A instrução secreta e permanente da Venda Suprema – D. Frei Vital

INSTRUÇÃO PASTORAL DO BISPO DE OLINDA AOS SEUS DIOCESANOS
SOBRE A MAÇONARIA E OS JESUÍTAS

Verbum Dei non est alligatum. (2 Tim. 2, 9)

D. FREI VITAL MARIA GONÇALVES DE OLIVEIRA, por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica,

Bispo de Olinda

***

Assentemos, Irmãos e Filhos muito amados , a pedra angular do edifício de nossa argumentação.

Como base fundamental, sólida, inconcussa da primeira parte desta Instrução que ora vos dirige o Nosso zelo Pastoral , vamos transcrever fielmente um documento de irrefragável autoridade , fornecido pela própria Maçonaria.

Este documento precioso é a Instrução secreta e permanente da Venda Suprema, que, tendo sido endereçada a todas as Vendas, em 1819, para servir de norma e guia aos iniciados mais adiantados nos fundos arcanos da Ordem, saiu a lume há cerca de quatorze para quinze anos. O título deste documento basta para vô-lo recomendar e merecer de vossa parte leitura atenta e refletida.

Ei-lo na sua integra:

“Desde que nos constituímos em corpo de ação e que a nossa Ordem reina tanto no fundo da Venda mais distante, como da que mais se avizinha do centro, um pensamento há que sempre preocupou os homens que aspiraram à regeneração universal: é o livramento da Itália, donde deve resultar em dia determinado a alforria do mundo inteiro, a república fraternal e a harmonia da humanidade. Este pensamento não foi ainda compreendido pelos nossos irmãos d’além dos Alpes. Eles creem que a Itália revolucionaria só pode conspirar na sombra, distribuir algumas punhaladas a esbirros e traidores, e sofrer tranquilamente o jugo dos sucessos que se verificam além dos montes pela Itália, mas sem a Itália. Este erro já muitas vezes nos foi fatal: não devemos combate-lo com frases; seria o mesmo que propaga-lo: é mister acabar com ele por meio de fatos. Por isto, entre os cuidados que têm o privilégio de agitar os espíritos mais poderosos das nossas Vendas, um há que não devemos esquecer.

“O Papado exerceu sempre ação decisiva nos negócios da Itália. Pelo braço, voz, pena e coração dos seus numerosos Bispos, padres, frades, religiosos e fiéis de todos os países, o Papado tem sempre pessoas dedicadas para o martírio e para o entusiasmo. Em toda a parte onde os chama, encontra amigos que morrem por ele ou de tudo se privam por sua causa. É uma imensa alavanca, cuja força só alguns papas avaliaram, empregando-a todavia com muita parcimônia. Não se trata hoje para isso de restabelecer esse poder, cujo prestigio momentaneamente se acha debilitado: o nosso fim principal é o de Voltaire e da Revolução francesa: o ANIQUILAMENTO PERPÉTUO no CATOLICISMO E ATÉ DA IDÉIA CRISTÃ, que, no caso de permanecer de pé sobre as ruínas de Roma, viria a perpetuar-se mais adiante. Para atingir porém com mais certeza este fim e não prepararmos com satisfação revezes, que adiam indefinidamente e comprometem no futuro o êxito de uma boa causa, não devemos escutar esses franceses vaidosos, nem os nebulosos alemães, nem os melancólicos ingleses, que julgam uns e outros matar o Catolicismo, ora com uma canção obscena, ora com uma dedução ilógica, ora com um sarcasmo insolente, que passa como contrabando, como os algodões d’Inglaterra. O Catolicismo tem vida mais tenaz do que isto. Viu inimigos mais implacáveis e terríveis e divertiu-se em lançar água benta no túmulo dos mais furiosos. Deixemos pois nossos irmãos daqueles países entregar-se às intemperanças estereis de seu zelo anti-católico: consintamos-lhes até que zombem das nossas Imagens de Nossa Senhora e da nossa APARENTE DEVOÇÃO. Sem este passaporte podemos conspirar à vontade, e pouco a pouco chegar ao termo proposto.

“O Papado há dezesseis séculos que é inerente à história da Itália. Não pode ela respirar nem mover-se sem licença do pastor supremo: com ele tem os em braços de Briareo: sem ele está condenada à lamentável impotência. Só tem divisões para fomentar, ódios para patentear, hostilidades para levantar desde a primeira cordilheira dos Alpes até ao ultimo monte dos Apeninos. Nós não podemos querer semelhante estado de cousas: importa pois procurar remédio à esta situação. Achado está o remédio. O Papa, seja ele quem for, não virá para as sociedades secretas: à estas é que cumpre dar os primeiros passos para a Igreja, afim de vencê-los a ambos (o Papa e a Igreja).

