1. A modéstia é uma escada que conduz à perfeição. Por ela expiam-se os pecados, pois, sem recorrer a graves penitências, ela serve de mortificação universal que afeta todos os sentidos, a vista, a língua, o gosto, o andar, as inclinações. É uma mortificação possível a todos, inofensiva para saúde, e que não esgota as forças, mortificação praticável em todos os lugares, particulares ou públicos, sagrados ou profanos; em todo o tempo, de dia e de noite, ao estar-se só ou em companhia; mortificação sempre prudente, em que os excessos não são para temer; mortificação que leva a passos largos ao desprezo das comodidades.
2. Pela modéstia sobe-se a todas as virtudes, segundo a palavra do Espírito Santo: “Os frutos da modéstia são o temor de Deus, as riquezas espirituais e a vida”. Ela dispõe a alma, enriquece-a e aperfeiçoa-a. Ela une a Deus. “Os olhos inclinados à terra”, diz São Bernardo, “fazem elevar o coração ao céu”. Quanto menos te ocupares dos objetos exteriores, mais fácil te será ocupares-te interiormente de Deus. Aprenderás pela modéstia a viver em Deus e com Deus, sem que as criaturas consigam distrair-te.
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 15 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico