1. Há uma mentira do coração, outra da boca, e ainda outra do fato, conforme ela é praticada no pensar, no falar ou no proceder. Quase sempre a mentira tem por base o desejo de agradar, de escapar a uma humilhação, ou de conseguir algum louvor ou lucro. Não falta quem tenha a mentira por necessidade e lícita, enquanto Deus a detesta sob todas as suas formas. Mentir é um vício frequente; encontra-se na choupana e no palácio, na vida particular e pública, na juventude e velhice, em lugares profanos e sacros. És livre dele, de todo?
2. Tendo de sofrer o justo por causa da verdade, consola-se esperando ver esta triunfar, qual raio de luz, pelo menos no dia das contas finais. Mais vale sofrer com Jesus, do que tornar-se, pela mentira, filho do demônio, pai da mentira, que já enganou aos primeiros pais e que tentou ao próprio Jesus. Aprecias a verdade mais do que tudo? Evitas a exageração, a mentira por gracejo e, sobretudo, as mentiras graves? Se no tribunal de Deus terás de dar contas de cada palavra inútil, quanto mais então das palavras mentirosas! Como confessarás a verdade em coisa grave, quando tentas fugir a leves embaraços, alterando os fatos ou as circunstâncias?
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 17 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico