São José – Sustentáculo das famílias

Estátua de São José, dos irmãos Duthoit, século XIX, na Catedral de Amiens, Vassil - Creative commons

Nada mais belo, mais caro, mais doce para o homem do que a santa instituição da família. Sendo ela o fundamento da humanidade, não é uma criação humana; não podia, não devia ser obra do homem.

“Como a família natural é o fundamento da sociedade civil, a família cristã é a base da grande sociedade espiritual que chamamos Igreja.

A fonte da família natural é a união conjugal do homem e da mulher; mas para que essa união fosse também a fonte da família cristã, Deus a transportou do mundo da natureza para o mundo da graça, elevando-a à dignidade de Sacramento.

Sem ele é impossível associar duas almas, unir dois corações, para o fim glorioso de dar filhos à pátria e Santos para o céu.” (1)

Sem a religião não se pode, pois, conceber a família, a santa instituição de origem divina.

A raiz dos deveres que determinam as relações entre o pai, a mãe e os filhos, está na vontade de Deus, que estabeleceu e abençoou desde a criação do mundo a sociedade do homem e da mulher.

A verdadeira base da família é, portanto, a religião.

Entretanto, recusando o testemunho da história e da tradição de tantos séculos, tentam hoje os reformadores banir da família a religião.

Insensatos! Formar a família sem Deus! Pretender sem a religião um lar onde se ame e berços felizes! (2)

Não, não é das famílias constituídas sem Deus, que São José pode ser invocado como sustentáculo, porque não é também a Santa Família de Nazaré que elas procuram imitar, e da qual, por desgraça, viverão sempre afastadas, enquanto não for sancionada pela Igreja a sua união.

São as famílias formadas pelo matrimônio cristão, abençoadas por Deus, que têm São José por seu protetor, como Chefe da Família Sagrada.

Ele foi o modelo dos pais no amor, na vigilância, na educação, no bom exemplo, no sacrifício.

Constituído por Deus na suprema dignidade de Esposo de Maria Santíssima e Pai adotivo de Jesus, cumpriu para com Eles todos os deveres de um verdadeiro chefe de família; foi o seu arrimo, guarda, proteção, e defesa, e daí procede a confiança que as famílias cristãs devem ter no seu patrocínio.

Ele bem conhece a responsabilidade dos encargos que pesam sobre os chefes de família, a fraqueza das esposas que precisam de um braço forte que as defenda, os sobressaltos das mães diante dos perigos que ameaçam seus filhos, os cuidados da educação, e, mais que tudo, as amarguras que traz o infortúnio.

Que benevolência, que solicitude, que caridade, que amor paternal não há de, pois, mover-lhe o coração, ouvindo as súplicas das famílias que o invocam nas suas necessidades e tribulações!

Ide, famílias cristãs, ide a São José, com toda a confiança, pois ele está sempre pronto a escutar-vos, e implorai também o seu Patrocínio para que se legitimem tantas uniões até hoje privadas da benção de Deus e da Igreja.

(1) D. Duarte Leopoldo, Past. Sobre o casamento civil e religioso. Curitiba, 1906.
(2) Montefeltro, Serm. Sobre São José.

Do Livro Florilégio de São José – Breves meditações para o mês de março – Escolas Profissionais Salesianas – Edição de 1911

Última atualização do artigo em 6 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico

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