D. J. E. Corrêa
Bispo de Caratinga
O ESPIRITISMO
Esclarecimentos oportunos aos católicos e não católicos. Premunir contra os erros é obra de misericórdia e aqui, no caso, eminentemente patriótica.
Quem quiser estudar melhor o problema Espiritismo poderá ler ótimos livros, como: «As Fraudes Espíritas e os Fenômenos Metapsíquicos» do P. Herédia. S. J.; «Material para Instrução sobre o Espiritismo» do Frei Boaventura, O. F. M. (diversos livrinhos fáceis e interessantes); «O que é Espiritismo» do Pe. Negromonte; «Metapsíquica e Espiritismo» do V. Palmés, S. J um livro que satisfaz plenamente a qualquer inteligência. Também se recomenda a leitura de «Segredos do Espiritismo» e «Orientação sobre o Espiritismo».
AVISO IMPORTANTE
Estamos tratando do Espiritismo, para esclarecer e acautelar os católicos sobre os erros tão grosseiros e tão perigosos, e ao mesmo tempo para ajudar sinceramente aos que estão errados de boa fé.
Ensinar a verdade é para nós um direito e um dever. E a verdade não pode prejudicar a ninguém. E com a verdade não estaremos fazendo injúria a ninguém. Se alguém ainda ficar com dúvidas, poderá consultar outros livros, ou dirigir-se a um sacerdote ou ao próprio Bispo Diocesano.
Já que todas as tolices encontram apóstolos audazes, por que não trabalharmos pela verdade que liberta e salva?
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6. MACUMBA É DEMONOLATRIA
Macumba ou candomblé é o Espiritismo de Umbanda, ou baixo Espiritismo. A palavra Umbanda significa sacerdote ou o evocador dos espíritos. Macumba é Espiritismo, pois «aceita a lei das reencarnações e outros pontos doutrinários expostos pelo Espiritismo» de mistura com ritos e práticas africanas, grosseiras.
Diz o Catecismo de Umbanda que: «A doutrina de Umbanda é a mesma que a de Allan Kardec». Por outro lado, a Federação Espírita Brasileira, que lidera entre nós o movimento kardecista, declarou oficialmente: «Baseados em Kardec, é-nos lícito dizer: Todo aquele que crê nas manifestações dos espíritos é espírita: ora, o umbandista nelas crê, logo o umbandista é espírita…»
Assim, além dos erros e heresias espíritas, a macumba tem outros erros e extravagâncias próprias. A macumba é magia negra, serve ao demônio, adota panteísmo grosseiro, espalha as mais estúpidas superstições; ali «reina a anarquia, a incompreensão, a vaidade, a inveja, a mistificação, a pouca cultura…» (Lições de Umbanda de Samuel Pöouse). Por isto, umbanda, no Brasil já se transformou num caso de polícia» (ibidem).
Autores umbandistas, como Heraldo Menezes, na sua obra «Caboclos na umbanda», investem-se contra a Igreja Católica, porque esta, qual rolo compressor «destruiu o politeísmo», cognominando-o de «culto pagão…» «substituindo os fetiches dos silvícolas por imagens católicas…» E mais adiante diz abertamente: «O homem terá de voltar ao primitivismo».
Para os macumbeiros, as doenças são causadas pelos espíritos maus. Nada de medicina, por conseguinte, mas recorrer aos mesmos espíritos maus, para que nos curem. Há coisas tão hediondas e nojentas no curandeirismo macumbeiro, que não temos coragem de citar aqui.
O que desejamos mostrar é que macumba é o culto do demônio. Dizem os macumbeiros que Deus é bom, não vai fazer o mal… Então não é preciso estar pedindo favores a Deus: seria até um sinal de desconfiança. Logo, nada de orações e sacrifícios ao verdadeiro Deus.
Os maus espíritos é que são interesseiros e capazes de tudo. Podem servir-nos, como podem prejudicar-nos. Logo, devemos cultuar esses espíritos, oferecer-lhes sacrifícios, para que estejam bem conosco e nos ajudem. Por isto, uma reunião macumbeira começa por um «presente» oferecido a Exu que, afinal, é o demônio. É Exu o espírito mais invocado e servido na macumba. A ele são oferecidos «despachos», verdadeiros sacrifícios oferecidos ao demônio. Trata-se, então, de um verdadeiro culto ou adoração do demônio. Nada mais terrível e nada mais contrário à sã Religião.
