhor!

Na Luz Perpétua, Leituras religiosas da Vida dos Santos de Deus para todos dos dias do ano, apresentadas ao povo cristão por João Batista Lehmann, Sacerdote da Congregação do Verbo Divino, Volume I, 1928.

Última atualização do artigo em 23 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico

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