Sebastiano Ricci, Jesus orando no Jardim do Getsemani, cerca de 1730, domínio público, Wikimedia Commons

Quando convém rezar? Convém rezar muitas vezes, principalmente de manhã e de noite, antes e depois de comer e nas tentações.

Jesus rezou muitas vezes. Jesus na sua vida mortal costumava rezar muito.

Jesus adorava a seu Pai. O demônio tentou Nossos Senhor: O demônio lhe mostrou todos os impérios do mundo e disse: “Tudo isto te darei, se te prostrares a meus pés e me adorares”. Mas Jesus respondeu:

Vai-te embora Satanás, pois está escrito na Santa Escritura: Só ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a Ele servirás.

Jesus, como homem, quis adorar só a Deus seu Pai. Por isso, no Jardim das Oliveiras, quando ia falar com seu Pai, Jesus se prostrou por terra, em sinal de adoração.

Jesus adorava a seu Pai.

Devemos adorar a Deus, isto é, devemos oferecer a Deus a nossa homenagem, com a nosso supremo Senhor e Dono de tudo quanto é nosso. A mais perfeita adoração é o Sacrifício da Missa.

Jesus rezou muitas vezes.

Convém rezar muitas vezes.

Havemos de adorar a Deus, como os reis adoraram ao Menino Jesus, como os anjos adoram o Santíssimo Sacramento.

Na Igreja podemos dizer: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos. O céu e a terra estão cheios de Vossa glória!”

Jesus dava graças a seu Pai.

Jesus como homem pediu a Seu Pai que ressuscitasse a Lázaro. O Pai atendeu ao pedido de Jesus. Jesus agradeceu ao Pai. Jesus disse: “Meu Pai, eu Vós agradeço, porque me tendes atendido. Eu bem sabia, que sempre me ouvis, mas falo assim por causa do povo, que está em roda de mim, para eles creiam que Vós me enviastes”.

Assim convém rezar, quando Deus atendeu a um pedido nosso: “Meu Pai, agradeço-Vos, porque me atendeis”.

Devemos adorar a Deus. Havemos de agradecer a Deus tudo quanto nos deu, como os três moços de Babilônia deram graças a Deus, porque o fogo os não queimava. Os três moços rezavam assim: “Bendito sois, Senhor, Deus dos nossos pais e louvável e glorioso e elevado acima de tudo, em todos o séculos. E bendito é o santo nome da Vossa glória, e louvável e elevado acima de tudo, em todos os séculos”. E assim continuavam a rezar um hino belíssimo, que agra também os padres muitas vezes rezam. Todos devemos agradecer a Deus, que nos deu tudo, nossa comida, nossa casa, nossa roupa, que nos livrou do pecado original por Sua Morte na cruz, que nos deu Seus santos sacramentos para ganharmos o céu, e por muitos outros benefícios.

Se um mendigo recebe uma esmola dum rico e não agradece, o rico nunca mais lhe dá uma esmola. Assim Deus a muitos dá menos benefícios, porque não lhe agradecem os que receberam.

Jesus pediu a Seu Pai muitas graças, por exemplo, que Seus apóstolos e todos os seus fieis ficassem unidos no amor mútuo, e não tivessem ódio entre si.

Jesus disse: “Pai santo, guardai aqueles que me destes, para que sejam unidos como Nós”. Jesus pediu que os seus fieis, pelo amor do próximo, ficassem tão estreitamente unidos como Jesus e Seu Pai estão unidos pela única natureza divina.

Convém pedir muito ao Pai do céu. Pedimos para as necessidades desta vida, mas muito mais para a salvação da nossa alma.

Jesus rezou muitas vezes.

Convém rezar muitas vezes. Havemos de pedir a Deus as suas graças e muitas outras coisas de que precisamos. Tudo isso pedimos no Pai Nosso.

Jesus pediu perdão, não dos seus pecados, porque os não tinha, mas Jesus pediu perdão dos pecados do outros. Na cruz Jesus disse: Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem. Jesus pedia perdão para os homens que o crucificaram. Devemos pedir a Deus o perdão dos nossos pecados. Jesus rezou muitas vezes. Convém rezarmos muitas vezes também. Havemos de pedir a Deus o perdão nos nosso pecados, como o rei David pedia. O rei David tinha feito pecado mortal. David rezou assim: “Tende piedade de mim, Deus, segundo a Vossa grande misericórdia, e segundo as muitas provas de Vossa clemência tirai a minha maldade. Salvai-me mais da minha iniquidade e limpai-me de meu pecado”.

Devemos pedir a Deus o perdão dos nossos pecados.

Jesus adorava a Seu Pai.

Nós devemos adorar a Deus.

Jesus agradecia a Seu Pai.

Nós devemos agradecer a Deus.

Jesus pedia a Seu Pai muitas graças.