A idolatria é um pecado horrendo, porque é um desprezo de Deus e uma desobediência formal a Deus. (Só a Deus adorarás e a Ele servirás!). Fomos criados para amar e servir a Deus. E o diabo é nosso inimigo, que tenta afastar-nos de Deus. Entretanto, o diabo nada poderá contra nós. Só se nos deixarmos levar por ele.
A idolatria é um pecado máximo, e adorar juntamente o demônio, o inimigo de Deus e de nossas almas, é incrível. Aqueles que servem e cultuam o demônio já são escravos do demônio. Ficamos tontos diante de tanta cegueira e tanto desatino de criaturas que foram dotadas de inteligência para conhecer, amar e servir a Deus, e fazem justamente e livremente o contrário!
É claro que a macumba é uma fonte de misérias e males. Basta mostrar o que diz o mesmo «Doutrina e Ritual de Umbanda»: «Podemos afirmar que, sob a capa do Espiritismo e Umbandismo, há muitos abusos. Casas de tolerância disfarçam os seus vícios com algumas imagens de santos e cabeças coloridas de caboclos. Falsos médiuns fingem receber «tios» velhos e exploram incautos. Mulheres bonitas, usando colares e «guias», vivem nababescamente. Há terreiros só de grã-finos, que ali deixam vultuosas contribuições. Inescrupulosos e ilusores desencaminham gente boa». Macumba é mesmo coisa de polícia!
7. ESPIRITISMO É A NEGAÇÃO DE TODO CRISTIANISMO
«O Espiritismo nega não apenas uma ou outra verdade de nossa Santa Religião, mas todas elas» disseram com razão os Bispos de Brasil. E ainda: «o Espiritismo é o conjunto de todas as superstições e erros da incredulidade moderna…»
Allan Kardec teve a ousadia de dizer: «O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa…» E ainda: o Espiritismo «nada ensina ao contrário do que ensina Cristo…» No entanto, segundo esse mesmo Kardec, o inferno é pura fantasia, o céu seria um estado de perpétua ociosidade, o mistério não existe, não pode haver milagres, a Bíblia está repleta de contradições, a Igreja não vem de Cristo, os Sacramentos são criações absurdas, a doutrina da redenção é impossível, o pecado original é uma concepção criminosa…
O Espiritismo nega todo o Cristianismo: nega o mistério da Santíssima Trindade, nega que Jesus seja Deus, nega a Redenção, nega que Nossa Senhora seja Mãe de Deus, nega a existência de um Deus pessoal e distinto do mundo, nega a espiritualidade da alma, nega a existência do inferno e dos demônios, nega o mistério da graça, nega o céu…
Um espírita não pode ser cristão, e um cristão não pode ser espírita. Espiritismo e Cristianismo se excluem, esta é a verdade insofismável. Se o Espiritismo «instituirá a verdadeira religião, a religião natural», como falou Kardec, segue-se que a religião cristã é falsa. Afinal é sobrenatural e revelada, e Kardec pleiteia uma religião natural…
8. O ESPIRITISMO É CONDENADO PELA BÍBLIA
Embora o Espiritismo atual tenha uma origem histórica bem recente, não passa todavia de uma congérie de erros e práticas quase tão antigas quanto o mundo, por isto já condenadas na Bíblia. Deus condena: OS FEITICEIROS (Ex. 22: 18) como o são os nossos macumbeiros do baixo espiritismo.
Os ADIVINHOS de toda espécie (Lev. 20, 6) que presumem conhecer os segredos e coisas ocultas, e até o que é futuro, como pretendem fazer os médiuns.
Os MÁGICOS (Lev. 19, 31), não os mágicos profissionais que apresentam a mágica como mágica; porém os mágicos que pretendem entrar em comunicação com os espíritos. Trata-se de magia negra.
A EVOCAÇÃO DOS MORTOS (Deut. 18, 11) de que vive o Espiritismo. Deus diz expressamente: «Não haja entre vós… quem consulte adivinhos ou acredite em sonhos e agouros… ou indague dos mortos a verdade: porque o Senhor abomina todas essas coisas». Deus abomina o Espiritismo!
