1. Que pensas a respeito dos bens deste mundo? Tens talvez o coração a eles apegado desordenadamente? Examina-te, pois, até um apóstolo caiu nesta grande falta que o levou ao suicídio. Bens terrenos, na opinião de alguns, às vezes compensam a falta de virtude e bondade; fazem crer no próprio poder, dispensando Deus e abrindo as portas a todos os vícios. A cobiça tem por consequência infidelidades e injustiças, dureza para com os pobres, avareza para consigo e outros e esquecimento do céu, de Deus e da eternidade.
2. Que são as riquezas? Não são elas vaidades, como toda a terra? Não são passageiras? Não estão expostas a mil acidentes? Não serão dissipadas ao menos pela morte? Quão infeliz é o cobiçoso! Quanta inquietação ao adquirir, quanto cuidado ao possuir, quanta mágoa e quanto desespero ao perder! Enfraquece-se a fé, pois esta aprecia os bens do céu. Esmorece a esperança, cedendo à confiança na riqueza. Substituído pelo egoísmo, apaga-se o fogo do amor de Deus. “Melhor é pouco com o temor do Senhor, do que grandes tesouros e insaciabilidade”.
E “afluindo torrentes de riquezas, não esteja nelas pegado teu coração“. Rico, a Deus deves tua riqueza. Pobre, alegra-te de seres semelhante a Jesus, e de poderes esperar, quando resignado, indenização definitiva no céu.
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.