1. Ainda que as tentações possam concorrer para maior virtude, elas não deixam de ser perigosas, por pintarem o bem a esperar-se pelo pecado, como grande e apreciável, estimulando a fantasia e a paixão. O perdão de que precisas depois do pecado, é por elas apresentado como extremamente fácil e sem incômodo algum. Feito, porém, o pecado, a conversão se afigura pesada, penosa, senão impossível. De todos estes enganos o autor é aquele que é o pai da mentira: o demônio. Não deves, pois, ouvi-lo.
2. É mentira que o pecado seja doce. Será doce o que é seguido de confusão, de vergonha, de aflição, de remorsos? Ainda que fosse doce, antes de ser bem gozado, já passa deixando na alma a culpa. É mentira que a conversão seja tão fácil. Acaso não precisas para ela da graça de Deus? Não poderás morrer durante o pecado, ou logo depois? É, porém, igualmente mentira que a conversão seja impossível. Antes do pecado, teme-o; depois dele, confia. Não desanimes quando as tentações forem frequentes e fortes. Será Deus menos potente? Muito menos desesperes quando uma vez fores vencido. Pede humildemente perdão e acautela-te melhor no futuro.
Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
Última atualização do artigo em 17 de fevereiro de 2025 por Arsenal Católico