Nem sequer indagar dos mortos a verdade é permitido! Nada se presta tanto à ilusão e à mentira!
Como o povo israelita e todos os povos antigos fossem muito inclinados a essas coisas, por causa da ignorância e da atração natural pelo mistério, Deus não se limitava a proibir. Castigava, indignado, os faltosos, para mostrar a todos sua repulsa por tais tolices perigosas.
Diz a Bíblia: «…e davam-se a agouros… e o Senhor se indignou grandemente contra Israel, e os rejeitou de sua face» (4 Reg. 17, 17).
Ainda mais: «A pessoa que se inclinar para mágicos e adivinhos e tiver relações com eles, eu o marcarei e exterminarei do meio do seu povo» (Lev. 20, 6). Nem lidar com pessoas dadas a tais práticas era permitido!
Esta é a vontade clara de Deus! «Seja feita a vossa vontade!» De lado o Espiritismo!
9. O ESPIRITISMO É CONDENADO PELA IGREJA
A Igreja é a rocha da fé: «Pedro, tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela». A Igreja não pode fracassar, logo não pode errar. Ela goza de uma assistência divina: «Eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos».
Por isto, o que a Igreja aprova, Deus aprova; e o que a Igreja condena, Deus condena: «Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu; e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu». Temos de estar com a Igreja em tudo: «Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza». São palavras de Cristo, muito claras.
A Igreja condenou em diversas oportunidades o Espiritismo. Repetindo a Bíblia, também a Igreja condenou a feitiçaria, adivinhos, magia… tolices incorporadas ao moderno Espiritismo. Nada de novo sobre a terra! Os homens são tão pobres de imaginação que se limitam a repetir os velhos erros!
Em 4 de agosto de 1856, já visando o Espiritismo, a Igreja proibia: «evocar as almas dos mortos e pretender receber suas respostas…»
Em 1917 a Igreja declarava não ser lícito: «por médiuns ou sem eles… assistir à conversas ou manifestações do Espiritismo, mesmo que aparentem honestidade e piedade».
Depois, através do Concílio Plenário Latino-Americano, da Pastoral Coletiva e Concílio Plenário Brasileiro, e ultimamente através de nossos Bispos reunidos, de um modo direto e categórico, a Igreja condenou o Espiritismo, seus erros e suas práticas perniciosas.
Estamos com a Igreja ou contra a Igreja? «Quem não ouvir à Igreja seja considerado como pagão», disse Cristo, e afastado dos fiéis ou excomungado!
10. QUEM É ESPÍRITA FICA EXCOMUNGADO
Disseram os Bispos do Brasil em 1953: «Os espíritas devem ser tratados… como verdadeiros hereges e fautores de heresias…»
Que é um herege? Diz o cân. 1325 § 2 do Direito Canônico: «Diz-se herético aquele que, depois de recebido o batismo, pertinazmente nega algumas das verdades da fé divina e católica, ou dela duvida».
Ora, os espíritas negam não uma ou duas das verdades de fé, mas todas. São hereges!
Diz o mesmo Direito Canônico: «Todos os apóstatas da fé, e todos e cada um dos heréticos e cismáticos… Incorrem «ipso facto» em excomunhão».
Abraçar o Espiritismo é abraçar a excomunhão.
Que é um excomungado? Excomunhão é a penalidade pela qual alguém fica excluído da comunhão (ex-comunhão) dos fiéis. Fica excluído assim da Igreja, e privado de todos os bens e direitos dos filhos de Deus.
Um excomungado não pode assistir Missa, não pode receber os Sacramentos (a não ser que se converta e retrate seus erros). Não pode receber sufrágios e não pode ser enterrado no sagrado. Não pode ser padrinho.
O pior é que um excomungado fica excluído da Igreja. E fora da Igreja normalmente não pode haver salvação. E aqui no Brasil não podemos normalmente admitir boa fé nos hereges. Se fossem bons e procurassem a verdade, haveriam de encontrá-la. Que desculpa poderá ter um herege diante de Deus? Quem não está com Cristo em tudo, está contra Cristo. E fora de Cristo não há salvação. Jesus é o Caminho, a Verdade, a Vida, o Salvador!
