Santo Alberto Magno

Santo Alberto Magno († 1280)

SANTO ALBERTO nasceu no ano de 1193 em Lauingen, na Suabia, da família nobre dos Bollstatt. Os pais mandaram-no a Pádua na Itália, onde fez seus estudos de aperfeiçoamento. Seu desejo era entrar na Ordem dos Pregadores, graça que alcançou por intermédio da SS. Virgem, a quem devotava terníssimo amor. Todos os exercícios religiosos da vida monástica em pouco tempo lhe eram familiares; grandes, porém, eram as dificuldades que encontrava no estudo. À divina Mãe então recorreu, implorando fosse-lhe concedido o dom da ciência. Dizem biógrafos que Maria SS. teria lhe aparecido e lhe conferido o dom desejado, com o aviso porém, que lh’o seria tirado quando se achasse no fim da vida.

Tão admiráveis eram em seguida os progressos que fez nas ciências, que em pouco tempo superava todos os seus condiscípulos em sabedoria e ciência. Admirável era a facilidade, a clareza com que sabia explicar as coisas mais difíceis, circunstância que só se podia atribuir a uma comunicação divina. Seu saber abrangia todos os ramos da ciência. Conhecedor profundo das disciplinas teológicas, possuía uma intuição, inacreditável nas ciências profanas, nos reinos da natureza, de maneira que as experiências que em seu laboratório fazia, eram presenciadas com verdadeiro pasmo. Dissertava com maior proficiência sobre astronomia, cosmografia, meteorologia, climatologia, física, mecânica, arquitetura, química, mineralogia, antropologia, zoologia, botânica. Escreveu livros sobre as artes práticas, da tecelagem, da navegação, da agricultura e outras semelhantes. Suas obras escritas enchem vinte grossos volumes. Seu saber era de tal forma universal e profundo, que se o honrou com o titulo de Magno.

Por alguns anos lecionou nos conventos de sua Ordem em Hildesheim, Ratisbona, Strassburgo para depois ocupar o cargo de lente das universidades de Paris e Colônia. De todas as partes do mundo então conhecido e civilizado afluíam estudantes, ansiosos de se inscrever nas listas dos alunos de Santo Alberto e os maiores salões mostravam-se insuficientes para comportar os numerosos ouvintes. Entre eles se destacava o grande S. Tomás de Aquino, da mesma Ordem dominicana, a quem profetizou um glorioso futuro.

No meio das aclamações do mundo científico e das ovações dos seus discípulos, Santo Alberto continuou sendo o monge humilde, o modesto pregador do povo, o amigo da oração. Seus escritos testemunham grande amor a Jesus Sacramentado e à Mãe de Deus. A circunstância de trezentos e trinta anos depois da sua morte seu corpo ter sido encontrado sem vestígio de decomposição, por muitos tem sido tomada em testemunho de sua pureza sem mácula.

Em 1254 foi nomeado Superior Provincial de sua Ordem na Alemanha. Nesta qualidade fundou diversos conventos, visitou os já existentes e neles incentivou o espirito religioso. Em todas as suas viagens de visita, que fazia a pé, vivia das esmolas que pedia e lhe davam.

A Santa Sé, confiou-lhe negócios de maior importância. Alexandre IV, em 1260, nomeou-o bispo de Ratisbona. Em pouco tempo levantou a diocese do estado precário material e espiritual em que se achava, trabalhando sempre, como o Bom Pastor, pela disciplina eclesiástica e reforma dos costumes. Passados dois anos pediu ao Santo Padre exoneração deste cargo, e voltou para a universidade de Colônia. Septuagenário, recebeu de Urbano IV a missão de pregador da Cruzada na Alemanha e na Bohemia.

Em 1274 assistiu ao 2º Concílio de Lyon, onde se ocupou da união da Igreja grega com a latina.

Três anos antes da sua morte principiou a perder a memória. Afastado assim do magistério, pôde concentrar toda a atenção na vida religiosa e na oração. Todos os dias visitava o lugar de sua futura sepultura, onde rezava o ofício dos defuntos pedindo a Deus a graça de uma boa morte.

Morreu a 15 de Novembro de 1280, cercado dos irmãos de sua Ordem, por eles e pelo povo chorado. Desde há muitos anos venerado como bem-aventurado nos conventos da Ordem dominicana. Pio XI em 1931 canonizou-o, dando-lhe o título de Doutor da Igreja.

REFLEXÕES

A vida de Santo Alberto Magno prova, que todo o saber vem de Deus. Se temos talentos, deles não nos devemos orgulhar, porque de Deus é que os recebemos. Se o mundo nos admira, bate aplausos aos nossos trabalhos, a Deus é que pertence esta glória, a Deus, que é sabedoria eterna e o doador de todos os bens. Nada somos e nada temos. Se a Deus toda a glória e honra devemos dar, não menos certo é que dos talentos que nos foram confiados, e do uso que deles fizemos um dia havemos de prestar contas ao Juiz eterno.

Na Luz Perpétua, Leituras religiosas da Vida dos Santos de Deus para todos dos dias do ano, apresentadas ao povo cristão por João Batista Lehmann, Sacerdote da Congregação do Verbo Divino, Volume II, 1935.

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