“O trabalho que vamos empreender não é obra nem de um dia, nem de nm mês ou ano: pode durar muitos anos, um século talvez; mas, em nossas fileiras, morre o soldado e o combate continua.

“Não está em nossa mente angariar os Papas para a nossa causa, fazer deles neófitos para os nossos princípios, propagadores de nossas ideias. Seria sonho ridículo e por qualquer modo que os sucessos volteiem, que os cardeais ou prelados, por exemplo, hajam entrado por vontade ou surpresa em uma parte dos nossos segredos, não é isto uma razão para desejarmos a sua elevação à cadeira de Pedro. Esta elevação perder-nos-ia: bastava a ambição para os impelir à apostasia, a necessidade do poder havia de força-los a imolar-nos. O que devemos pedir, procurar e encontrar, como os Judeus esperam o Messias, é um Papa adaptado ás nossas necessidades. Alexandre VI, com todos os seus crimes particulares, não nos conviria, porque nunca errou em matéria de fé. Um Clemente XIV, pelo contrário, seria o que nos convinha em toda a extensão. Bórgia era um libertino, verdadeiro sensualista do seculo XVIII, extraviado no XV. Apesar dos seus vícios foi anatematizado por todos os vícios da filosofia e incredulidade, e incorreu neste anátema pelo vigor com que defendeu a Igreja. Ganganelli entregou-se, de pés e punhos ligados, aos ministros dos Bourbons, que lhe incutiam medo, aos incrédulos, que apregoavam a sua tolerância, e Ganganelli tornou-se um grande papa. Pouco mais ou menos outro assim é que nos convinha agora, sendo possível. Assim marcharemos com mais firmeza ao assalto da Igreja, do que por meio dos escritos de nossos irmãos da França, e até do ouro da Inglaterra. Quereis saber a razão? É porque, deste modo, para destruirmos o rochedo sobre o qual fundou Deus a sua Igreja, não precisamos de vinagre corrosivo, pólvora, ou mesmo de nossos braços: leremos o dedinho do sucessor de Pedro envolvido na conspiração, e este dedinho vale, em tal cruzada, todos os Urbanos II e S. Bernardos da Cristandade.

“Não duvidamos chegar a este termo supremo de nossos esforços; mas quando e como? Ainda se não acha desembaraçada a incógnita. Sem embargo, como nada nos deve desviar do plano traçado e, pelo contrário, tudo deve concorrer para ele, como se o êxito feliz devesse coroar desde o dia de amanhã a obra apenas planejada, queremos nesta instrução QUE FICARÁ SECRETA PARA OS SIMPLES INICIADOS, dar aos propostos da Venda Suprema conselhos que eles deverão transmitir à universalidade dos irmãos, sob a forma de doutrina ou memorandum. Importa principalmente, usando de certa discrição cujos motivos são palpáveis, nunca deixar pressentir que estes conselhos dimanam das ordens desta Venda. Manobra-se aí em demasia com o clero para que possamos a esta hora brincar com ele como com um desses pequenos soberanos ou príncipes que um sopro faz desaparecer.

“Pouco há que fazer com velhos Cardeais ou Prelados cujo caráter é bastante decidido: é mister deixar os incorrigíveis à escola de Gonsalvi, ou procurar nos nossos arsenais de popularidade as armas que lhes tornarão ridículo ou inútil o poder quando o tiverem nas mãos. Uma palavra que se inventa com habilidade se tem a arte de derramar no seio de certas famílias honradas e escolhidas para que daí desça aos botequins e destes às ruas: uma palavra pode algumas vezes matar um homem. Se um padre chegar de Roma para exercer alguma função pública nos confins da província, indagai logo qual é o seu caráter, antecedentes,qualidades e defeitos principalmente. É’ ele um inimigo declarado? Um Albani, um Palotta, un Bernetti, um Della Genga, um Rivarola? Envolvei-o com todos os laços que puderdes armar-lhe debaixo dos pés: criai-lhe uma dessas reputações que atemorizam as crianças e as velhas; pintai-o cruel e sanguinário, contai alguns feitos de crueldade que possam facilmente gravar-se na memória do povo. Quando os jornais POR INTERVENÇÃO NOSSA se aproveitarem destas narrações, que eles aformosearão inevitavelmente, pelo respeito à verdade, mostrai, ou antes fazei mostrar por algum respeitável imbecil, essas folhas onde estão relatados os nomes dos indivíduos e os excessos inventados. Na Itália não faltarão, como não faltam em França e na Inglaterra, penas tais que sabem aparar-se para as mentiras úteis à boa causa. Com jornal, cuja língua ele não compreende, mas onde encontrar o nome de seu juiz ou delegado, o povo não precisa de outras provas. Ele está na infância do liberalismo, crê nos liberais como depois crerá em nós, não sabemos muito em que.

