Uma coisa que pouco se sabe hoje em dia é que a Santíssima Trindade é a verdade mais importante do Cristianismo. Isto é, de tudo aquilo que podemos saber sobre Deus, o mundo e o homem e que a Fé Católica nos ensina (desde a Redenção ao conhecimento da alma), saber o que é a Santíssima Trindade é o mais importante de tudo.
Mas porque é que é assim? Bem, em primeiro lugar porque esta é daquelas coisas que nós só pela razão humana não conseguimos saber, teve que ser o próprio Deus a contar-nos isso, a revelar-nos. Foi Jesus que ensinou isto aos seus Apóstolos. (É importante dizer que apesar de a razão não nos permitir chegar sozinhos a esta verdade, de que Deus são três pessoas numa só unidade, ela não é de todo contrária à razão e é por isso que existem cadeiras de teologia só sobre este assunto, nas melhores universidades!).
Em segundo lugar, a Santíssima Trindade é também a origem e fonte de todas as coisas, pois foi Deus (que é a Santíssima Trindade) que criou tudo o que existe, “todas as coisas visíveis e invisíveis”.
Por fim, e esta é a razão que me parece mais relevante para o coração do homem, é que saber o que é a Santíssima Trindade é conhecer com enorme profundidade a intimidade de Deus e isso é algo que ninguém merecia saber — mas é um privilégio enorme que nós temos! Saber que Deus são três pessoas distintas numa só essência divina é conhecer como Deus funciona.
A Igreja, que sabe e ensina isto desde o seu início, revela muito bem esta doutrina trinitária na liturgia da solenidade de hoje, em todas as antífonas e orações da Missa.
Mas a que merece maior destaque é o Prefácio da Missa de hoje que explica com imenso rigor o que a Igreja ensina sobre a Santíssima Trindade. Este Prefácio, pelo seu conteúdo, é mesmo muito bonito e recomendo a quem ainda não foi à Missa a estar atento. Se bem que é normal notar-se que este Prefácio é especial quando o ouvimos, mesmo sem nos avisarem antes.
Vere dignum et iustum est, aequum et salutáre, nos tibi semper et ubíque grátias ágere: Dómine, sancte Pater, omnípotens aetérne Deus: | Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte: |
Qui cum unigénito Fílio tuo, et Spíritu Sancto, unus es Deus, unus es Dóminus: non in uníus singularitáte persónae, sed in uníus Trinitáte substántiae. | Com o vosso Filho Unigénito e o Espírito santo, sois um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza. |
Quod énim de tua glória, revelánte te, crédimus, hoc de Fílio tuo, hoc de Spíritu Sancto, sine differéntia discretiónis sentímus. | Tudo quanto revelastes acerca da vossa glória, nós o acreditamos também, sem diferença alguma, do vosso Filho e do Espírito Santo. |
Ut in confessióne verae sempiternaeque Deitátis, et in persónis propríetas, et in esséntia únitas, et in maiestáte adorétur aequálitas. | Professando a nossa fé na verdadeira e sempiterna divindade, adoramos as três Pessoas distintas, a sua essência única e a sua igual majestade. |
Quam láudant Angeli atque Archángeli, Chérubim quoque ac Séraphim: qui non céssant clamáre cotídie, una voce dicéntes: | Por isso Vos louvam os Anjos e os Arcanjos, os Querubins e os Serafins, que Vos aclamam sem cessar, cantando numa só voz: |
Na Liturgia Tradicional do Rito Romano, é este o Prefácio que se reza na maioria dos Domingos durante o ano.
Nuno CB
Fonte: senzapagare
Última atualização do artigo em 8 de dezembro de 2024 por Arsenal Católico