1. Bem que não haja coisa mais natural do que amarem-se todos a si mesmos, contudo, são poucos os que verdadeiramente se amam; pois, como se quer bem a si aquele que aos bens eternos prefere os da terra? Como ama sua alma o desonesto, o usuário, o avarento, o maldizente, o egoísta? Os bens do mundo passam; nada, absolutamente nada deles poderás levar contigo à eternidade. Continuarás, pois, a apreciar, a aspirar talvez, o que poderá agenciar-te males eternos? Ouve a voz de Deus: “Quem ama a iniquidade, aborrece a sua alma”.
2. Se te amares verdadeiramente, reputarás por grandes bens o que o mundo tem por males: a cruz de Cristo, trabalhos feitos por Ele, injustiças sofridas por seu santo Nome. Abre os lhos da alma, da fé, para não trocares os nomes das coisas, chamando bens o que são males e amando o que deves odiar. Se duro te parece carregar a cruz do Salvador, lembra-te que é mais duro ouvir a terrível sentença final que afasta para sempre de Deus e de seus escolhidos, e que, em vez do eterno repouso, dá penas e remorsos sem fim.
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 6 de janeiro de 2025 por Arsenal Católico