“Esmagai o inimigo quem quer que ele seja, esmagai o poderoso à força de maledicência ou de calúnias; mas principalmente esmagai-o no ovo. À mocidade é que devemos dirigir-nos, a ela é que devemos seduzir, SEM QUE DISSO DESCONFIE, sob o estandarte das sociedades secretas. Para caminhar com passos contados, mas seguros, nesta via perigosa, duas cousas são indispensáveis. Deveis simular a simplicidade das pombas e a prudência das serpentes. Vossos pais, filhos e mulheres até devem sempre ignorar os segredos que guardais no peito; e se vos aprouvesse, para melhor iludir as vistas inquisitoriais, IR MUITAS VEZES À CONFISSÃO, estais como de direito autorizados a guardar o silêncio mais absoluto sobre estas coisas. Vós sabeis que a mínima revelação, o mais leve indício que escape no tribunal da Penitência ou em outra qualquer parte, pode acarretar grandes calamidades, e que o revelador voluntário ou involuntário ASSINA A SUA SENTENÇA DE MORTE.

“Ora, pois, para assegurar um Papa como nós o queremos, deve-se–lhe adaptar uma geração digna do reinado que imaginamos. Deixai de lado a velhice e a idade madura: ide à mocidade, e, se possível for, até a infância. Nunca tenhais para ela uma palavra de impiedade ou impureza: Máxima debetur puero reverentia, nunca esqueçais estas palavras do poeta, porque elas vos servirão de salvaguarda contra as licenças de que importa essencialmente abster-se no interesse da causa. Para fazê-la frutificar no seio de cada família, para terdes direito de asilo no lar doméstico, deveis apresentar-vos com todas as aparências de homem grave e moral. Estabelecida a vossa reputação nos colégios, liceus , universidades e seminários, tendo captado a confiança dos professores e estudantes, esforçai-vos principalmente para conseguir que os que se alistam na milícia clerical procurem a nossa convivência. Nutri-lhes o espírito com o antigo esplendor de Roma papal; existe sempre no fundo do coração do italiano um pesar pela Roma republicana. Confundi estas duas recordações com habilidade. Excitai, eletrizai essas naturezas tão susceptíveis de inflamar-se, tão cheias de patriótico orgulho. Oferecei-lhes primeiramente, mas sempre em segredo, livros inofensivos, poesias fulgentes com ênfase nacional, e pouco a pouco trareis os vossos babosos ao grau requerido. Quando em todos os pontos do Estado eclesiástico este trabalho quotidiano tiver derramado nossas idéias como a luz, então podereis apreciar a prudência do conselho de que tomamos a iniciativa.

“Os acontecimentos que, como pensamos, se precipitam com grande velocidade, vão chamar necessariamente daqui a alguns meses uma intervenção armada da Áustria. Há loucos, que, com alegria, se comprazem em arremessar os outros nos perigos; e sem embargo são eles que em hora certa arrastam até os prudentes. A revolução que se faz meditar à Itália só terminará em desgraças e proscrições. Nada está maduro ainda, nem os homens, nem as coisas, e nada sê-lo-á ainda por muito tempo; mas estas desgraças poderão facilmente servir-vos para fazer vibrar nova corda no coração do clero novo, e será o ódio ao estrangeiro. Fazei com que o Alemão se torne ridículo e odioso antes mesmo da sua entrada prevista. À idéia de Supremacia Pontifícia ajuntai sempre a lembrança das guerras do sacerdócio com o império. Ressuscitai as paixões mal apagadas dos Guelfos e Gibelinos e assim com pouco trabalho alcançareis uma reputação de bom católico e patriota puro.

“Esta reputação dará entrada às nossas doutrinas no seio do clero novo, assim como no fundo dos conventos. Dentro de alguns anos este clero terá, pela força das coisas, invadido todas as funções: governará, administrará, formará o conselho do soberano; será chamado para a escolha do futuro Pontífice, e este Pontífice, como a maioria de seus contemporâneos, estará mais ou menos imbuído nos princípios italianos e humanitários que vamos principiar a por em giro. É’ um grãozinho de mostarda que confiamos à terra; mas o sol das justiças fá-lo-á germinar até à sua mais elevada potência, e vereis um dia que rica seara há de produzir este pequeno grão!

