Paixão. (Etimologicamente deriva do verbo latino pati que significa sofrer). A paixão é definida por Aristóteles, «o movimento do apetite sensitivo procedente da imaginação do bem ou do mal, com uma certa transmutação corpórea». Neste sentido as paixões, sendo inclinações próprias da natureza, não são nem boas nem más e existem em todos os homens. Seguindo o pensamento aristotélico, S. Tomás (S. Teológ. I-II, q. 23, a 4) distingue no homem onze paixões: amor, ódio, desejo, fuga, deleitação e tristeza, estas no apetite concupiscível; esperança, audácia, desesperação, temor e ira, no apetite irascível. A paixão é voluntária, quando excitada pela própria vontade; os atos a que conduz têm maior mérito se são bons, e maior culpabilidade se são maus. A paixão é involuntária, quando precede o ato da vontade, inclinando-a a operar; os atos de que é causa chegam a ser isentos de responsabilidade moral. As paixões moderadas pela reta razão, podem e devem contribuir para a formação de sólidas e fecundas virtudes.
Mas, em nosso modo habitual de falar, paixão significa simplesmente «o ato ou o hábito desordenado do apetite sensitivo. Neste sentido, a paixão seria mais propriamente chamada «vício» (S. Teolog. l-II q. 45, a. 1, resp. à 1* obj.).
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