É necessário rezar para obter a graça de Deus e a felicidade eterna.
Havia guerra entre o povo de Deus e os pagãos. O chefe do povo de Deus – dos israelitas – era Moisés. Os povos batiam-se na planície.
Moisés subiu a um morro, e rezava.
Moisés pedia a Deus que os israelitas vencessem. Moisés falava com Deus.
Rezar é falar com Deus.
Moisés rezava com os braços levantados, como o padre faz ainda em algumas partes da missa.
Então Deus fez um milagre, para nos fazer compreender que é necessário rezar.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas e rezava, o seu povo vencia.
Mas quando Moisés baixava as mãos e não rezava amais, logo os pagãos venciam e os Israelitas eram derrotados.
Então dois homens vieram sustentar os braços de Moisés em posição de rezar até que os pagãos fossem completamente derrotados.
Com este acontecimento Deus nos quis ensinar, que é necessário rezar. Quando rezamos Deus nos ajuda, quando não rezamos Deus nos desampara.
Quando sempre fazemos bem as nossas orações, Deus nos ajuda a vencer os inimigos da nossa alma e também os do nosso corpo. Quando rezamos pouco ou nada, os nossos inimigos ficam mais fortes, porque Deus não nos ajuda mais.
É necessário falar com Deus. Se um mendigo quer que um rico o ajude, há de pedir. Se não pedir, o rico não virá facilmente trazer-lhe suas esmolas.
Deus é rico, nós somos pobres. Se quisermos receber de Deus alguma coisa, havemos de pedir.
Para ganhar a felicidade eterna precisamos da graça de Deus; portanto, quem quer ganhar o céu, peça a Deus a sua graça.
O socorro de Deus contra os inimigos da nossa alma é a graça.
Pela graça Jesus nos ajuda a fazer o bem e evitar o mal, ganhando assim o céu. Sem a graça de Deus seremos vencidos pelo demônio e pelas nossas más inclinações, faremos pecado mortal.
Não obtendo a graça de Deus, também não podemos ganhar a felicidade eterna.
É necessário rezar para obter a graça de Deus e a felicidade eterna.
Jesus disse: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação”, isto é, para não fazerdes pecado mortal.
Mas São Pedro não rezou e logo depois caiu em pecado mortal.
São Pedro renegou a Jesus três vezes.
É necessário rezar para obter a graça de Deus e a felicidade eterna.
Para rezar não basta dizer as orações com a boca. Isso até um papagaio pode aprender. Mas um papagaio não reza, nem que aprenda o Pai Nosso inteiro: é porque o papagaio não pensa no que diz.
Assim alguns dizem as orações só com a boca, sem pensar em Deus ou nos santos. Isso não é rezar. A oração, feita com o pensamento em outras coisas, não é aceita. Até é pecado dizer orações sem pensar em coisas religiosas se o fizermos de propósito ou por descuido. Custa muito rezar sem pensar em outras coisas. Devemos exercitar-nos como São Luiz.
São Luiz gastava horas inteiras para rezar um Pai Nosso sem ficar distraído. E assim aprendeu a rezar tão perfeitamente, que podia rezar horas afio pensando só em Deus e me coisas santas.
Se alguém pensa que nunca teve descuido ou distração na oração, é porque não sabe rezar. Diz suas orações com a boca sem pensar.
Quem diz: eu nunca tive descuido na oração, tem sempre descuido na oração, pois nem sabe como deve rezar com atenção.
Geralmente convém rezar de joelhos. Mas podemos também orar em pé ou assentados com reverência, ou mesmo andando.
Quem reza, tenha as mãos postas.
Quem reza, tenha os olhos fechados ou baixos ou levantados para o céu ou para a imagem dum santo ou para o Santíssimo Sacramento. Olhar para aqui e para ali na oração não é bom.
São Bernardo teve a seguinte visão. Muitas pessoas estavam rezando e os anjos escreviam as suas orações para as depor diante do trono de Deus e guardar até ao dia do Juízo.
Algumas rezavam com muito respeito, atenção e perseverança. Os anjos escreviam estas orações com letras de ouro.
Outros rezavam da mesma maneira, mas interrompiam a vezes as suas orações com pequenos descuidos. Os anjos escreviam estas orações com letras de prata.
Outros rezavam com boa intenção, mas com muito descuido e distração. As orações destes foram escritas a tinta.
havia alguns que rezavam só com a boca sem pensar em Deus ou em coisas religiosas. Estas orações eram notadas com água.
E orações daqueles que estavam em pecado mortal, os anjos nem escreviam as; pois estas orações não têm valor para o céu.
Cantar hino religiosos é uma oração muito boa. Porém de nada vale cantar só com a boca, mas devemos pensar em Deus ou nos santos ou nas palavras que catamos.
“Senhor, ensinai-nos a rezar”.
Explicação do Pequeno Catecismo, Pe. Jacob Huddleston Slater, Doutor em Teologia e Filosofia Escolástica, 2ª Edição, 1924.
Última atualização do artigo em 16 de março de 2025 por Arsenal Católico