11. A REENCARNAÇÃO É MENTIRA
Os espíritas escreveram num monumento a Allan Kardec: «nascer, morrer,
renascer ainda e progredir sempre: tal é a lei».
Para os espíritas, não morremos uma só vez, porque depois da morte nos encarnamos de novo e tornamos a viver… E isto é um ponto capital para os espíritas.
Allan Kardec chama isto de «dogma da reencarnação». E declara mesmo que «é uma das mais importantes leis reveladas pelo Espiritismo».
E o nosso Carlos Imbassahy diz que «sem esta doutrina, o Espiritismo perderia toda a base filosófica». Argumento mesmo, nada.
Toda a Bíblia é contra a reencarnação. Está na Bíblia que «os homens morrem uma só vez (Hebr. 9, 27). Depois da morte, sentença imediata, prêmio ou castigo: «depois disto, o juízo» (Hebr. 9. 27)… E ainda: «a cada um, no dia da sua morte, o Senhor retribuirá, conforme as suas obras» (Ecli. 11, 28). Assim aconteceu com Lázaro e o rico epulão, e com o bom ladrão. E nenhum texto da Bíblia em contrário A doutrina da reencarnação não condiz com o dogma da ressurreição final, do céu e do inferno. Por isto, o Espiritismo nega simplesmente estes dogmas, apesar de estarem claros na Bíblia. Nega o que é de fé, que Deus ensinou, para erigir fantasias em dogma de fé.
Toda a filosofia e a sã razão é contra a reencarnação. A alma e o corpo se completam, como todos sabem; logo são substâncias incompletas… logo, a alma foi feita para completar um corpo e vice-versa. Cada alma para um corpo determinado, como ensina hoje a boa filosofia. A preexistência das almas é doutrina ultrapassada.
Por outro lado, se a alma preexistisse, teria consciência, guardaria recordação, pois teria usado de suas faculdades, inteligência e vontade… Ora, de nada nos lembramos! Se a alma não tinha inteligência, nem vontade, nem consciência, para que preexistia, e como preexistia?
Toda moral, especialmente a justiça natural, está contra a reencarnação. Segundo os espíritas, as almas se reencarnam para pagar seus pecados, para se purificarem… Eu estaria pagando por faltas que não cometi e das quais nada sei! O castigo deve ser uma medicina: como posso me corrigir de faltas que não sei? Isto é injusto e imoral. De fato, se cometo faltas e outro, em outra reencarnação, é que vai pagar, posso ficar tranqüilo… Como é injusta e imoral a idéia de que outro, em outra reencarnação, é que vai receber o prêmio de meus trabalhos atuais!
Mesmo entre os espíritas, nem todos aceitam a reencarnação. Kardec dizia: «Generalidade e concordância no ensino, esse é o caráter essencial» da doutrina espírita. Ora, em matéria de reencarnação não há concordância. Os espíritas latinos, com Allan Kardec à frente, aceitam a reencarnação, porque «os espíritos superiores revelaram». Já os anglo-saxões, com Staidon Moses, D. Home condenam a reencarnação, porque «os espíritos superiores revelaram».
A base filosófica do Espiritismo não passa de balela, contradita pelos próprios espíritas.
12. O ESPIRITISMO É ANTI-CIENTÍFICO
Os espíritas gostam de dizer que o Espiritismo é científico… tem base filosófica… E o próprio Kardec já dizia: «O Espiritismo é, antes de tudo, uma ciência…» «o Espiritismo — em suma — é uma sociedade científica, como tantas outras, que se ocupa de aprofundar os diferentes pontos da ciência espírita». Nada tão falso!
Ciência é o conhecimento metódico de uma coisa, pelas suas causas. O que diferencia conhecimentos científicos de conhecimentos vulgares, não científicos, é o método. O método leva à certeza, certeza comprovada. Sem certeza demonstrada metodicamente não há ciência. Só é científico o que é demonstrado metodicamente.
