Bendita seja para sempre, ó meu Deus, a paciência com que me tendes suportado! Para Vos amar me destes o tempo, e em Vos ofender e desagradar o empreguei! Se houvesse eu de morrer agora, qual seria a minha dor, pensando que vivi tantos anos neste mundo, sem fazer nada; Senhor, agradeço-Vos o tempo que ainda me dais, para reparar a perda de tantos anos. Meu Jesus, pelos merecimentos da Vossa Paixão, dignai-Vos de me ajudar a não viver mais para mim, mas somente para Vós e o Vosso amor. Ignoro o tempo que me resta de vida, se é pouco ou muito; mas se me déreis ainda mil anos de vida, empregá-los não quisera senão em amar-Vos e agradar-Vos, ó meu soberano Bem, e espero Vos amar eternamente. Não quero mais Vos ser ingrato; não quero mais resistir ao Vosso amor, que me convida há tanto tempo a me dar todo a Vós. Ai! para que o dilatar mais? tal dilatação não Vos obrigaria a me abandonar definitivamente, e não Vos impediria de chamar-me outra vez? Graças Vos rendo, ó Maria, pelo tempo precioso
de que gozo; à vossa intercessão é que o devo; fazei que o empregue todo em amar o vosso divino Filho, meu Redentor, e a vós também, minha Rainha e minha Mãe.
As Mais Belas Orações de Santo Afonso, Coordenadas pelo Pe. Saint-Omer, Redentorista e vertidas para o vernáculo por D. Joaquim Silvério de Sousa, Editora Vozes, 1961.
Última atualização do artigo em 24 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico