Necessidade de pertencer à Igreja: “Fora da Igreja, não há salvação”

A Igreja Católica, sendo a verdadeira Igreja, deve-se considerar como sociedade obrigatória, à qual hão de necessariamente pertencer todos os que cuidam da salvação? Qual é o sentido exato deste axioma tão conhecido: “Fora da Igreja, não há salvação”?

Para resolver o caso, importa distinguir, na Igreja duas coisas: a) o corpo, isto é, a organização material, visível, da qual é, membro, qualquer pessoa batizada que não seja excomungada ou voluntariamente separada da Igreja, e b_ a alma, isto é, a graça santificante, que nos faz participar da vida de Cristo.

Logo, não pertencem ao corpo da Igreja: a) os infiéis; judeus, maometanos, idólatras, que não receberam o Batismo; b) os hereges, que adotam uma doutrina reprovada pela Igreja; c) os cismáticos, que não reconhecem a autoridade do Papa; d) os apóstatas, que renegam seu batismo e bandeiam-se para outra religião; e) os excomungados denunciados, isto é, excomungados com quem não se deve manter relação alguma; mas, não os excomungados tolerados.

Não pertencem à alma da Igreja: Todos os pecadores. A graça santificante é o único meio de salvação. Por consequência, os que não a têm, muito embora pertençam ao corpo da Igreja, não são da alma, e não podem salvar-se.

A sentença: “FORA DA IGREJA, NÃO HÁ SALVAÇÃO”, não se há de entender num sentido estrito e absoluto. Quer dizer que não se podem salvar, os que estiverem no erro voluntário e culpado, os que conhecem a Igreja Católica como Igreja verdadeira, e se negam a entrarem nela, a professarem as mesmas crenças, a praticarem os mandamentos. Pelo contrário, os que estiverem no erro invencível, infiéis, hereges, cismáticos, etc, observando, de boa fé, os preceitos da sua religião, procurando agradar a Deus, conforme as luzes da própria consciência, podem pertencer à alma da Igreja, ainda que não sejam membros do corpo, pelo menos exterior e explicitamente. Logo, é possível, para eles, a salvação, pois Deus os julgará de acordo com as luzes que lhes houver proporcionado, e o que tiverem feito, e não por uma lei desconhecida deles.

Manual de Instrução Religiosa para uso dos Colégios e Catequistas Voluntários, Doutrina Católica por Boulenger, Primeira Parte, O Dogma, Símbolo dos Apóstolos, 1927.

Última atualização do artigo em 12 de janeiro de 2025 por Arsenal Católico

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