O sacrifício da Missa não é simplesmente, uma lembrança do sacrifício do Calvário, mas é o próprio sacrifício, que foi oferecido a Deus, sobre a cruz; por consequência tem ele o mesmo valor e a mesma eficácia. No sacrifício da Missa a Paixão e a Morte do Filho unigênito de Deus renovam-se de modo misterioso (São Gregório Magno). Na Missa o Sangue de Jesus Cristo é derramado, como o indicam as palavras da consagração (Sto. Agostinho). Na santa Missa Jesus Cristo mostra a seu Pai as Suas Chagas, para preservar os homens da perdição eterna (São Lourenço Justiniani). O sacerdote não é, propriamente, o padre que vemos no altar, mas sim o mesmo Jesus Cristo. A virtude da Paixão e dos méritos de Jesus Cristo é-nos aplicada pela Santa Missa de maneira muito diferente das outras boas obras (Conc. Trident. XXII) . A Santa Missa é oferecida, unicamente, a Deus, para O adorar e aplacar, para Lhe pedir, louvar ou dar-Lhe graças. Pode, porém, ser oferecida, também em honra dos Anjos e Santos (Con. Trid. XXII, 3) e pelo descanso dos defuntos, que fizeram parte da Igreja Católica, e que morreram sem estarem, publicamente, em estado de pecado mortal, e finalmente a Missa pode oferecer-se pelos vivos, quer sejam quer não sejam membros da Igreja católica. Pelos excomungados “vitandos” não é lícito oferecer-se a Missa em nome da Igreja.
Pela Missa presta-se a Deus uma honra infinita, glória maior do que lhe prestam todas as obras dos Santos, porque a honra, que os Santos deram a Deus, tem valor limitado, ao passo que a honra que se presta a Deus pela Santa Missa tem infinito valor. Nela é sacrificador e vítima o Filho de Deus (Goffiné) . Oferecer a Missa, ou assistir a ela, é praticar entre todas as boas obras a que maior valor tem. A Missa é o sol dos exercícios de piedade (São Francisco de Sales). Embora não seja necessário dizer as mesmas orações que diz o sacerdote, é preciso que a pessoa que assiste à Santa Missa se una espiritualmente na mesma intenção.
A Pastoral Coletiva dá as seguintes recomendações sobre o modo de se portar durante a Santa Missa:
1. Ao entrar o sacerdote na igreja, para celebrar o santo sacrifício da Missa, todos os presentes devem levantar-se. É uma homenagem de respeito e deferência para com o celebrante, que representa nosso Senhor Jesus Cristo.
2. Durante o Santo Sacrifício da Missa, o melhor e mais piedoso seria permanecer de joelhos, sendo possível, sem grande incômodo.
3. Todavia a regra mais adotada e cômoda é a seguinte: a) Ficar de joelhos: Do princípio da Missa até ao fim da Epístola; desde o “Sanctus” até ao fim da comunhão do celebrante e dos fiéis; para receber a benção do celebrante; durante as “Ave Marias” e orações finais. b ) Os fiéis devem conservar-se de pé, durante a leitura dos dois Evangelhos: durante o “Credo” e o “Prefácio”. c) Nos intervalos é permitido sentar-se.
Magnificat, Devocionário para uso comum e particular dos fiéis no convento e no século – Pe João Batista Lehmann, 1942.
Última atualização do artigo em 17 de março de 2025 por Arsenal Católico