O que esperaria a humanidade no dia em que abandonasse definitivamente os Dez Mandamentos? Que sombria e horrível queda!
Cortemos o primeiro mandamento, e autorizemos cada homem a criar-se o seu próprio Deus!
Estaremos de novo na Roma pagã, com os seus trinta mil deuses, ou cairemos mais baixo que os animais em medonha e asquerosa imoralidade.
Anulemos o segundo e o quarto mandamentos e deixemos os filhos da rua erguer os punhos e blasfemar de Deus. Poderá a autoridade dos homens conservar seu prestígio e o seu valor, quando se negam e desprezam os direitos de Deus?
E onde os pais e as leis humanas tiveram perdido a sua autoridade, e onde o mandamento não tiver qualquer efeito, poder-se-á ainda falar de civilização? Não haverá mais que um bando indisciplinado, um rebanho, que só poderá mover-se com o chicote dum tirano.
Tiremos o terceiro mandamento que nos manda santificar as festas e nos impõe o descanso dominical.
Trabalha-se por toda a parte sem descanso; por toda a parte se ouvem os apitos das fábricas. Já em alguns lugares se procura abafar o som dos sinos com o trabalho das máquinas. . . Dizei-me: são, nesses lugares, mais felizes, mais livres os homens? Ao contrário, não será a vida mais pesada e mais grave do que a escravatura? houve jamais, na história do mundo, uma opressão mais esmagadora, um maior ódio de classes?
Os médicos e os economistas exigem o descanso dominical. É o ensinamento da Igreja, que lembra a obrigação do trabalho, mas que exige também o direito ao repouso. Que felicidade para o homem poder festejar o domingo servindo a Deus, poder esquecer, por alguns instantes, a luta pela vida e pensar em Deus!
Ponhamos de parte ainda o quinto mandamento: já não poderemos andar com segurança pelos caminhos.
Suprimamos o sexto mandamento, proclamando o amor livre, dentro de poucos anos, não veremos mais rostos humanos, mas seres embrutecidos, emagrecidos, com as faces cavadas, de olhos fundos, o sangue corrompendo.
Retiremos o sétimo e décimo mandamentos: os homens devorar-se-iam uns aos outros, como selvagens, à caça das riquezas e do ouro.
Finalmente, broguemos o oitavo mandamento: o marido já não terá confiança na palavra de sua esposa, nem a mãe se fiará em seu filho.
Como vedes, a fé na palavra dada, o respeito das leis, a estima dos superiores, o amor ao trabalho, a felicidade ou infelicidade duma família ou duma nação, dependem da observância, ou da transgressão dos mandamentos.
Monsenhor Tihamér Toth
Luz do Céu, Curso de Religião, 3º Tomo, Mandamentos e Virtudes, 1964.
Última atualização do artigo em 3 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico