Relações com Deus: Da Missa

1 – Sobre o altar, Nosso Senhor Jesus Cristo renova o mesmo sacrifício que consumou na cruz; com a diferença de que o da cruz operou-se pela efusão do Seu Sangue, e o da missa é incruento.

2 – Por meio desse sacrifício incruento desempenhamos quatro obrigações, que, segundo a linguagem de S. Tomás, unem o homem a Deus: 1º) honramos a Sua grandeza e majestade; 2º) satisfazemos pelos pecados cometidos; 3º) damos graças ao Senhor pelos benefícios que d’Ele temos recebido; 4º) pedimos-Lhe socorro para as nossas necessidades presentes.

3 – A missa é dum valor infinito, porque encerra os méritos infinitos de Jesus Cristo. Mas os seus efeitos são limitados, isto é, em proporção com a maior ou menor devoção daquele que a celebra, que a manda celebrar, ou que a ouve. O oceano, diz Santo Agostinho, encerra a imensidade das águas; cada um poderá colhê-las segundo a maior ou menor capacidade que tiver o vaso de que se servir. Esta imensidade das águas do oceano é a imagem dos méritos imensos de Nosso Senhor, que a missa encerra; o vaso com maior ou menor capacidade é a maior ou menor devoção daquele que participa do santo sacrifício.

4 – É preciso, portanto, ouvi-la com devoção; e por mais louvável que seja a assistência a muitas missas, mais louvável ainda é a devoção com que se assiste a elas.

5 – Quando fordes ouvir missa, dizei a vós mesmos: “Longe de mim todos os pensamentos da terra; vou à montanha santa de Deus, onde tudo deve ser amor e santidade”.

Dirigi-vos à igreja num piedoso silêncio.

6 – Antes de principiar a missa ou logo que principiar, fazei um ato muito curto de contrição viva e afetuosa, para purificar o coração que deve assistir ao grande sacrifício do Deus da pureza e participar dele.

7 – Toda a oração, qualquer que seja, vocal ou mental, é própria para fazer colher os frutos da missa àquele que a ouve. Será de grande vantagem meditar nos mistérios representados pelas ações do celebrante. Não medimos, todavia, senão em poucos símbolos ao mesmo tempo, a fim de darmos maior espaço às piedosas reflexões, e muito maior ainda aos afetos.

Enganam-se essas almas que põem mais cuidado em dizer uma grande quantidade de orações cor respondentes às ações do sacerdote, do que em excitar em si reflexões e afetos. Isso é mais uma oração da língua do que um ato de religião.

8 – No fim do sacrifício, ou à comunhão, oferecei-vos com tudo o que possuis a Nosso Senhor Jesus Cristo, que se ofereceu por nós a seu Pai Eterno. Podereis, também, se o desejardes, fazer a comunhão espiritual.

9 – Numa necessidade particular, ou no dia de festa dum de nossos principais patronos ou de uma santa protetora, será bom mandar celebrar uma missa por um sacerdote duma piedade reconhecida, e que conheça as nossas necessidades, a fim de que ore por nós com mais fervor.

10 – As esmolas dadas para celebração de missas são levadas em conta das esmolas que devemos dar segundo o nosso estado e bens.

Direção para Viver Cristãmente pelo Rev. Padre Quadrupani, Barnabita, 1905.

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