Nós devemos pedir a Deus muitas graças.

Jesus pedia a Seu Pai perdão pelos pecados dos homens.

Nós devemos pedir a Deus o perdão nos nossos pecados.

Jesus rezava muitas vezes.

Nós devemos rezar muitas vezes também.

Convém rezarmos de manhã

Jesus rezava de manhã. Um dia os apóstolos foram procurar o Senhor muito cedo e o acharam rezando.

Convém rezarmos de manhã.

Jesus rezava de manhã. Um dia os apóstolos foram procurar o Senhor muito cedo e o acharam rezando.

Convém rezar de manhã.

Convém rezar à noite.

Jesus rezava à noite.

Uma vez tinha ensinado o povo no deserto durante dias inteiros, e de certo estava muito cansado.

Mas o Senhor não foi logo descansar, primeiro rezou muito tempo, enquanto os apóstolos embarcavam e toda a multidão ia para casa. Devemos rezar de noite.

É tão bonito, quando uma família se reúne cada noite para rezar!…

Meus cabelos já estão branqueando, mais ainda mil vezes me vem à lembrança lindas imagens da minha infância:

Como todas as noites nos reuníamos diante dum altarzinho com imagens de santos: cada um dizia em voz alta o Pai Nosso, a Ave Maria, o Credo e os atos de Fé, Esperança e Caridade e de arrependimento perfeito.

Depois todos juntos cantávamos um hino ao Menino Jesus, a Maria Santíssima ou a algum santo; depois o rosário.

Mamãe sabia inspirar-nos devoção e sem severidade nem castigo guardávamos respeito. Estes momentos me ficaram na lembrança como horas de uma felicidade própria do céu.

Jesus rezava à noite. Convém rezarmos à noite. Convém rezar antes de comer. Jesus rezava antes de comer. Jesus estava no deserto com muito povo. O povo tinha muita fome, pois já estava três dias no deserto, onde não havia nada que comer. Porém Jesus não lhe deu logo os pães.

Primeiro o Senhor deu graças a Seu Pai pela comida que dava.

Jesus rezava antes de comer. Convém rezar antes de comer. Jesus rezava depois de comer.

Depois da última ceia Jesus rezou um hino com seus apóstolos e só depois saiu.

Jesus rezava depois de comer. Convém rezar depois de comer. Convém rezar nas tentações. Jesus rezava nas tentações. Quando o demônio veio tentar a Jesus, o Senhor estava rezando. O Senhor tinha-se retirado durante quarenta dias para jejuar e rezar. A Santa Escritura conta que, depois da tentação, o demônio deixou o Senhor por algum tempo e muitos pensam, que foi até Jesus estar pregado na cruz. Então o demônio voltou para tentar a Jesus, mas outra vez achou o Senhor rezando. Jesus rezava nas tentações. Convém rezarmos nas tentações.

Quando o demônio ou algum pessoa má nos quer tentar ao pecado podemos dizer: “De todo o pecado livrai-nos, Senhor”, ou “Das ciladas do demônio livrai-nos, Senhor” ou “Maria, concebida sem pecado original, ajudai-me”, ou “Oh minha Senhora, oh minha Mãe, lembrai-vos que sou vosso, guardai-me e conservai-me como coisa e propriedade vossa”.

Como o sol derrete a geada, assim a oração desfaz as tentações.

Convém rezar muitas vezes principalmente de manhã e à noite antes e depois de comer e nas tentações.

Uma viúva vivia numa grande cidade e passava muita falta. Um dia não tinha mais nada que comer para si e para seu filho, rapazinho duns cinco anos. O rapazinho tinha ouvido dizer que Jesus ouve as nossas orações e nos ajuda nas nossas necessidades, e disse a sua mãe: “Minha mãe, onde mora Jesus?” A mãe respondeu: “Jesus mora na igreja dentro do sacrário”. O menino foi para a igreja, subiu ao altar, bateu á porta dourada do sacrário e gritou: “Jesus, Jesus!” Nenhuma resposta. O rapazinho gritou mais forte: “Jesus! Jesus! não temos mais nada que comer: É preciso que Jesus nos ajuda, já, já”. E com muita confiança voltou á casa e disse que Jesus era rico e ia ajudá-los.

Num canto da igreja, sem ser vista pelo menino, esta uma senhora rica. Esta seguiu o menino, entrou atrás dele em casa, entregou um boa esmola à mãe e disse: “isto é do bom Jesus”.

Deus ouve as nossas orações, ajuda-nos nas nossas necessidades.

“Meu Pai, eu Vos agradeço, que me tendes atendido”.

Explicação do Pequeno Catecismo, Pe. Jacob Huddleston Slater, Doutor em Teologia e Filosofia Escolástica, 2ª Edição, 1924.

Última atualização do artigo em 13 de janeiro de 2025 por Arsenal Católico

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