Ora, segundo os espíritas, a «base filosófica» do Espiritismo é a reencarnação, sem o que «desmorona todo o edifício espírita». Já vimos que reencarnação é balela sem prova alguma, e até negada por forte corrente espírita. Uns aceitam a reencarnação «porque os espíritos superiores revelaram». Outros negam, «porque os espíritos superiores revelaram». Esta é a BASE filosófica do Espiritismo…
Outro ponto capital no Espiritismo é a comunicação com os espíritos. Toda doutrina espírita vem dessa revelação. Esta é a verdadeira base doutrinária do Espiritismo. Já vimos que, nessas revelações dos espíritos, não se pode distinguir a verdade da mentira, e que nada se presta melhor à trapaça. Afinal teríamos de confiar no testemunho do médium, que é o meio aqui no caso. E os médiuns são geralmente anormais como ainda veremos, e o próprio Kardec fala em médiuns trapaceiros, interesseiros, ignorantes, velhacos, mistificadores… Não é com tais instrumentos, às escuras, sem possibilidade de comprovação e sem possibilidade de identificar a veracidade de uma revelação que vamos obter algo científico… Onde está a certeza demonstrada no Espiritismo?
13. O ESPIRITISMO FAZ OS LOUCOS
O Espiritismo tem sido infelizmente no Brasil uma verdadeira fábrica de loucos. Médico e vigários, encontrando esses pobres filhos do povo já bastante aluados, sabem logo que é por causa do Espiritismo.
Já houve diversos inquéritos entre médicos psiquiatras do Brasil e o resultado foi atribuir de modo unânime ao Espiritismo a principal causa de loucura entre nós. O Dr. Xavier de Oliveira, professor de psiquiatria na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, de Hospital Nacional de Psicopatias, escreveu um livro «Espiritismo e loucura» para alertar a opinião pública e as autoridades. Nos Hospícios do Rio já está na ficha a pergunta infalível: «Qual o centro espírita que você freqüentou?»
Diz o famoso Dr. Henrique Roxo que «hoje o Espiritismo representa uma das causas mais importantes de coeficiente da internação em hospícios. Diz o Dr. F. Franco que o Espiritismo «é o maior produtor de insanos».
O Espiritismo impressiona, hipnotiza e abala o sistema nervoso. E as pressupostas comunicações com o além não podem deixar de esmagar uma pessoa. Por isto, segundo Moselli (citado por Palmés, S.J.): «nem são somente os indivíduos predispostos ou degenerados os que vem a perder a cabeça, mas também os outros».
14. OS LOUCOS FAZEM O ESPIRITISMO
Tomo do Pe. Negromonte a citação. Perguntado num inquérito jornalístico em Porto Alegre, sobre se o Espiritismo faz os loucos, respondeu certo médico: «Não, os loucos é que fazem o Espiritismo».
O Prof. Porto Carrero, também citado pelo Pe. Negromonte, é da mesma opinião: «…Espiritismo e neurose têm o mesmo caminho e encontram-se, é bem de ver, ora no começo, ora no fim do trajeto».
É ainda de Moselli, citada por Palmés, S.J., a afirmação: «A mediunidade… altera e debilita até mesmo a saúde física, e desordena e perturba a mente».
O Dr. Xavier de Oliveira, no seu livro «Espiritismo e Loucura», diz que o espírito pode ser um indivíduo ainda não declaradamente enfermo, mas que tem sua miopragia nervosa, sua tara, e é, assim, um receptivo mental que, dedicando-se ao Espiritismo, acaba por adoecer de uma psicose que se liga aos fenômenos espíritas.
O médium e o espírita já são pessoas predispostas para o Espiritismo, por terem já qualquer anormalidade psicológica. Tanto é verdade que uma argumentação lógica, leal, e segura não move a um espírita; movem-no e fanatizam-no os «fenômenos» do além. A razão não o dirige: dirige-o o seu estado psicopata.
Em 1914, o Dr. João Teixeira formulou aos médicos psicopatas um inquérito, cuja segunda pergunta dizia: «O médium, principalmente o vidente, pode ser considerado um tipo normal?» As respostas foram negativas.
O Dr. Franco da Rocha, por exemplo, respondeu: «o médium vidente… não é um tipo normal…» O Dr. Juliano Moreira: «Até hoje não tive a fortuna de ver um médium, principalmente dos chamados videntes, que não fosse nevropata».
Esses são os instrumentos do Espiritismo! Uma pessoa normal e sensata não pode ser espírita, nem favorecer o Espiritismo!
[Continua…]
O Espiritismo, Esclarecimentos oportunos aos católicos e não católicos., D.J.E. Corrêa – Bispo de Caratinga, 1959.