Quais são os pecados contra o Sexto Mandamento da Lei de Deus?

A destruição de Sodoma, Benjamin West (1738 – 1820)

QUAIS SÃO OS PECADOS CONTRA O SEXTO MANDAMENTO?

Os pecados contra o sexto mandamento são: pensar, dizer, olhar e fazer coisas desonestas.

Não faz mal, se alguém não compreende, quais são estes pecados desonestos. Só é preciso saber, quanto mal estes pecados fazem à gente e como Deus os castiga. Aprendemos isto na Sagrada Escritura.

A Sagrada Escritura conta a seguinte:

Havia uma vargem grande e bela. O terreno era muito bom. Na vargem havia cinco cidades: Sodoma, Gomorra, e, mais três. Eram muito ricas.

Mas o povo daquelas cidades não se importava do sexto mandamento da lei de Deus. O povo de Sodoma fazia muitos pecados contra a castidade. Estes pecados são contagiosos como a peste: e assim só havia a família de Loth, que estava limpa dos pecados contra a castidade.

Um dia vieram dois anjos à casa de Loth e disseram-lhe: “Faze sair desta cidade todos os que te pertencem. Nós vamos destruir este lugar: pois o clamor dos seus crimes chegou até à presença do Senhor.” E disseram a Loth e sua família que nem olhassem para trás. Nestes pecados só olhar já faz mal.

Quando Loth com sua família tinha saído, principiou a cair uma chuva, mas uma chuva de enxofre e fogo. Num instante as cidades estavam em chamas e todos aqueles homens maus morreram.

Agora vê-se nestes lugares uma grande lagoa, chamada o Mar Morto. No Mar Morto não há nenhum peixe: tudo morre ali. Em roda não há plantas, nem mato: Tudo morre perto do Mar Morto.

O escritor Flávio Josefo conta que no seu tempo ainda se viam no Mar Morto grandes pedras lavradas dos palácios de Sodoma e Gomorra.

Desta maneira nos quis Deus ensinar como Ele odeia os pecados contra a castidade.

Se agora um povo se entrega a estes pecados, Deus não manda logo fogo do céu. Deus fez isso uma vez, para nos ensinar como castiga estes pecados. Agora Deus não faz chover fogo, mas um fogo muito pior espera os impuros no inferno.

Temos em nós um belo e nobre desejo de ser inteiramente limpos e puros. Uma menina, que tem sapatinhos brancos, novos, toma cuidado de não andar na lama: não se quer sujar. Quando um bicho morto está apodrecendo na rua, ninguém gosta de mexer nele: não se quer sujar. Quando o João cai com o nariz na lama, ele vai ligeirinho lavar-se: pois João não quer estar sujo. Mas não há nada que suje tanto como os pecados contra a castidade. Também a nossa alma tem um desejo nobre e delicado de ser pura. Este desejo vem de Deus, que não quer que manchemos a nossa alma com a impureza.

Também temos em nós um desejo bom e útil de ser fortes. Os rapazes gostam de travar-se de braços, de ginástica e outros brinquedos para mostrar sua força. As nações também querem um exército forte e uma armada forte, para se defenderem. Ora nenhuma doença tira tanta força à gente, como o vício da impureza.

Um povo casto é um povo forte: Quem ama a sua pátria, guarde o sexto mandamento: então será forte para defender sua pátria, se for preciso.

O nosso padroeiro, nesta santa virtude da pureza ou castidade, é São Luiz.

Por todo o mundo em muitas igrejas e capelas de colégios se encontra a imagem de São Luiz como padroeiro da santa pureza.

São Luiz é representado com um açoite na mão. São Luiz açoitava-se e jejuava muito para ter a vontade bem forte e não cair em pecado. Nós devemos também acostumar-nos bem em tudo. Então seremos fortes, quando vier a tentação.

São Luiz, na imagem, tem um livro de oração e um crucifixo na mão: é porque São Luiz rezava muito, para ser forte contra o pecado. Devemos também rezar muito para alcançarmos a graça de ficar sempre castos.

São Luiz é representado com um rosário na mão, pois tinha muita devoção à Santíssima Virgem.

A devoção à Virgem Puríssima ajuda-nos a ser castos.

Se o demônio nos tenta, convém rezar à Maria Santíssima. Então não pecaremos.

A inclinação para os pecados contra este mandamento é como a grande roda duma máquina a vapor. Se a roda está parada, a mão duma criança pode impedi-la de se mover. Mas quando uma vez principiou a andar, esmaga tudo que a quer reter.

Assim, é muito fácil dominar a inclinação para estes pecados, quando nunca os fizemos, mas uma vez principiando, é extremamente difícil parar e não continuar neste caminho do inferno.

Quando um tigre está numa jaula, é fácil conservar o tigre bem preso, não abrindo a porta da jaula. Mas uma vez aberta a jaula e escapando-se o tigre, é muito difícil apanhá-lo de novo e leva-lo de novo para a jaula.

A nossa má inclinação é um tigre bravo. Está presa na jaula, isto é, está no poder da boa livre vontade, que a não deixa fazer mal. Mas uma vez que a vontade deixe escapar a má inclinação, e faz pecado, é muito difícil prendê-la de novo e reconduzi-la à obediência.

Quando o demônio nos tenta, principia com coisas pequenas. Parece que o inimigo quer pegar só uma unha da nossa mão.

Mas se lhe damos a unha, pega o dedo inteiro, a mão, o braço e já estamos de todo no seu poder.

Se alguém diz uma coisa feia, convém irmo-nos embora.

Se alguém faz uma coisa feia, convém avisar o pai dele ou o vigário.

Não é prudente ir a um baile.

Para alguns o baile é ocasião próxima de pecado mortal.

Virgem puríssima livrai a nossa pátria do vício da impureza.

Explicação do Pequeno Catecismo, Pe. Jacob Huddleston Slater, Doutor em Teologia e Filosofia Escolástica, 2ª Edição, 1924.

Última atualização do artigo em 16 de janeiro de 2025 por Arsenal Católico

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