“No caminho que abrimos aos nossos irmãos, há grandes obstáculos que vencer, dificuldades de mais de uma espécie que superar; pela experiência e pela perspicácia é que se há de triunfar; mas o fim é tão justo que para atingi-lo importa soltar todas as velas. Quereis revolucionar a Itália? Procurai o Papa, cujo retrato acabamos de esboçar. Quereis estabelecer o reinado dos eleitos no trono da prostituta de Babilônia? Ande o clero debaixo das nossas bandeiras, pensando que marcha sempre sob o estandarte apostólico. Quereis fazer desaparecer o último vestígio dos tiranos e opressores? Lançar as vossas redes como Simão Bar-Jona? Lançai-as no fundo das sacristias, dos seminários e conventos, antes do que no fundo dos mares; e se nada precipitardes, nós vos prometemos pesca mais miraculosa do que a dele. O pescador de peixes torna-se pescador de homens; chamareis amigos em torno da cadeira apostólica. Tereis pescado uma revolução com tiara e capa de asperges, marchando com a cruz e com a bandeira, revolução que só precisará de ser um pouco aguilhoada para incendiar os quatro cantos do mundo.

“Deve cada um dos atos da nossa vida tender à descoberta desta pedra filosofal. Os alquimistas da idade média perderam o seu tempo e ouro em procura deste sonho. O das sociedades secretas realizar-se-á por uma razão muito simples, – porque funda-se nas paixões humanas. Não desanimeis, pois, com uma derrota, revez ou contratempo; preparemos as nossas armas no silêncio das Vendas; assestemos as nossas baterias; lisonjeemos todas as paixões, tanto as mais perversas, como as mais generosas, e tudo nos induz a crer que este plano será bem sucedido algum dia, mesmo além de nossos cálculos menos prováveis.” (12)

Eis aí, Irmãos e Filhos em Jesus Cristo, bem manifesto, patente, escancarado, o plano tenebroso das sociedades secretas!

Nesta peça arquétipa, feitura de malicia, para assim dizer, mais que humana, que acabeis de ler, sem dúvida cheios de horror e de assombro, se acham formulados com toda a clareza:

O fim a que tende a Maçonaria;
O meio mais eficaz, a seu ver, com que pode atingir esse fim;
O método que deve seguir, para remover quaisquer óbices que por ventura lhe embarguem a realização do seu plano infernal;
A preparação que deve ter e a marcha gradual que deve levar.

Testemunho mais poderoso, prova mais exuberante, documento mais peremptório não é preciso para revelar-vos toda a malícia dos negros e temerários intentos da Maçonaria. Este documento por si só é sobremaneira eloquente, esmagador, e basta para levar a convicção ao ânimo menos crédulo e mais refratário. Comentemo-lo, todavia, cor·roborando-o com outras provas irrecusáveis hauridas nas mais puras e genuínas fontes da Maçonaria.

Uma observação, antes de começarmos.

Não se diga que a Maçonaria brasileira nada tem de comum com a da Europa.

Escusado parece demorarmo-nos em responder a tão frívola objeção. Porquanto já o ínclito Prisioneiro da Ilha das Cobras refutou-a cabalmente (13), já Nós mesmo a destruímos (14) , já um maçon, representante da Nação, pulverizou-a no seio do nosso parlamento (15).

“A Maçonaria, diz um autor sagrado da seita, não é de país nenhum; não é francesa, escocesa ou americana. Não pode ser sueca em Estocolmo, prussiana em Berlim, turca em Constantinopla, se lá existe. É UMA E UNIVERSAL: tem muitos centros de ação, mas só um centro de unidade. Se ela perdesse este caráter de unidade e universalidade, DEIXARIA DE EXISTIR.” (16)

E pouco importa que ela se subdivida em mil sociedades mais ou menos secretas, mais ou menos revolucionárias, mais ou menos ímpias, tomando diversos nomes, segundo as circunstâncias de tempo e lugar. Não é porque se denomine Carbonária, Iluminismo, Jovem Itália, Jovem França, Jovem Alemanha, etc., que ela deixa de ser essencialmente a mesma. Ninguém há aí que ignore que essas associações diversamente intituladas são uma e a mesma coisa, são vergônteas de um só tronco, ramos da grande árvore maçônica.

Uma só atenuante encontramos para os maçons brasileiros; – é que, dentre eles, poucos são os que têm cabal conhecimento dos planos sinistros da Maçonaria. Facilmente se compreende que assim seja, por isso que a Instrução secreta que acima reproduzimos não pode ser comunicado senão aos filiados que tendo atingido os últimos graus maçônicos, já houverem sido iniciados nos altos segredos da seita.

Isto, porém, de modo algum absolve a Maçonaria brasileira, nem obsta a, que, na essência, no fim e no plano, seja ela identicamente a mesma que a da Europa.

Instrução Pastoral sobre a Maçonaria e os Jesuítas, D. Frei Vital ,1875.

(12) Crétineau-Joly. L’Eglise Romaine en face de la révolution, t. II, pag. 2)
(13) Instruc. Pastoral de 25 de Março de 1878, que mandamos publicar em nossa Diocese.
(14) Carta Pastoral de 2 de Fevereiro de 1878.
(13) Deputado Silveira Martins. Sess. de 29 de Maio de 1874.
(16) Irmio Ragon. (Curso phil.)

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