Estima e amor da pobreza

Felizes os que possuem riquezas! Ditosos os que se podem escapar às humilhações e provações da pobreza! Assim fala o mundo. Meu Deus! A linguagem de Jesus Cristo é tão diferente desta! Ai de vós, ricos, exclama ele. Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus!
Agora a verdade de que lado há de estar? A felicidade de que lado se encontrará? Ah! Que dúvida a por, se Jesus falou!

Meu caro Teótimo, tu dos bens deste mundo ou és rico ou és pobre. Se possuis riquezas, é desprender delas o coração; aliás, bem vês, é a ti que Jesus Cristo diz: ai de vós, ricos! Da tua fortuna usa como se a não fruísses, possui-a como quem a não possuíra. No seio da pobreza derrama abundantes esmolas: ao órfão e viúva dá conforto. Este dia não o passes sem fazeres obra alguma de caridade; há tantos pobres e infelizes! Ó Deus! Que se os ricos bem soubessem usar dos seus tesouros que bens não poderiam fazer!

Se és pobre, longe de ti o murmurar contra a Providência; jamais esqueças que sobre a pobreza lançou Jesus Cristo um brilho divino. Ele, tu bem o sabes, também era pobre, pobre nasceu, pobre viveu, e pobre morreu. Aos ricos não invejes suas imensas possessões; ai! Bem longe estão elas de
os fazer felizes. Do pouco que possuis te dá por satisfeito, e eleva teus olhos mais acima, ao céu; lá, lá é que, querendo tu, serão os teus domínios, lá os teus palácios, lá os teus tesouros. Para isso é sofrer com paciência as privações do teu estado; hoje, e não somente hoje, mas sempre, dize: Meu
Deus, quereis que eu seja pobre e sofra, seja bendito o vosso Nome! Seja feita a vossa vontade! Dai-me o vosso amor, e já terei todas as riquezas.

Trechos do livro “As Chamas do Amor de Jesus” de Abade D. Pinnard

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