Arcanjo Miguel Derrotando o Diabo Hamburgo, Alemanha - Igreja de São Miguel

Nome Santo e Terrível

A criancinha diz o doce nome de “mamãe” e o anjo da família atende-a prontamente e lhe beija a cândida fronte. pronuncia o nome “papai” e sente-se agarrar por dois robustos braços que a levantam bem alto com afetuosa complacência. Atrás do nome está sempre a pessoa.

O mesmo se dá quando pronunciamos o nome adorável de Deus: o nosso Criador e Senhor volta para nós seus olhares. Portanto, se o homem o pronuncia com afeto e reverência, Deus lhe dirigirá um olhar benigno de Pai; quando, ao contrário, pronuncia o nome divino com irreverência e desprezo, deve recear com muita razão severos castigos do Altíssimo ultrajado.

Deus é um nome terrível e santo. Entre o povo hebreu somente podia pronunciá-lo o Sumo Sacerdote, somente um dia ao ano, e apenas na parte mais íntima do Templo.

O Senhor ordenou severamente: “Não pronunciarás o nome de Deus em vão, porque o Senhor não considerará inocente quem tiver usado em vão o nome do Senhor seu Deus”.

E quando um judeu deixou escapar com desprezo o nome de Deus, foi imediatamente preso e, por ordem do Senhor, o povo o arrastou para fora do acampamento onde foi morto a pedradas. o fato nos deve fazer refletir. Não há nome mais sublime do que este, e portanto deve ser tratado com a maior reverência. Não somente não deve ser pronunciado com desprezo, mas nem sequer com leviandade e frequência. “Tomamos cuidado em não usar com demasiada frequência uma roupa elegante para que não se estrague, e não nos importamos de que o nome de Deus, digno do nosso profundo respeito, seja maltratado”. (São João Crisóstomo).

Muita reverência, portanto, para com o nome de Deus para não ofender a Nosso Senhor. Muita reverência também para com o nome de Maria e dos Santos, para não ofender os mais íntimos amigos de Deus.

O cuspe de Satanás

Que repugnância não sentimos às vezes ao passar por alguma calçadas! Alguns vestígios repugnantes mostram que por aí passou gente de muita pouca educação. Coisa bem mais impressionante é ouvir uma blasfêmia: todo o ambiente fica viciado. É obra de Satanás: nas horríveis cavernas infernais, demônios e condenados não têm outra ocupação que não seja a de blasfemar.

A blasfêmia é verdadeiramente cuspe e obra de Satanás porque é uma expressão injuriosa a Deus, à Virgem, aos Santos.

A blasfêmia se comete ordinariamente com palavra, mas às vezes também com um simples pensamento consentido, com escritos, com gestos irreverentes. É um pecado horrível, porque em outros pecados, o mais das vezes, o culpado visa diretamente o objeto que satisfaça sua paixão e indiretamente a Deus; mas com a blasfêmia, ele visa diretamente a Deus. O ladrão rouba para possuir, mas o blasfemo blasfema para blasfemar, isto é, peca propositalmente para peca. isso é diabólico!…

Às vezes a blasfêmia torna-se também heresia; isto acontece quando blasfemador, negando a Deus algum de seus atributos, faz uma tentativa de destruir a Deus. Para quem tem a fé a blasfêmia é, pois, grande impiedade; para quem não tem fé é uma estupidez: é inútil enfurecer-se contra um Ser, cuja existência não se admite: “Quem blasfema não raciocina, e quem raciocina não blasfema”.

Em qualquer caso, a blasfêmia é incivilidade, infâmia, degradação: como não se deve urrar, nem assobiar aos ouvidos do próximo, é também dever de simples boa educação não ofender com a blasfêmia as convicções alheias.

O mais das vezes há ainda o escândalo. E que dizer das famílias em que a blasfêmia passa de pai a filho como degradante e desastrosa herança?!

Desculpas pobres

1º – Não tenho intenção de ofender a Deus.

Você acha, talvez, que com a blasfêmia Deus seja glorificado? E se eu chamasse a você de ladrão, de assassino!?…

2º – É a cólera que me faz falar demais.

Refreie a cólera porque neste caso são dois males. Além disso, não nos é lícito justificar um mal com outro mal.

3º – É o maldito hábito… Não posso!

Você é que não quer! Neste caso o obrigar-se, quem sabe, a uma multa qualquer, mas que custe, é remédio eficacíssimo. Devemos lembrar que quem adquiriu o hábito é culpado das primeiras blasfêmias, que fizeram com que o hábito se arraigasse; os pecados cometidos somente por hábito, sem plena advertência e consentimento, não são graves, nem sequer “em casa”, se nos esforçamos por livrar-nos dele. Podem-se substituir com exclamações inofensivas que desabafam, e não ofendem a ninguém.

4º – Trata-se de uma palavrinha!…

Também para matar uma pessoa basta um instantezinho só!

Afinal de contas, a blasfêmia nunca trouxe vantagem alguma; o blasfemo faz apenas o papel do insensato que cospe para o alto e emporcalha-se o rosto; atira pedras para o céu e racha-se a cabeça. Merece a maldição de Deus e o desprezo dos homens.

Pequeno cruzado

Todo jovem católico deve ser um pequeno cruzado da Igreja pela defesa dos direitos de Deus contra a blasfêmia.

– De preferência a uma só blasfêmia, a morte instantânea!

– Procurarás não ser, em casa ou fora, ocasião da ofensa de Deus.

– À blasfêmia ele opõe a jaculatória.

Um olhar severo, um enérgico protesto, uma jaculatória, sufoca, na multidão admirada, o grito de Satanás.

O blasfemo, à maneira do gigante Golias, lança seu tolo desafio, cheio de ódio contra Deus, atingindo a vida espiritual dos crentes. Mas o jovem católico é como Davi, cheio de ardente fé, arma vitoriosa contra os inimigos de Deus.

Muito importante. Pense nas ocasiões em que poderá ouvir blasfêmias e reflita bem no melhor modo de comportar-se para impedir e reparar a ofensa de Deus.

Luz do Céu, Curso de Religião, 3º Tomo, Lição VII, Mandamentos e Virtudes, 1964.

Última atualização do artigo em 4 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico

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