Pai Nosso, explicado ao comum dos fiéis

Pintura de Albrecht Dürer, Adoração da Santíssima Trindade, 1511, Public Domain - Wikimedia Commons

Pai Nosso,

Amantíssimo, sapientíssimo, clementíssimo Criador do universo, e admirável na providência com que tudo dispondes e governais;

Que estais no céu,

Como princípio e causa única dos seres criados, como fim a que devem tender os humanos, como fonte inexaurível de graça, como coroa imarcescível de glória, e como oceano de incompreensível beatitude; mas que também estais na terra e em todo o lugar, e me vedes, posto que eu Vos não veja senão com o desejo;

Santificado seja

Com fé viva, firme esperança a abrasada caridade,

o Vosso Nome,

Santíssimo, conhecido seja, amado e adorado Vosso Nome eterno e inefável, ó Senhor; Vosso dulcíssimo Nome, ó Espírito Paráclito; Vosso Nome Santo, ó Deus uno e trino, seja de mim e de todas as almas engrandecido e louvado;

Venha a nós

Nesta hora, de Vós apartados, desterrados da celestial pátria neste vale de lágrimas;

O Vosso Reino,

Reino de paz e de espiritual júbilo, reino de justiça e cordial amor, nem reine em minha alma outrem senão Vós;

Seja feita

Não só em mim senão em toda criatura, sem resistência nem contradição;

A Vossa vontade,

Cujo poder se ostentou na criação, cuja misericórdia se fez patente na redenção, e cuja beneficência se mostra na justificação dos pecadores;

Assim na terra

Em que sintam os maus castigos de Vossa justiça, experimentem os tíbios os toques de Vossa graça, e recebam os bons os favores de Vosso amor;

Como no céu;

Vos amam, adoram e reverenciam os bem-aventurados em delicioso acatamento.

O pão nosso

Não só o do corpo que é necessário para a vida, senão o da alma, sem o qual não há salvação; o pão da Vossa palavra que nutra nosso espírito, o pão de Vossa graça que santifique nosso coração, seja escudo contra as tentações e poderosa ajuda.

De cada dia

Sem o qual nada podemos. Fracos e carregados de muitas misérias, em breve desfalecemos se nos não dais o celestial alimento; a nós servos, posto que ingratos e indignos.

Nos dai hoje;

O alimento que sustenta os justos e converte os pecadores, nesta hora, hoje e sempre para que tenhamos força para buscar-Vos, e resolução para seguir-Vos.

Perdoai-nos

Senhor de misericórdia, Pai amantíssimo, e Deus de toda a consolação.

As nossa dívidas,

Tantas e tão enormes que contra Vossa bondade temos cometido; muitos e mui graves são nossos pecados; dívidas são que por nossa pobreza de boas obras não podemos pagar, por isso Vos pedimos que no-las perdoeis.

Assim como nós perdoamos

Por amor de Vós, à imitação de Vosso clementíssimo Filho,

Aos nossos devedores;

Isto é, aos que nos têm ofendido, tudo quanto contra mim têm feito, com todo o coração, e com quanta vontade devo.

E não nos deixeis cair

Retirando-nos os auxílios de Vossa graça, e desemparando-nos;

Em tentação,

Então, mais que nunca, nos tende da Vossa mão, para que contra nós não prevaleçam os implacáveis inimigos de nossas almas, o mundo, o demônio, e a carne;

Mas livrai-nos

Senhor, por Vossa bondade e paternal amor;

De todo mal.

Que aflige o corpo e atormenta a alma, mas sobretudo do grande mal que é o pecado, e dá morte a alma; livrai-me de mim mesmo que sempre fui contra Vós e contra o bem de minha alma.

Amen.

Assim seja, Senhor, para maior honra e glória Vossa, emenda de minha vida, e proveito de minha alma.

Novas Horas Marianas ou Ofício da SS. Virgem Maria, J. I. Roquette, 1888.

Última atualização do artigo em 15 de março de 2025 por Arsenal Católico

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