Pai Nosso,
Amantíssimo, sapientíssimo, clementíssimo Criador do universo, e admirável na providência com que tudo dispondes e governais;
Que estais no céu,
Como princípio e causa única dos seres criados, como fim a que devem tender os humanos, como fonte inexaurível de graça, como coroa imarcescível de glória, e como oceano de incompreensível beatitude; mas que também estais na terra e em todo o lugar, e me vedes, posto que eu Vos não veja senão com o desejo;
Santificado seja
Com fé viva, firme esperança a abrasada caridade,
o Vosso Nome,
Santíssimo, conhecido seja, amado e adorado Vosso Nome eterno e inefável, ó Senhor; Vosso dulcíssimo Nome, ó Espírito Paráclito; Vosso Nome Santo, ó Deus uno e trino, seja de mim e de todas as almas engrandecido e louvado;
Venha a nós
Nesta hora, de Vós apartados, desterrados da celestial pátria neste vale de lágrimas;
O Vosso Reino,
Reino de paz e de espiritual júbilo, reino de justiça e cordial amor, nem reine em minha alma outrem senão Vós;
Seja feita
Não só em mim senão em toda criatura, sem resistência nem contradição;
A Vossa vontade,
Cujo poder se ostentou na criação, cuja misericórdia se fez patente na redenção, e cuja beneficência se mostra na justificação dos pecadores;
Assim na terra
Em que sintam os maus castigos de Vossa justiça, experimentem os tíbios os toques de Vossa graça, e recebam os bons os favores de Vosso amor;
Como no céu;
Vos amam, adoram e reverenciam os bem-aventurados em delicioso acatamento.
O pão nosso
Não só o do corpo que é necessário para a vida, senão o da alma, sem o qual não há salvação; o pão da Vossa palavra que nutra nosso espírito, o pão de Vossa graça que santifique nosso coração, seja escudo contra as tentações e poderosa ajuda.
De cada dia
Sem o qual nada podemos. Fracos e carregados de muitas misérias, em breve desfalecemos se nos não dais o celestial alimento; a nós servos, posto que ingratos e indignos.
Nos dai hoje;
O alimento que sustenta os justos e converte os pecadores, nesta hora, hoje e sempre para que tenhamos força para buscar-Vos, e resolução para seguir-Vos.
Perdoai-nos
Senhor de misericórdia, Pai amantíssimo, e Deus de toda a consolação.
As nossa dívidas,
Tantas e tão enormes que contra Vossa bondade temos cometido; muitos e mui graves são nossos pecados; dívidas são que por nossa pobreza de boas obras não podemos pagar, por isso Vos pedimos que no-las perdoeis.
Assim como nós perdoamos
Por amor de Vós, à imitação de Vosso clementíssimo Filho,
Aos nossos devedores;
Isto é, aos que nos têm ofendido, tudo quanto contra mim têm feito, com todo o coração, e com quanta vontade devo.
E não nos deixeis cair
Retirando-nos os auxílios de Vossa graça, e desemparando-nos;
Em tentação,
Então, mais que nunca, nos tende da Vossa mão, para que contra nós não prevaleçam os implacáveis inimigos de nossas almas, o mundo, o demônio, e a carne;
Mas livrai-nos
Senhor, por Vossa bondade e paternal amor;
De todo mal.
Que aflige o corpo e atormenta a alma, mas sobretudo do grande mal que é o pecado, e dá morte a alma; livrai-me de mim mesmo que sempre fui contra Vós e contra o bem de minha alma.
Amen.
Assim seja, Senhor, para maior honra e glória Vossa, emenda de minha vida, e proveito de minha alma.
Novas Horas Marianas ou Ofício da SS. Virgem Maria, J. I. Roquette, 1888.
Última atualização do artigo em 15 de março de 2025 por Arsenal Católico