Pecado, é qualquer ação, palavra ou desejo contra a Lei eterna de Deus (Santo Agostinho).
O Pecado é possível porque o homem é livre no exercício da sua vontade; deve determinar-se ao bem, mas pode determinar-se ao que é oposto ao bem, isto é, pode não querer conformar os seus atos com o que a Lei divina lhe prescreve. O pecado pode ser contra Deus, contra o próprio pecador, e contra o próximo, e pode ser de pensamento, de palavra, de ação e de omissão.
A gravidade do pecado não se mede pelo prejuízo que causa, mas pela má vontade ou má intenção do pecador. São quatro os graus da gravidade do pecado, conforme resulta: da paixão, ou da ignorância, ou da malícia, ou da contumácia.
O pecado original foi cometido por Adão, o primeiro homem, o qual preferiu agradar a sua mulher, desprezando ambos a Lei de Deus. Em conseqüência desse pecado, ficaram ambos privados da graça divina em que haviam sido criados, e ficaram sujeitos a todos os males que resultam da ignorância, da concupiscência e da fraqueza da vontade, e ficaram sujeitos à morte. Além disso, todos os descendentes de Adão e Eva estão sujeitos às mesmas privações e às mesmas penas, visto que o pecado original deteriorou a natureza humana, que passa de geração em geração privada da graça de Deus. Esta verdade é afirmada na Sagrada Escritura, dizendo S. Paulo: «O pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte para todos os homens, porque todos haviam pecado…» (Ep. Rom. V, 12). O Sacramento do Batismo apaga o pecado original, porque infunde a graça divina na alma de quem o recebe; mas a natureza humana continua sujeita aos efeitos com que aquele pecado a infeccionou. Por isso o homem ainda cai em pecado e os seus pecados chamam-se pessoais, que podem ser mortais ou veniais. O pecado é venial quando não faz perder a graça de Deus, e isto sucede se deixamos de cumprir a Lei de Deus em coisa leve, ou em coisa grave mas sem pleno conhecimento.
Este pecado é impedimento de atos de virtude e atrai sobre o pecador alguma pena temporal a sofrer neste mundo ou no Purgatório. O pecado é mortal quando se transgride a lei divina por desprezo; mas nenhum pecado é mortal sem o pleno conhecimento da razão.
O pecado mortal faz perder a graça de Deus e sujeita o pecador à condenação eterna. O pecado venial é comparado a uma doença, o pecado mortal é comparado à morte. É mais grave pecar por obras do que por palavras, e mais grave pecar por palavras do que por pensamentos. Os pecados carnais são menos graves, embora mais torpes do que os pecados espirituais. Todo o pecado contra o próximo é também contra Deus.
Todos os pecados podem ser perdoados nesta vida, quanto à culpa e quanto à pena, mas para obter o perdão de qualquer pecado é preciso que se perca totalmente o afeto ao pecado. Nenhum pecado mortal pode ser perdoado sem que o sejam todos, porque todos os mortais são conexos na aversão a Deus. «Se dissermos que não temos pecado algum, nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós» {Ep. I S. Jo. I, 8). O pecado é o máximo mal que o homem pode fazer a si mesmo. O homem que peca mortalmente fica de tal modo escravizado ao seu pecado que, enquanto está em pecado, nada faz que mereça recompensa celeste e, morrendo em pecado mortal, não pode ter vida eterna no Céu.
Há sete pecados mortais, que são chamados capitais, porque são a cabeça ou a fonte de que procedem outros, e são: soberba, avareza, luxúria , ira, gula, inveja e preguiça.
Os principais meios de evitar o pecado são: a oração, a meditação e a consideração das conseqüências do pecado, a freqüência dos sacramentos da Confissão e da Comunhão, os exercícios de piedade, o espírito e a prática da mortificação, a fugida das ocasiões do pecado, a vigilância sobre os sentidos e sobre a vontade, sem cujo consentimento não há pecado.
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