Coração adorável de meu amabilíssimo Jesus, assento de todas as virtudes, fonte inesgotável de todas as graças! O que foi que em mim pudestes achar, para me amar com tanto excesso, ainda quando meu coração, manchado de mil culpas, não tinha para convosco senão indiferença e dureza? Sim! As provas de Vosso amor generosíssimo para comigo, ainda quando eu não Vos amava, me dão a esperança de que Vos serão agradáveis as de meu amor. Aceitai, pois, meu amável Salvador, o desejo que tenho de me consagrar inteiramente à honra e à glória de Vosso Coração sacrossanto; recebei com agrado a consagração que eu vos faço de mim mesmo. Eu Vos consagro a minha pessoa, a minha vida, as minhas ações, penas e sofrimentos, querendo ser daqui para o futuro vítima consagrada à Vossa glória, agora abrasada e um dia, se for de Vosso agrado, toda consumida no fogo do Vosso amor.
Ofereço-Vos, pois, ó meu Senhor e meu Deus, meu coração com todos os meus sentimentos, os quais quero que sejam perfeitamente conformes ao Vosso Santíssimo Coração.
Eis-me, pois, aqui, Senhor, que sou todo Vosso e inteiramente me consagro ao Vosso Coração. Ah, meu Deus! Como são grandes as Vossas misericórdias para comigo! Meu Deus, Deus de majestade, que sou eu, para merecer que Vos digneis aceitar o sacrifício de meu coração? Desde agora para sempre o meu coração será todo Vosso e não terão jamais nele parte alguma as criaturas, porque não o merecem. Vós meu amável Jesus, sede de hoje em diante meu Pai, meu Senhor, meu tudo, porque não quero viver senão para Vós. Recebei, ó adorável Salvador, meu coração, minha alma, minha vida em sacrifício, que ofereço ao Vosso Sagrado Coração, para reparar os desgostos que lhe dei até agora, correspondendo tão mal ao seu amor. Bem vejo que o meu dom é pequeno, mas é tudo quanto sei que Vós desejais de mim; e consagrando a Vós este meu coração, vo-lo dou para nunca mais retirá-lo de Vossas mãos santíssimas. Assim seja.
Maná ou Alimento da Alma Devota – Orações e Exercícios Piedosos compilados por Frei Ambrósio Johanning O.F.M., XXII Edição, 1955.