Quando minha alma tinha a ventura de possuir a vossa graça, ó meu Deus, era vossa amiga, vossa filha, vossa esposa, e vosso templo; mas, pecando, tudo perdeu, fez-se inimiga e escrava do inferno. Graças vos rendo pelo tempo que me dais ainda para recobrar a vossa graça, ó meu Deus! Lastimo sumamente vos ter ofendido, ó Bondade infinita ; amo-vos sobre todas as coisas. Dignai-vos de receber-me hoje na vossa amizade. Por compaixão, não me rejeiteis! Merecia ser lançado da vossa presença, bem o sei; mas Jesus Cristo merece que aceiteis de novo o meu arrependimento, em consideração do sacrifício que vos fez de si mesmo no Calvário. Venha o vosso reino: Meu Pai, (assim é que o vosso divino Filho me ensinou a vos chamar) meu Pai, vinde reinar no meu coração pela vossa graça; só a vós sirva ele; só para vós viva, e só a vós ame: isto em mim executai! E não nos deixeis cair em tentação: Ah! não permitais que os meu inimigos me tentem a ponto de me vencerem! Mas livrai-nos do mal: Livrai-me do inferno, ou antes do pecado, que único pode levar-me para o inferno. Ó Maria, rogai por mim: afastai de mim a grande desgraça de viver em pecado, privado da graça e do amor de meu Deus.
As Mais Belas Orações de Santo Afonso, Coordenadas pelo Pe. Saint-Omer, Redentorista e vertidas para o vernáculo por D. Joaquim Silvério de Sousa, Editora Vozes, 1961.
Última atualização do artigo em 9 de abril de 2025 por Arsenal Católico