A Paixão do Senhor: Após a ressurreição de Lázaro

O Milagre da ressurreição de Lázaro
O Milagre da ressurreição de Lázaro

O acontecimento mais sublime e divino que ocorreu desde a Criação foi, sem dúvida, a Paixão e Morte com que o Nosso Senhor Jesus Cristo finalizou sua vida e a sua mensagem. Viveu, padeceu e morreu para resgatar os seres humanos dos pecados e dar graça e salvação eterna. É tão grande o mistério, tanto pela razão como pela entrega, que de qualquer lado que se olhe nunca poderá haver nada igual até o final dos tempos.

Para entender os motivos que levaram os príncipes dos sacerdotes e os escribas a entregar um homem que, sem dúvida alguma, foi um grande profeta e passou fazendo o bem é apropriado uma breve explicação.

A ressurreição de Lázaro foi um milagre insofismável e muitos Creram nele (Jo 11, 45), mas a luz cegou outros judeus que, movidos pela inveja , foram a Jerusalém murmurar e delatar o ocorrido em Betânia.

Os príncipes dos sacerdotes e os escribas decidiram em conselho por fim a ação do Senhor, temendo que o povo acreditasse nele. Previam com isso uma grande rebelião popular que acarretaria em represália dos romanos a destruição da cidade e do Templo.

Por medo e dissimulando a inveja e o ódio que tinham pelo Senhor, usando falsos motivos decidiram matar Jesus; somente assim conseguiriam acabar com os milagres. Caifás proclamou a decisão que o conselho havia tomado:

Convém que um só homem morra em lugar do povo (Jo 18, 14). E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava queJesus havia de morrer pela nação, e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos. E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida (Jo 1 1 , 5 1 -53); como se fosse um marginal, os sumos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que todo aquele que soubesse onde ele estava o denunciasse, para o prenderem (Jo 11, 57).

Primeiro deram a sentença e depois formaram o processo. Sentença de morte, mesmo estando o réu ausente, desconhecendo as acusações e não sendo ouvida a defesa que tinha direito. O verdadeiro motivo para tudo isso, era a inveja e o medo de perder os privilégios econômicos, políticos e religiosos que possuíam. Fica evidente a perversidade destes “juízes”.

O processo foi uma farsa: forçaram as testemunhas a depor sobre os discípulos e a doutrina propagada, de modo que coincidissem com a sentença pré-estabelecida. Acontece o mesmo com muitos de nossos atos, nascem da falta de retidão e depois procuramos um modo de legitimá-la.

Jesus, ao tomar conhecimento da ordem de prisão e de que qualquer pessoa poderia e deveria denunciá-lo, já não andava em público entre os judeus. Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se detinha com seus discípulos (Jo 11, 54). Tudo isso para que o tempo estabelecido por Deus se cumprisse. Nestes dias o Senhor meditava com a proximidade da morte. Vendo como os discípulos estavam abatidos, animou-os falando do céu e da fé que deveriam ter. O cristão deve estar sempre preparado para morrer.

Chegado o momento, Jesus deixou Efraim em direção a Cidade Santa para padecer e morrer. Viajava com tamanha decisão e rapidez adiante deles que os discípulos estavam perturbados e o seguiam com medo (Me 10, 32).

Durante o percurso, reuniu particularmente os doze apóstolos e revelou que em Jerusalém receberia toda forma de humilhação, ofensa, tormento e que morreria.

Depois disso escutou o pedido vindo da mãe dos filhos de Zebedeu: os dois melhores lugares no Reino dos Céus para eles.

Foram caminhando e chegaram a Jericó, onde recuperou a vista de um cego que implorava em alto brado. Acenou para que Zaqueu o recebesse na sua casa; com sua presença entrou a salvação naquela casa e aquele publicano se converteu (cf. Lc 19, 9). Ao sair de Jericó uma grande multidão o seguia (Mt 20, 29); dois cegos, que estavam no caminho, perceberam sua passagem e suplicaram por compaixão e foram curados. A caminho da Paixão, por onde passava, compadecia-se de todos e deixava o sinal da Divindade com curas e milagres.

Seis dias antes da Páscoa (Jo 12, 1), no Sábado, chegou a Betânia. Tinha por costume instalar-se na cidade, pois possuía muitos amigos e após o milagre da ressurreição de Lázaro, muitos gostariam de hospedá-lo.

A Paixão do Senhor, Luis de La Palma, 1624.

Última atualização do artigo em 13 de março de 2025 por Arsenal Católico

Compartilhe:

Picture of Arsenal Católico

Arsenal Católico

O Arsenal Católico é um blog dedicado à preservação e divulgação da tradição católica, abordando tudo sobre a Igreja Católica Apostólica Romana. Aqui, você encontra orações católicas, novenas, ladainhas, documentos da Igreja e reflexões sobre os santos e a doutrina católica. Nosso compromisso é oferecer conteúdos profundos e fiéis aos ensinamentos da Igreja, promovendo a formação e o fortalecimento da espiritualidade de cada visitante.
Encontre-nos aqui

Relacionados